quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Capítulo 21 – O aniversário

Feliz Ano Novo (y'

_Hei, alegria_ minha mãe disse_ hoje é seu dia. 
_Não começa mãe, não to com animo. 
_Não seja chata, é uma das poucas oportunidades que temos pra fazer uma comemoração. 
_Como se precisassem de motivo pra fazer uma festa_ revirei os olhos. 
_Você não era tão mal humorada assim. 

Nós estávamos no salão, todos juntos. Ele estava todo enfeitado, todo mundo arrumado pra comemorar o meu aniversário, só podia ser um pesadelo. 

Narrado pelo Joe

Passei a manha inteira entediado, esperando impaciente que as horas passassem. Não almocei direito e todos estranharam, eu era o que comia mais de todos eles. Eram mais ou menos cinco horas da tarde quando meu pai veio me chamar pra que fossemos resolver o assunto com os vampiros. 

_Depois do almoço né?
_É depois do almoço_ ele sorriu. 
_São cinco horas da tarde_ reclamei. 
_Você tem algum compromisso? Não né? Então para de reclamar, sabe muito bem que esse tipo de coisa é melhor fazer a noite. 
_Ta bem, vamos logo.

Chegamos lá rapidamente e eu me encontrava muito ansioso, eu queria tanto vê-la, ver seus lindos olhos, eu queria poder tocá-la. Estranhamente não havia ninguém na porta, sempre tinha um vampiro parado de vigia. Meu pai abriu o portão, não estava trancado, o pátio também estava vazio. Onde estava todo mundo? Andamos até o salão, podia ouvir um barulho vindo de lá. Meu pai abriu a porta devagar e nós entramos.

_Nossa_ ele deixou escapar.

Todos os vampiros estavam reunidos no salão, uma musica alta estava tocando, enquanto eles dançavam e bebiam. Lá na frente, no fundo do salão eu reconheci o Nick, tocando... Bateria. E a Demi que estava cantando ao ritmo da musica. Sua voz conseguia ser ainda mais linda cantando.





I can't take your hand and
Eu não posso pegar sua mão e

Lead you to the water
Levá-lo até a água
I can't make you feel what you don't feel 
Eu não posso fazer você sentir, O que você não quer sentir,
But you know you wanna
Mas você sabe o que quer,
Find out how to crack me
Descobrir a forma de me invadir
Log in try to hack me
Faça o login e venha me hackear.



Underneath the surface
Abaixo da superfície
There's so much you need to know
Existe muito do que você precisa saber
And you might feel like you're drowning
E você pode sentir como se estivesse se afogando
But that's what I need to let go
Mas é disto que eu preciso para deixar você ir



Tell me what you got to break down the walls
Me diga o que você tem para quebrar as paredes
You just might need dynamite
Você só pode precisar de dinamite
Tell me what you got to break down the walls
Me diga o que você tem para quebrar as paredes
Kick senseless my defenses
Insensato derrubando minhas defesas



Tell me what you're gonna do
Me diga o que você vai fazer
I need you to light the fuse
Eu preciso de você para acender o pavio
Tell me what you've got to break down the walls
Me diga o que você tem para quebrar as paredes
You just might need dynamite
Você só pode precisar de dinamite

(Got dynamite)
Tenho dinamite
(Got dynamite)
Tenho dinamite
(Got dynamite)
Tenho dinamite

I can't paint this Picture
Eu não posso pintar esta foto
Just so you can hang it
Só assim você pode pendurá-lo
I can't wait for you to understand
Eu não posso esperar que você entenda
If you just don't get it
Se você simplesmente não compreende
Find out how to crack me
Descobrir a forma de me invadir
Log in try to hack me
Faça o login e venha me hackear

Underneath the surface
Abaixo da superfície
There's so much you need to know 
Existe muito do que você precisa saber
And you might feel like you're drowning
E você pode sentir como se estivesse se afogando
But that's what i need to let go
Mas é disto que eu preciso para deixá-lo ir

Tell me what you've got to break down the walls
Me diga o que você tem para quebrar as paredes
You just might need dynamite
Você só pode precisar de dinamite
Tell me what you've got to break down the walls
Me diga o que você tem para quebrar as paredes
Kick senseless my defenses
Insensato a derrubar minhas defesas

Tell me what you're gonna do
Me diga o que você vai fazer
I need you to light the fuse
Eu preciso de você para acender o pavio
Tell me what you've got to break down the walls
Me diga o que você tem para quebrar as paredes
You just might need dynamite
Você só pode precisar de dinamite



Ela olhou pra frente finalmente, e me viu parado junto com o meu pai, observando seu show. Ela me encarou com aquela expressão triste e incrivelmente linda em seu rosto de anjo. Estava vestida toda de preto com um short curto e colado, uma blusa de alça, usava uma sapatilha, meias grossas que iam até a altura do joelho. Por cima da meia, em uma das pernas tinha uma fita que ia desde o pé até a altura da coxa. Ela também estava com luvas, que iam até acima do cotovelo, e também tinham fitas por cima dando um efeito diferente na sua roupa sexy.

When the walls come crashing down
Quando as paredes estiverem caindo
I hope you're standing right in front of me
Espero que você esteja de pé em frente a mim
When my past lies all around
Quando as mentiras do passado estiverem em volta de mim
Cause all you to need to save me is to intervene
Tudo que você precisa para me salvar é intervir
And make the walls come crashing down
E fazer as paredes virem a cair

Got, got dynamite?
Eu tenho dinamite?



A musica parou e então todos aplaudiram, meu pai e eu inclusive. Ela desviou os olhos de mim, e agradeceu, largando o microfone na mão de outra vampira e indo na direção da Selena que esperava no outro lado do salão.


_Paul, Joe? O que fazem aqui?_ Marcus apareceu de repente em nossa frente.
_Olá, desculpa mais você marcou conosco pra resolvermos o assunto do... Trevor.
_Ah, claro, eu havia me esquecido.
_Nós podemos resolver depois_ meu pai ofereceu.
_Não, tudo bem, venham, vamos conversar em um lugar mais reservado.
_Tudo bem.


Ele foi nos guiando pelo salão, passando no meio dos vampiros, até parar onde a Demi e a Selena estavam conversando, ambas com uma taça de vinho na mão. As duas se viraram pra nos encarar.


_Desculpa interromper a festa de vocês_ meu pai disse.
_Tudo bem_ ela disse, evitando me encarar.
_Eu ofereceria uma bebida, mais não temos refrigerante nem vinho_ Marcus disse rindo.
_Tudo bem, não estou com sede_ meu pai riu também.


Foi só ai que me manquei que o que ela tinha na mão não era uma taça de vinho, era sangue.


_Filha, se incomoda se formos conversar lá dentro?
_Não_ ela forçou um sorriso_ isso aqui já tava mesmo me enchendo.
_Ótimo.
Nós quatro fomos juntos até o escritório do Marcus, ele se sentou em sua cadeira, mais eu e meu pai preferimos ficar de pé, ela parou no meio de nós dois.

_Desculpem, eu havia me esquecido do nosso compromisso_ Marcus se desculpou.
_Tudo bem, não tem problema.
_É que hoje é um dia especial, é aniversário da Demi_ ele explicou.
_Verdade?
_Sim, está completando...
_Eles não precisam saber minha idade_ ela o interrompeu.
_Qual o problema?_ ele perguntou.
_Eu não quero que os vira-latas saibam minha idade_ ela sorriu cínica e se virou pro meu pai_ Nada pessoal.
_Tudo bem_ ele falou.

Eu a olhei incrédulo, porque ela não me contou que faria aniversário? Tentei disfarçar o máximo que pude minha indignação.

_A propósito_ meu pai continuou_ você canta muito bem.
_Obrigada_ ela sorriu e deu um gole em sua... Bebida.
_Bom, como você não gosta mesmo de comemorar acho que não vai se importar se te mandar resolver um assunto pra mim_ Marcus disse.
_Que assunto?
_Trevor Bennet_ ele deu uma pasta na mão dela_ Trabalha a noite em um posto de gasolina no fim da estrada principal.
_Tudo bem, eu queria mesmo sair daqui_ ela sorriu.
_Tem mais uma coisa, sei que prometi que não te mandaria mais trabalhar com ele_ ele me lançou um olhar cauteloso_ mais é que...
_Tudo bem_ ela o interrompeu_ não tem problema, ele pode vir.
_Você não se importa?_ meu pai perguntou.

Ela bebeu o resto do sangue na taça, colocou em cima da mesa e se virou pra olhá-lo, jogando a pasta na mão dele.

_Eu sou profissional_ disse.
Ela se virou sem me olhar e saiu da sala, eu apenas a segui em silencio. Do de lado de fora a Selena esperava com duas capas na mão.

_Não vou precisar_ a Demi recusou_ vai estragar meu visual.
_Ta bem.
Ela continuou andando.
_Da um tempo pra ela_ a Sel me disse_ ela ainda ta chateada por... Você sabe.
_Ta legal_ suspirei e a segui.

Nós andamos em silencio até o lado de fora, ela parou entre as árvores e se virou pra me olhar séria.

_Anda, se transforma pra podermos ir_ sua voz era cortante.
_É assim que vai ser agora? Via ficar me tratando mal?
_Não tenho tempo pra isso agora_ falou.
_Ótimo então, se é assim que você quer.

Me transformei sem dizer mais nada e começamos a correr, já estava escurecendo. Em questão de minutos chegamos ao posto de gasolina, voltei a minha forma humana e sem mais nenhuma palavra entramos. O cara tava atrás do balcão da pequena loja que tinha ali.

_Em que posso ajudá-los?_ ele perguntou.
_Em muita coisa_ ela falou com sua voz sedutora, se inclinando no balcão.
_Me diga o que.
_Você é Trevor Bennet?
_Eu mesmo, sou seu servo_ ele falou sorrindo_ a propósito adorei as lentes.
_Obrigada.

Carinha abusado, minha vontade era tacar a cabeça dele contra parede. Ela se sentou no balcão, ele arregalou os olhos, olhado fixamente pras pernas descobertas dela.
_Érr... O que uma deusa como você quer de um cara como eu?
_Você_ ela segurou a gola da camisa dele_ conhece um cara chamado Marcus?
_Eu... Conheço muitos... Marcus_ ele gaguejou.
_Bom, esse é diferente_ ela se aproximou mais dele_ Você ta devendo uma grana pra ele.
Os olhos dele se arregalaram ainda mais.
_Não precisa fazer essa cara_ ela sorriu.
_Você é uma...
_Exato, e se você colaborar, ninguém vai se machucar.
_Eu ia pagar é que...
_Não tem que explicar, é só pagar_ disse zangado, minha voz saiu áspera e o cara se encolheu com medo.
_Eu, eu vou buscar_ ele garantiu.
_Ótimo_ ela disse.

Ele entrou em uma porta que tinha no fundo da loja, ela continuou sentada no balcão e se virou pra me olhar.

_Não precisava falar daquele jeito_ ela reclamou.
_Não precisava se insinuar daquele jeito_ rebati no mesmo tom.

Ela bufou e olhou pro lado zangada, cruzando os braços. Eu cheguei mais perto, me escorando no balcão entre suas pernas. Ela me olhou fixamente.

_Posso saber por que estamos brigando?_ perguntei.
_Desculpa meu mal humor_ ela descruzou os braços.
_Nós precisamos conversar sobre o que aconteceu_ escorei minha mão em sua perna.
_Eu sei. Pode ser depois? Estamos trabalhando agora.
_Nós vamos mesmo conversar ou você vai fugir como fez da ultima vez?
_Depois_ ela repetiu.

Ela levantou a perna e colocou o pé em meu peito, me empurrando delicadamente pra longe dela. Então o cara voltou com uma maleta na mão.

_Ta tudo aqui_ ele colocou o dinheiro em cima do balcão.
_Obrigada, você é um amor_ ela se inclinou em cima do balcão e deu um beijo na bochecha dele.
_Não tem de que_ ele falou com uma cara de idiota.

Ela pegou a maleta e nós andamos calmamente pra fora, voltando a nos esconder entre as árvores. Corremos de volta a casa, mais antes de entrar segurei seu braço.
Que se ta fazendo?_ ela me olhou confusa.
_Antes de a gente entrar, preciso saber quando vamos poder conversar.
_Pode ser amanha no mesmo lugar de sempre?
_Amanha então_ concordei.

Ela se virou pra entrar, mais eu não deixei, continuei a segurar seu braço.

_O que foi agora?_ ela perguntou impaciente.
_Eu te amo_ falei.
_Também amo você_ sussurrou, com um sorriso triste no rosto.

Eu a puxei com força pelo braço, sem dar chance pra que ela escapasse. A segurei pela cintura e a beijei, ela resistiu um pouco, assustada e preocupada como sempre, mais então correspondeu, jogando sua mão envolta do meu pescoço, me beijando com mais vontade que de costume. Então cedo de mais se afastou, escorando sua testa na minha, nós dois respirando com dificuldade.

_Nós temos que entrar_ sussurrou um tempo depois.
_Ta bem_ concordei e dei um ultimo selinho antes de soltá-la_ a propósito... Feliz aniversário.

Ela se afastou de mim, revirando os olhos zangada, respirou fundo pra se recompor e fez uma careta, provavelmente por sentir meu cheiro. Eu fiz o mesmo, então nós entramos, passando pela multidão de vampiros e indo até o escritório onde meu pai e o dela riam juntos de alguma coisa.

_Aqui_ ela colocou a maleta na mesa.
_Obrigada, vocês nunca decepcionam né?_ Marcus falou ainda rindo.
_Claro que não_ ela forçou um sorriso.

Depois de acertar tudo fomos embora, deixando eles na festa.
Narrado pela Demi

Eu voltei pra festa, tentando em vão me divertir, até que minha irmãzinha apareceu.

_Feliz aniversario maninha_ ela chegou perto e me abraçou.
_Obrigada.
_Eu já sei de tudo_ sussurrou quase inaudivelmente em meu ouvido, ainda abraçada a mim.
_Como é?
_Você e o lobisomem.
_Não sei do que esta falando_ disfarcei.
_Sabe sim, eu ouvi você conversando com a Selena e vi você aos beijos com ele lá fora agora pouco.
_O que você vai fazer?_ perguntei preocupada.
_Por enquanto nada_ ela riu_ mais é melhor você ficar ligada e tomar cuidado comigo.
_Você não presta_ acusei.
_Não sou eu que estou traindo a confiança do papai.

Ela se afastou pra me olhar, sorrindo vitoriosa ao ver minha expressão de horror.

_Feliz aniversário maninha querida.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Capítulo 20 – Arrependimento


Acordei meio confusa, sem saber onde estava, abri os olhos devagar, estava tudo embaçado. Eu estava deitada sobre a enorme cama, completamente nua, olhei pro lado e vi minhas roupas jogadas no chão. Eu estava na casa secreta... Não pude evitar o sorriso que surgiu em meu rosto ao lembrar de tudo que havia acontecido, joguei a mão pro lado e percebi que não havia nada ali. Sentei na cama assustada e então o vi... Encostado casualmente na porta, me olhando com um enorme sorriso no rosto.

_Oi_ ele falou sorrindo.
_Oi_ sorri de volta.
_Dormiu bem?
_Muito bem_ falei meio envergonhada.

Foi só então que eu parei pra olhá-lo de verdade. Ele estava com sua calça jeans e sua blusa ainda estava jogada em um canto do quarto, seus braços e seu peito estavam cheios de marcas roxas e vermelhas como se ele tivesse levado socos e tinha vários cortes, marcas de unha. Meu sorriso sumiu.

_O que... _ não consegui terminar.
Ele acompanhou me olhar e seu sorriso também sumiu_ Ta tudo bem.
_Eu fiz isso?_ perguntei sem acreditar.
_Não foi nada, é só...
_Nada?_ minha voz se alterou um pouco_ Eu sabia que não deveria ter concordado com isso.
_Hei, calma_ ele veio pra perto e se sentou na cama a minha frente.
_Como calma? Olha o que eu fiz.
_Eu não sinto nada_ ele garantiu, suas mãos me seguraram pelos ombros_ Daqui a pouco some e nem vou mais lembrar disso.
_Só porque não vão estar ai não quer dizer que eu não tenha feito_ falei.
_Demi, eu não sou tão frágil como você pensa, isso não é nada, podia ter sido pior e...
_Pior? Você achou que eu fosse fazer algo pior?
_Não foi o que eu quis dizer_ ele se defendeu_ Quero dizer que você se controlou tão bem e...
_Mas eu machuquei você_ as lágrimas traiçoeiras desceram pelo meu rosto_ Desculpa.
_Não há pelo que se desculpar_ ele sorriu_ Eu estou tão feliz.
_Eu também estava até ver isso, eu sou um monstro, já deveria saber.
_Para com isso Demi, eu já disse que não sinto nada_ ele falou agora meio irritado.
_Isso não importa_ falei_ Eu tinha que estragar tudo.

Eu tirei suas mãos do meu ombro, e me levantei da cama rapidamente, pegando minhas roupas do chão e indo na direção do banheiro.

Narrado pelo Joe

Ela sumiu pela porta, levando as roupas junto. Porque ela não podia simplesmente ver o quanto eu estava feliz e que aquilo não importava? Ela voltou então já vestida, pegou o sapato e começou a calçar, ela parou pra me olhar, enquanto conversávamos as marcas já haviam sumido.

_Viu só?_ estendi os braços pra que ela visse_ já sumiram.
_Eu ainda posso vê-las_ sussurrou com sua voz triste.
_Demi, por favor, não estraga, ta tudo bem, eu estou feliz e...
_Já estraguei_ ela falou.

Então sumiu pela porta como um fantasma me deixando sozinho. Peguei minha blusa no chão, vesti e fui andando pra casa, do mesmo jeito que vim... Sem pressa. Quando cheguei em casa me joguei na cama, o Kevin apareceu em seguida, ele não perdia uma.

_Porque esse sorriso bobo no rosto?_ ele perguntou.

Eu não havia percebido que estava sorrindo, apesar da pequena discussão eu estava feliz, tê-la em meus braços foi ainda melhor do que eu imaginava.

_Eu estou feliz, mais estou triste_ falei.
_Não entendi_ ele falou com uma expressão de idiota no rosto.
_Eu estava com a Demi e... Agente...

Não importa que ele me entenda, aquele não era um assunto que eu queria discutir com ele.

_Vocês o que?
_Érr... Nada.
_Vocês fizeram? _ ele perguntou de repente sorrindo.
_Ta tão óbvio assim?
_Pela sua cara de idiota só pode ser isso_ ele zombou.
_É, foi isso mesmo_ confessei.
_Posso saber agora porque você ta triste?

Não tinha jeito, eu não conseguia esconder nada dele. Então contei tudo que aconteceu, ele ouviu pacientemente, sem zombar ou dar palpite, apenas escutou.

Narrado pela Demi

Eu me tranquei no meu quarto, até a que a Selena entrou pra ver o que tinha acontecido. Depois de muito insistir eu lhe contei o que houve.

_Demi, não precisa ficar assim, foi um acidente e podia ter sido pior.
_Isso não ajuda em nada Selena, você devia ter visto, ele estava todo machucado.
_Demi, ele é um lobisomem, é forte.
_Isso não interessa, eu... Vocês nunca vão entender.
_Amiga, não gosto de te ver assim. Não deixa isso estragar o amor de vocês, é tão lindo. Você sabia desde o inicio que não seria fácil.
_Só não imaginei que seria tão difícil. Eu estava tão feliz, tinha sido tudo tão perfeito, mas foi só abrir os olhos pro sonho acabar.
_Vocês vão superar_ ela falou_ você vai ver.

Eu tentei relaxar e esquecer que eu era um monstro e que havia machucado o homem que amo, mais não foi tão fácil. O dia seguinte foi insuportável, meu pai e minha mãe notaram que aquela minha felicidade tinha de repente desaparecido. Eu sai pra caçar junto com a Selena, isso me ajudou um pouco, diminuiu minha aflição. Acordei no outro dia preocupada com o que aconteceria, o que diria a ele. Me arrumei devagar e quando ia saindo do quarto dei de cara com meu pai.

_Bom dia pai_ forcei um sorriso.
_Feliz aniversário_ ele abriu os braços me convidando.
_O que?_ arregalei os olhos.
_Hoje é seu aniversário querida, esqueceu?
_Bem que eu queria_ revirei os olhos.

Vinte de agosto, sempre odiei esse dia, meu aniversário. Meu pai sempre insistia em comemorar, eu não sei pra que, já faziam anos que eu não envelhecia.

_Não se faça de difícil.
_O senhor sabe que eu odeio esse dia, não quero comemorar.
_Só lamento por você, hoje você não sai_ ele sorriu e me deu um beijo na bochecha.

Era só o que me faltava, bufei com raiva mais ele me ignorou e sai me deixando sozinha. O que eu faria agora? O Joe pensaria que eu não apareci pelo que houve anteontem. Como sempre, algo tinha que dar errado.

_Feliz aniversário_ a Selena e o Nick apareceram e me deram um abraço.
_Vocês só podem ta brincando comigo_ suspirei.
_A o que isso? Alegria_ ela disse.
_Que ódio, vocês sabem que eu não gosto de comemorar, por que...
_Não seja chata_ o Nick interrompeu_ hoje é o seu dia.

Pelo que vi, hoje seria um dia e tanto.

Narrado pelo Joe

Comecei a me arrumar, preocupado em como estaria o humor da Demi hoje, o que eu diria pra ela se ainda estivesse zangada. Então meu pai entrou no quarto, se escorou na parede e cruzou os braços.

_Precisa de alguma coisa?_ perguntei.
_Você não vai sair hoje_ ele disse com um tom meio autoritário.
_Porque não?
_Preciso de você em casa, trabalho.
_Hoje? Não pode ser outra hora?
_Não, eu quero você em casa pra que possamos discutir os detalhes.
_O senhor não pode mandar o Kevin?
_Você sabe que pra trabalhos com as sanguessugas eu prefiro que você vá.
_O trabalho é com os vampiros?
_É, nós vamos fazer uma visita ao Marcus depois do almoço. Você pode agüentar até lá?
_Posso_ concordei.
_Ótimo_ ele se virou e saiu do quarto.

Não foi bem isso que planejei pra hoje mais... Pelo menos eu poderia vê-la.


terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Capítulo 19 – A primeira vez


No dia seguinte eu estava entediada, preocupada, triste tudo ao mesmo tempo. A Selena entrou no meu quarto e sentou ao meu lado cruzando os braços.

_Qual o problema?_ ela perguntou séria.
_Todos_ falei.
_É sério Demi.
_Tem uma coisa me incomodando_ confessei.
_E o que seria?
_Ontem, antes de tudo acontecer, eu e o Joe estávamos na casa secreta sabe?
_Sei, nunca mais fui lá_ ela lembrou.
_Então, nós estávamos juntos e... Um beijo aqui, uma carícia ali e...
_Vocês fizeram?_ ela arregalou os olhos interrompendo meu raciocínio.
_Não criatura, é esse o problema_ suspirei.
_Como problema? Você quer e ele também, qual o problema que tem nisso?
_Todos, você sabe que eu nunca... Fiz_ disse meio envergonhada.
_Não foi por falta de oportunidade, o que o David fez pra te levar pra cama não ta no gibi_ ela riu.
_Selena?
_Ta desculpa.
_É que eu não sei bem o que fazer, ele é um lobisomem e ainda tem o lance de eu querer o sangue dele, isso tudo não ajuda_ expliquei.
_Bom, não é pra te pressionar mais o relacionamento de vocês não vai poder ficar nos selinhos pra sempre.
_Isso realmente ajuda muito Selena_ sorri cínica.
_Você é forte Demi, você consegue_ ela encorajou.
_Eu não quero machucá-lo, mais também não quero perdê-lo por uma coisa dessas_ falei.
_Olha, você tem que decidir o que é mais importante pra você. O que você quer mais? O amor ou o sangue dele? Quando você descobrir a resposta vai saber o que fazer.

Eu sorri agradecida pelo conselho e a abracei, não sei o que seria de mim sem ela. Passei o resto do dia pensando no que ela havia me dito e dormi mais tranqüila quando chagou a noite. No dia seguinte, assim como nos outros levantei cedo, ansiosa de novo pra ver seu rosto o mais rápido possível. Vesti um short jeans, uma sapatilha, uma blusa de manga verde clara, soltei meus cabelos e sai, não precisei avisar ninguém, eles sabiam que eu sairia, virou rotina embora eles não soubessem pra onde eu ia.

Narrado pelo Joe

Quando acordei me sentia melhor, a dor no braço já tinha passado e só restara o estresse emocional. Levantei, coloquei minha calça jeans, e uma blusa sem mangas branca, estava sol lá fora, um dia lindo, então a deixei aberta. O Kevin viu o sorriso involuntário no meu rosto enquanto eu me arrumava.

_E ai? Já vai sair?
_Já_ disse simplesmente.
_O papai vai ficar preocupado_ ele alertou.
_Ele não vai me impedir de sair hoje, tem uma coisa que preciso fazer.
_Sobre aquilo que conversamos ontem?
_É, bom até mais.
_Até_ ele sorriu.

Eu havia contado pra ele o que aconteceu entre mim e a Demi, ele me aconselhou a pedir desculpas e não pressioná-la mais, eu sabia que era o certo a fazer então nem meu pai me impediria de sair de casa hoje. Fui andando mesmo, admirando a paisagem, quando cheguei a casa, entrei no quarto e ela estava lá, sentada na beira da cama com as pernas cruzadas, sua sapatilha estava jogada em um canto do quarto, eu tirei o meu também.

_Oi_ falei meio sem jeito, não sabia como começar.
_Oi_ ela disse igualmente envergonhada.
_Foi um dia e tanto em?
_É, como esta seu braço?_ ela perguntou parecendo preocupada.
_Novinho em folha_ eu fiz um movimento com o braço, pra mostrar que não doía mais e ela riu.
_Que bom

Narrado pela Demi

Eu me levantei, ele continuava encostado na parede, me olhando atentamente.

_Foi muita petulância daquele vira-lata atacar você_ ele falou.
_Foi muito corajoso da parte dele atacar um vampiro assim_ falei.
_Acho que você não é tão assustadora assim_ ele brincou.
_Como é?
_Verdade, sua irmã oxigenada é mais assustadora que você_ ele disse rindo.
_É isso que você acha?
_O vira-lata não me deixa mentir_ ele continuou rindo.

Ele andou em minha direção, mas passou direto, ficando atrás de mim, eu me virei pra olhá-lo.

_Quer dizer que eu não assusto?
_Eu não tenho medo de você_ ele disse agora sério.
_Você não sabe o que esta dizendo.

Eu me inclinei e saltei em cima dele. Ele caiu na cama e eu por cima, segurando seus braços com força no colchão, sentada em cima dele. Eu dei um grunhido.

_Pensa que isso me assusta?_ ele perguntou rindo.
_Você é muito convencido.
_Você não é tão forte, eu posso me soltar facilmente_ ele afirmou.
_Eu duvido_ desafiei.
_Nunca duvide de um vira-lata.

Ele me empurrou com força, soltando seus braços e fazendo com que trocássemos de posição. Ele prendeu minhas mãos no colchão, inclinado em cima de mim, com seu sorriso pretensioso no rosto.

_Viu só?_ ele sorriu_ eu sou mais forte que você.
_Eu não estava usando toda minha força_ tentei me defender.
_Claro que não_ ele riu cínico_ Admita que sou mais forte que você, mais assustador.
_Não é não_ insisti.
_Teimosa_ ele acusou.
_Chato_ rebati.


Ele começou a me encarar, me olhando no fundo dos olhos. Se aproximou devagar pra encostar seus lábios nos meus, eu não resisti como das outras vezes, apenas deixei que acontecesse, mais então ele parou o beijo de repente, soltou meus braços e se levantou, chegando um pouco pra trás, mas ainda sentado em cima das minhas pernas.


_Que foi?_ perguntei confusa, ele nunca fazia isso.
_Desculpa_ ele fez uma careta_ eu sou um idiota.
_Do que você ta falando, eu não... _ me sentei também.
_O que aconteceu no outro dia, eu não quero te pressionar e nem quero que você fique com raiva de mim, eu sou um imbecil, por favor, me perdoa?_ suas palavras saíram todas de uma vez.
_Ta tudo bem_ garanti_ não precisa se desculpar.
_Preciso sim, eu...
_Shh... Me escuta. Eu conversei com a Selena sobre o que aconteceu no outro dia. E tomei uma decisão_ informei a ele convicta do que queria.
_Que decisão?_ ele perguntou sem entender do que eu estava falando.
_Essa.


Eu segurei seus rosto em minhas mãos e o beijei, beijei como nunca antes, sem medo, sem restrições, só deixei que meus instintos me guiassem. Ele correspondeu meu beijo, mas estava receoso, confuso com minha mudança repentina. Eu me afastei rapidamente pra olhá-lo.


_O que isso significa?_ ele me olhava atentamente.
_Que não quero mais fugir, nem sentir medo_ expliquei_ Significa que eu quero você e quero pra sempre.

Eu me movimentei rápido, o empurrando delicadamente, fazendo que ele sentasse na cama e me sentei em seu colo, uma perna de cada lado de sua cintura. Voltei a beijá-lo com vontade, feliz pela sensação que isso me dava, deixei que minhas mãos deslizassem pelo seu braço, levando sua camisa branca junto e a jogando em um canto do quarto, eu alisei o seu peito nu e senti ele estremecer levemente com meu toque, sua respiração vinha rápida no meu rosto. Ele me envolveu com suas mãos, me apertando contra seu corpo com força, enquanto me beijava tranquilamente, apenas aproveitando cada detalhe, cada toque, era tudo melhor do que podia imaginar. Suas mãos deslizaram pelo meu corpo levantando a minha blusa, eu me afastei um pouco pra que ele pudesse tirá-la e a jogasse em um canto qualquer do quarto. Ele me segurou com força e me jogou na cama, deitando por cima de mim, desceu os beijos pro meu pescoço enquanto minhas unhas arranhavam suas costas. Ele abriu os botões do meu short e puxou ele com vontade, jogando ele longe, voltou a se deitar sobre mim me beijando e suas mãos alisando minha perna. Ele parou por um momento pra me olhar.


_Eu te amo_ ele sussurrou.
_Também amo você_ sorri_ pra sempre.


Deixei que a enorme sensação de prazer tomasse conta do meu corpo, e percebi enquanto ele me tocava que aquilo era o certo, eu e ele juntos... Não havia nada melhor que aquela sensação, ele era meu. Então me entreguei a ele de corpo e alma, eu agora era dele... Pra sempre.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz natal

feliz natal pessoas glamorosas do meu jardim encantado :D
ñ vou postar até terça feira, por isso td de bom
bjk's xau xau

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Capítulo 18 – Impulso


Acordei cedo e fui me encontrar com o Joe na casa secreta, eu e a Sel costumávamos chamá-la assim. Ele já estava lá, me esperando, sentado na cama.

_Bom dia_ ele disse com seu sorriso encantador.
_Bom dia_ falei e me sentei ao seu lado, lhe dando um rápido selinho_ Seu pai foi lá em casa ontem.
_To sabendo, foi por causa do vampiro que eu e o Kevin vimos.
_Ele estava bem preocupado.
_Ele disse algo que não entendi.
_O que?
_Que não sabia se o vampiro era ou não um transformado. Existe outra opção?
_Bom é que ele pode ser um transformado ou aquilo que chamamos de vampiro puro.
_Vampiro puro?_ ele perguntou confuso.
_Um transformado é aquele que é mordido por um vampiro. Um vampiro puro é aquele que já nasce assim, sendo um vampiro... Como eu.
_Nascer assim?
_É, como um humano nasce, gravidez e tudo. Só que na versão vampira_ expliquei sorrindo.
_Você já nasceu assim?
_É, os vampiros transformados, quando são mordidos param de mudar, de envelhecer. Os vampiros puros nascem como uma criança só que vampira e crescem até determinada idade, como no meu caso dezoito anos.
_Você tem dezoito anos?
_Tecnicamente sim.
_Eu não sabia que vampiros podiam ter filhos_ ele fez uma careta de confusão.
_Só os vampiros puros podem. Você nunca percebeu a diferença entre mim e a Sel?
_Diferença?
_Meu coração bate e o dela não. Eu tenho sangue em minhas veias.
_A Selena é transformada?
_É sim.
_Mas não entendo, se só os vampiros puros podem ter filhos, como você pode ser filha do Marcus e da Daiana? É só de consideração?

_Não, eles são vampiros puros também.
_Mas eles são mais velhos, não tem dezoito anos. Sua mãe até que é jovem, mas seu pai não... Eu não entendo.
_Eles são diferentes, eles envelheceram mais que os outros. Não sei por que, eles são diferentes e eu também sou, nós somos uma família de aberrações no meio de um monte de aberrações.
_Você não é uma aberração e...
_Esquece ta bom?_ eu me levantei da cama, ficando de frente pra ele.
_Vocês são tão complicados_ ele revirou os olhos.
_Então não tente entender, guarde sua curiosidade.
_É muito difícil_ ele falou e se levantou pra ficar a minha frente.
_A curiosidade matou o gato.
_Eu não sou um gato, sou um cachorro, um lobo melhor dizendo_ ele colocou as mãos em minha cintura me puxando pra mais perto.
_Você é um gato sim_ sorri maliciosamente.
_Você acha?_ ele chegou seu rosto mais perto do meu.
_Acho sim.

Ele se inclinou pra beijar meu pescoço, e minhas mãos apertavam seus braços nus.

_Você me deixa louco sabia disso?_ ele sussurrou entre beijos.
_Sabia_ brinquei_ você também me enlouquece.

Ele riu baixinho e encostou seus lábios nos meus delicadamente. Nossas bocas se abriram dando inicio a um beijo intenso, cheio de desejo. Suas mãos deslizaram pelo meu corpo me deixando arrepiada, eu levei minhas mãos até sua nuca, acariciando, o puxando pra mais perto. Ele apertou minha cintura com força, e alisou minhas costas, por debaixo da blusa. Ele me virou na direção da cama sem parar de me beijar e foi andando devagar na direção dela. Eu me afastei instintivamente vendo onde aquilo ia dar.

_Para_ eu tirei suas mãos de mim.
_Que foi?_ ele pareceu meio confuso.
_Eu não posso_ falei ofegante.
_Por quê? Você não quer?_ ele pareceu decepcionado.
_Quero, quero muito, você nem faz idéia_ disse nervosa.
_Então qual o problema?_ ele se aproximou pra beijar meu pescoço de novo, eu revirei os olhos e quase me desconcentrei.

Eu me movimentei rápido, indo parar do outro lado do quarto, o mais distante possível dele. Ele me encarou confuso, sua respiração estava ofegante como a minha.

_Você não faz idéia de como dói, sentir o seu cheiro a essa distancia que estou agora.
_Mas você se controla tão bem e...
_Você não entende_ fui de novo pra perto dele, a apenas alguns centímetros_ Quando eu estou assim com você, eu não consigo pensar direito, eu fico confusa e dói tanto, a sede é quase insuportável. Eu vou te machucar.
_Não vai não_ ele me fitou esperançoso, eu podia ver o desejo queimando dentro dele, tanto quanto em mim_ você é forte.
_Não sou não_ sussurrei derrotada_ eu sou um monstro.
_Para com isso Demi, ta tudo bem, você pode...
_Não eu não posso, por favor, não insiste_ eu me exaltei.

Ele me fitou sério por um momento que pareceu não ter fim. Eu não queria que ele ficasse com raiva mais eu não ia arriscar a vida dele daquele jeito, mesmo ele não sendo tão frágil.

_É melhor irmos embora_ ele disse finalmente.
Eu me segurei pra não chorar na frente dele, porque ele não entendia? Porque tinha que ser assim?
_Meu pai já esta desconfiado do porque eu saio tanto_ ele disse quando eu não respondi, eu podia sentir o seu esforço pra ser gentil.
_É melhor mesmo_ eu disse, meu tom de voz saiu cortante, mais do que pretendia.

Eu não estava com ânimo pra correr, e fui andando na direção da selva, ele esperou um minuto antes de me seguir, sem se transformar, nós andamos em silencio. Eu não consegui me segurar e senti as lágrimas traiçoeiras descerem pelo meu rosto, levantei a mão pra limpar e senti sua mão segurar meu braço.

_Você ta chorando?_ ele parecia culpado.
_Não_ menti, mais minha voz quase inaudível me entregou.
_Desculpa_ ele me abraçou_ eu não queria ser grosso, nem te magoar é que é tão difícil.
_Eu sinto muito, eu queria ser diferente, não queria ser esse monstro_ disse em meio às lágrimas.
_Você não é nada disso, eu que sou um idiota_ sua voz estava agoniada.

Eu me afastei pra olhar seu rosto, ia dizer alguma coisa quando senti algo estranho, uma presença.

_Não estamos sozinhos_ falei.
_Como é?_ ele perguntou confuso.
_Tem alguém aqui_ sussurrei.

Nós nos viramos pra olhar ao mesmo tempo, então ele saiu correndo da floresta e parou quando nos viu. Aparentava ter a idade do Joe, moreno, seus cabelos e olhos eram negros. Era um lobisomem, nos encarou com raiva, parecia descontrolado.

_Sanguessuga_ ele falou com sua voz grossa, me encarando com ódio.

Ele se transformou diante de nossos olhos, e rugiu. Ele pulou na minha direção e antes que eu pudesse pensar em fazer alguma coisa o Joe já havia se transformado e se jogado na minha frente pra me proteger. Ouvi seu grunhido de dor quando o lobisomem o acertou. Meu coração disparou com a adrenalina, os dois começaram a lutar, derrubando umas árvores junto. O lobisomem descontrolado ameaçou vir pra cima de mim novamente e o Joe o acertou. O lobisomem correu e o Joe foi atrás, desaparecendo pelo meio das arvores. Desesperada. Com medo que ele se machucasse e sem saber o que fazer corri até em casa e entrei feito louca no escritório do meu pai.

_Pai por favor_ disse desesperada.
_O que houve Demi?_ ele perguntou preocupado, se levantando e vindo em minha direção.
_O Joe, ele precisa de ajuda.
_Quem?
_Eu estava na floresta conversando com ele quando um lobisomem descontrolado apareceu do nada e atacou, os dois saíram lutando e... Ele vai se machucar e...
_Calma Demi_ ele pediu_ nós não temos nada haver com esse lobisomem.
_Ele fez pra me salvar, o lobisomem ia me matar e ele se jogou na frente pra me proteger_ disse.
_O que você tava fazendo na selva com ele?
_Agente se encontrou por acaso_ menti rapidamente_ o senhor precisa fazer alguma coisa.
_Por que você se importa tanto?_ ele perguntou desconfiado.
_Eu fiz o maior esforço que pude pra não matá-lo, eu não quero que ele morra por minha culpa e arrume mais problemas. Lobisomem ou não ele tava tentando me proteger_ insisti.
Ele viu a agonia nos meus olhos_ Ta bem, vem comigo.

Sem dar avisos a mais ninguém, nós dois corremos pela floresta e em poucos minutos chegamos à casa dos lobisomens, Paul se surpreendeu ao nos ver.

_Marcus?_ ele nos olhou surpreso_ o que foi?
_É o seu filho_ eu disse_ nós estávamos na floresta quando um lobisomem louco apareceu e nos atacou, o Joe e ele começaram a lutar e eu não sei mais o que aconteceu.
_Um lobisomem?
_É, ele me atacou e o Joe se enfiou na minha frente pra ajudar.
_O que vocês tavam fazendo na floresta?
_Agente se esbarrou por acaso_ falei impaciente.
_Droga, e pra onde eles foram?
_Não sei. Ele saiu correndo atrás do lobisomem e eu não o vi mais.
_Ta bem, eu vou... Marcus vem comigo, por favor?_ ele pediu.
_Ta bem_ meu pai concordou e eles saíram correndo.

O Kevin se aproximou de mim junto com a Dani.

_Demi, calma vai ficar tudo bem_ ele tentou me acalmar.
_Se acontecer alguma coisa com ele eu...
_Não vai_ a Dani me interrompeu_ o Joe é forte, calma.

Nós esperamos impacientes enquanto meu pai e o Paul discutiam algo no escritório. Foi ai que o Joe entrou pelo portão, seu rosto estava cheio de marcas, ele estava sangrando e segurando o braço, sua expressão era de dor. Eu prendi a respiração, o Kevin foi na direção dele e rapidamente o Paul e meu pai apareceram também. Eu fiquei congelada no lugar.

_Joe? Meu Deus você ta bem?_ Paul perguntou.
_To, só acho que desloquei o braço_ ele fez careta e seus olhos pararam no meu rosto assustado.
_O que houve?_ Kevin perguntou.
_Demos de cara com um lobisomem na selva, ele atacou, em um impulso eu me atraquei com ele e começamos a lutar e ele fugiu.
_Sei, a Demi contou, mais o que houve depois?_ Meu pai perguntou.
_Eu corri atrás dele, ele foi na direção da cidade, o segui até um beco e ele estava lá, junto com um vampiro e um cara morto.
_Tinha um vampiro com ele?_ Paul disse incrédulo.
_Tinha, eu lutei com os dois e num momento de distração os desgraçados deslocaram meu ombro e acertaram meu rosto.
_E o que ouve com eles?
_Conseguiram fugir, eu não consegui evitar_ ele falou e fez outra careta de dor.
_Me deixa ajudar.

Meu pai estendeu a mão e o Joe a segurou, ele contou até três e puxou o braço dele com força, o colocando no lugar. Ele deu um grito de dor e eu estremeci ainda paralisada no mesmo lugar.

_Obrigada_ ele disse.
_Que calça é essa?_ Kevin perguntou de repente.
_Por causa do machucado eu não consegui me transformar mais, e não podia ficar andando pelado por ai então peguei do cara morto no beco, ele não ia precisar mais_ falou.
_Ta, vem comigo.

Paul o levou até o escritório e eles junto com meu pai conversaram sobre tudo que houve. Eu esperei no corredor, do lado de fora da sala, o Kevin ficou comigo, tentando me acalmar. Eu podia sentir o cheiro do sangue dele e estava me deixando louca.

_Demi, calma_ ele falou.
_Droga_ fiz careta_ o cheiro.
_Ta tudo bem, calma.

Eu ia entrar na sala quando o Kevin me segurou pelos braços com força.

_Você não quer machucá-lo né? Então calma.
_Tudo bem_ tentei.
_Isso.

Ele me soltou, disfarçando a preocupação quando um lobisomem passou pelo corredor. Alguns minutos depois eu estava melhor, eles saíram da sala.

_Obrigada por vir Marcus, Demi_ Paul agradeceu.
_Não tem de que_ meu pai disse_ seu filho salvou minha filha.
_Aposto que ela teria cuidado disso melhor do que eu_ Joe riu.
_Obrigada mesmo assim. Vamos filha?
_Me da um minuto?_ pedi.

Todos olharam meio desconfiados mais assentiram, e me deixaram sozinha no corredor com ele.

_As marcas sumiram_ falei de seu rosto, ergui a mão pra tocá-lo mais me controlei.
_Eu me curo rápido_ ele sorriu.
_E o braço?_ perguntei.
_Daqui a pouco passa.
_Vamos nos ver amanha?
_Não esta no nosso itinerário_ ele brincou_ e meu pai não vai me deixar sair de casa amanha por nada no mundo.
_Entendo_ falei triste.
_Pode ser depois de amanha?_ ele perguntou quando viu minha expressão triste.
_Claro.
_Vou esperar ansioso_ ele sorriu levemente.
_Obrigada_ falei baixinho.
_Eu não ia deixar aquele idiota encostar um dedo em você_ ele falou e segurou minha mão.
_Você podia ter morrido_ falei.
_Eu morreria por você com muito prazer_ ele falou.

Ele se inclinou pra me beijar, mas eu me afastei quando percebi que tinha alguém vindo, ele soltou minha mão. Eu não precisei olhar pra trás pra saber que a tal Vanessa estava nos olhando.

_Obrigada_ falei de novo e dei as costas pra ele, indo embora.
_De nada_ eu o ouvi dizer baixinho.

Minha vontade era ignorar aquela lambisgóia no fim do corredor e correr pra abraçá-lo, beijá-lo, mais eu não podia, ia causar muita dor de cabeça. Quando virei no corredor, parei, ela tinha chegado nele, queria ouvir o que ela diria, entrei em sua mente e não gostei muito do que ouvi.

_Você ta bem amor?_ ela perguntou preocupada.
_To, e, por favor, não me chama de amor_ ele reclamou.
_Porque você se arriscou pra salvar aquela sanguessuga? Porque ele não deixou que o lobisomem estraçalhasse aquela carinha perfeita dela?
_Olha isso não te interessa_ ele respondeu grosseiro.
_Não precisa ser grosso. Porque ele defende tanto aquela idiota? Ele deveria se preocupar comigo e não com ela.
_Então não me de motivos pra ser grosso_ ele disse.

Eu continuei a andar quando ouvi o som dos seus passos, me encontrei com meu pai e fomos juntos pra casa.





Obg pelos coment's ninnas :D

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Capítulo 17 – Suspeito



Quando cheguei em casa tive que dar uma enrolada no meu pai, ele estava um pouco desconfiado graças às ladainhas da minha querida irmã, mais no final deu tudo certo. O dia seguinte foi chato como os outros, era tão ruim ter que ficar longe dele, mesmo que por um único dia. Mais ao cair da noite, meu querido pai arrumou um pouco de diversão pra nós. Chamou a mim, a Selena, a Taylor e a Ashley pra ir ao seu escritório.


_O que foi pai?_ perguntei curiosa.
_Eu tenho um trabalho pra vocês_ ele disse sorrindo.
_Pra nós quatro?_ a Taylor perguntou meio cética, ele não costumava fazer isso.
_Exato, é um caso especial.
_E o que temos que fazer?_ Ashley perguntou ansiosa.
_O nosso cliente, Bryan Adams quer fazer um investimento, na verdade ele precisa de um empréstimo.
_E o que nós temos com isso?_ a Selena perguntou sem entender.
_Mas, o nosso cara não quer investir, ele esta receoso. É um negocio complicado.
_Que negocio é esse?
_Ele tem um clube de strip, sabe como é... Mulheres dançando, tirando a roupa... Ele quer aumentar o espaço.
_E agente vai ajudar esse pateta como?_ perguntei.
_Vocês vão ajudá-lo a persuadir nosso investidor, vão se passar por dançarinas dele.
_Nosso nível ta caindo em?_ a Taylor reclamou.
_Vamos meninas, vai ser divertido_ ele encorajou.
_Ta bem_ nós quatro dissemos em coro.
_Ótimo_ ele disse feliz_ aqui esta o endereço aonde vocês vão encontrá-lo_ Eu peguei o papel.
_Eu conheço esse lugar_ falei.
_Você já fez um trabalhinho lá pra mim_ ele me lembrou.
_Claro.
_Filha, não esquece do óculos_ ele pediu.
_Vai acabar com meu look_ reclamei.
Nós fomos até o quarto da Selena nos arrumar. A Taylor colocou um vestido vermelho, colado e curto e uma sandália de salto na mesma cor. A Ashley também colocou um vestido curto, só que preto e soltinho com um decote bem chamativo. A Selena vestiu um shortinho jeans e uma blusinha bem decotada junto com uma bota preta. Eu coloquei uma mini saia preta, uma blusa tomara que caia vermelha e um salto alto preto, sem esquecer a droga dos óculos. Caprichamos na maquiagem e fomos ao encontro do tal Bryan.

_Então, entenderam tudo?_ Bryan perguntou.
_Claro que sim, só me responde uma pergunta_ eu pedi.
_O que é?
_Porque precisa de vampiros pra esse trabalho? Não era mais fácil trabalhar com dançarinas de verdade?
_Não, ela são burras e pouco profissionais. Só servem pra fazer sexo.
_Você é um idiota_ a Ashley disse.
_Eu sei disso, vamos nessa.

Um cara recebeu agente na porta do clube e disse que o tal Mark estava nos esperando. Ele levou agente até o escritório do cara sem tirar os olhos das nossas pernas, foi desagradável.

_Por favor, entrem_ ele fez um gesto em direção ao sofá.

Bryan sentou no meio, eu sentei de um lado e a Selena do outro.

_Não tem mais lugar, podemos sentar com você?_ a Taylor pediu com um sedutor sorriso no rosto.
_Claro_ Mark abriu um sorriso malicioso e elas sentaram ao seu lado.
_Então, podemos tratar dos negócios?_ Bryan perguntou sem perder tempo.
_Eu já falei que essa proposta vai me custar caro_ ele respondeu.
_Vai ser um bom investimento_ eu disse_ nós lucramos muito sabia?
_Imagino_ ele sorriu_ porque não tira os óculos.
Ele tinha que perguntar né?_Está te incomodando?
_Eu quero ver a cor dos seus olhos princesa.
Eu sorri e tirei os óculos, ele ficou boquiaberto.
_Os clientes acham sexy_ Bryan falou.
_Realmente é muito sexy_ ele concordou.
_Então Mark, esse negocio é muito importante pra nós_ a Taylor disse enquanto passava a mão pelo braço musculoso dele e cruzava sedutoramente as pernas.
_Eu... Eu sei_ ele gaguejou enquanto observava seu decote.
_Você não vai se arrepender se topar_ a Selena piscou pra ele.
_Eu não tenho certeza_ ele insistiu.
_Qual é Mark? Você sabe que vai lucrar mais do que com esse barzinho_ Bryan zombou.
_Vocês são duros na queda em?
_Você não faz idéia meu amor_ a Ashley sorriu passando as mãos pela perna dele.

Depois disso não foi muito difícil convencê-lo, e ele aceitou a proposta facilmente. Então depois que a Ashley deu o numero de telefone pra ele nós fomos embora. Estávamos andando pela cidade quando vi algo que me chamou atenção.

_Foi tão fácil, os homens de hoje em dia são muito previsíveis_ a Selena revirou os olhos.
_Eu disse que nosso nível tava caindo_ a Taylor falou.
Nós caímos na gargalhada lembrando da cara do Mark.
_Ridículo_ falei.

Foi quando vi uma sombra, um vulto passando por nós como um fantasma.

_Vocês viram isso?_ perguntei.
_Pareceu um...
_Vampiro_ A Selena completou.
_Deve ser só impressão, vamos pra casa logo, Marcus ta esperando agente_ a Ashley lembrou.

Então nós fomos pra casa.

Narrado pelo Joe

_Eu não entendo, o que deu no papai? Ele nunca mandou agente fazer a ronda juntos.
_Não estressa Joe, ele quis assim, porque reclamar?_ Kevin perguntou, sorrindo como sempre.
_Eu sei, mas é que é estranho e...
_Joe, relaxa, pensa que amanha você vai ver a Demi e vai ta tudo beleza.
_É mesmo_ sorri.
_E nem é tão ruim, nós só temos que dar um role pela cidade. Vai ser divertido.
_Tem razão, desculpa meu mau humor.
_Beleza.

Nós demos à volta na cidade, quando uma sombra passou por nós correndo.

_Viu isso?_ perguntei?
_Vi, foi naquela direção_ ele apontou.
_Tem cheiro de sanguessuga_ eu falei.
_Vamos atrás_ ele me empurrou.

Nós fomos correndo atrás da sombra, seguindo o cheiro. Quando viramos em uma esquina e ele estava lá, por cima de uma mulher. Seus olhos cor de sangue me encararam cheios de ódio e ele rugiu pra mim, antes que ele fugisse me transformei, sem me importar com as roupas. Ele correu e eu fui atrás, o Kevin veio logo em seguida. Corri atrás dele pelos becos da cidade quando ele sumiu do mesmo jeito que apareceu... Como um fantasma. Eu voltei a minha forma humana e o Kevin apareceu no beco.

_Cadê ele?_ perguntou.
_Perdi de vista_ falei.
_Aquele filho da mãe corria rápido_ ele reclamou.
_Teria sido mais fácil se você tivesse se transformado.
_Você fez o trabalho sujo por mim_ ele sorriu.
_Que bom que ajudei, agora liga pro papai e manda ele vir pra cá.
_Ligar como? É difícil levar a roupa muito menos um celular.
_Então arruma um telefone droga, manda ele vir o mais rápido possível e trazer uma roupa pra mim.
_Porque, ta com frio?_ ele zombou.
_Anda logo Kevin_ eu gritei.
_Beleza, não estressa.

Ele foi atrás de um telefone e em pouco tempo voltou. Meu pai apareceu logo depois e não ficou nada feliz ao ver o corpo da mulher no chão, morta, sem vida.

_Toma_ ele jogou a calça na minha cara.
_Valeu_ eu disse enquanto vestia.
_O que foi que houve?_ ele olhou para o corpo da mulher.
_Agente tava fazendo a ronda, vimos o sanguessuga passar, fomos atrás e... Da pra imaginar o resto.
_Ah, o Marcus vai ter que me ouvir_ ele disse zangado.
_Eu não acho que seja um dos homens do Marcus.
_Por que não?
_Ele era diferente, os olhos eram vermelhos e...
_Isso acontece quando eles bebem sangue humano.
_Mas os da Demi não ficaram assim quando ela matou aquele cara no beco_ lembrei.
_Você ta cansado de saber que ela é diferente dos outros_ ele rebateu.
_Ta, mais ele era só uma criança_ disse.
_Criança?
_Devia ter treze ou quatorze anos.
_Tem certeza?_ ele perguntou.
_Tenho pai, eu também vi_ Kevin falou.
_Que vampiro teria coragem de fazer isso com uma criança?_ perguntei com raiva.
_A menos que ele não seja um transformado_ ele falou pra si mesmo.
_Como é?
_Tenho que fazer uma visita ao Marcus_ ele ignorou minha pergunta.
_Quer que agente vá junto?
_Não, vocês ficam, eu vou mandar mais gente pra ajudar vocês a limpar isso, ninguém pode ver esse corpo entenderam?
_Sim senhor_ dissemos em coro.
_Quando acabar dêem outra volta por ai e vejam se encontram algo suspeito.
_Ta bem_ concordamos.

Ele saiu correndo e nos deixou pra cuidar de tudo.





Obg pelos coment's meninas e bem-vindas as novas seguidoras(y)


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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Capítulo 16 – A casa


Quando cheguei ao lugar marcado ele já estava esperando com sua expressão impaciente no rosto.

_Bom dia vira-lata_ eu sorri pra ele.
_Demorou em?
_Sempre impaciente o meu cachorrinho_ eu brinquei.
_Podemos finalmente ficar sozinhos hoje?
_Não estava gostando da companhia?
_Claro que estava mais eu queria ficar sozinho com você_ ele deu um sorriso malicioso.

Ele se aproximou e me deu um beijo demorado, era impossível resistir aos seus carinhos, mas a queimação em minha garganta me lembrou que eu deveria ser cuidadosa. Então me afastei.

_Então, se importa se fizermos algo diferente hoje?
_Diferente tipo o que? Vai me apresentar pro seu pai?
_Muito engraçado Joseph.
_Não me chama assim_ ele reclamou.
_Eu queria que você conhecesse um lugar.
_Que lugar?_ perguntou curioso.
_Surpresa_ eu afirmei.
_Bom, por mim tudo bem, com tanto que estejamos juntos.
_Ótimo, então se transforme pra nós irmos_ ordenei.
_Sim madame_ ele fez careta e foi andando na direção das árvores.
_Espera_ chamei.
_Que foi? Primeiro me apressa e agora manda que eu pare?
_É que... Eu queria ver como é que você se transforma.
_Você quer é?_ ele me encarou sério.
_Sim eu quero.
_Tudo bem então_ seu sorriso malicioso reapareceu.

Ele deu uns passos pra trás, se afastando de mim, então calmamente começou a abrir a calça. Eu o observei cautelosamente, ele tirou as calças ficando completamente nu na minha frente então às jogou em cima de mim.

_Segura pra mim, por favor?_ ele perguntou sorrindo.
_Claro.

Ele percebeu a minha cara enquanto o olhava de cima abaixo, tanta perfeição era desconcertante.

_Que é? Você não é a única que impressiona_ ele riu.
_Você ainda não esqueceu aquilo?_ sabia que ele não esqueceria o dia que fiquei sem roupa na frente dele, lembrar da sua cara me fez querer rir mais.
_Eu tenho cara de quem esquece uma coisa dessas?

Eu abri a boca pra protestar, mais então ele caiu no chão se contorcendo, e como num passe de mágica se transformou em um enorme lobo na frente de meus olhos. Eu cheguei mais perto enquanto ele me observava, alisando seu pelo marrom, macio. Ele me lambeu e uivou.

_Porquinho_ eu reclamei enquanto me afastava e limpava o rosto.
Ele uivou de novo, eu dobrei as calças dele no meu braço.
_Vamos logo, não tenho o dia todo.

Eu comecei a correr e ele veio atrás de mim, me acompanhando facilmente, seu cheiro continuava bom mesmo transformado. Porem sentir o vento em meu rosto ajudava a me acalmar, diminuía o efeito da queimação. Eu parei quando chegamos bem perto de onde queria. Eu queria olhar o rosto dele quando visse o lugar.

Narrado pelo Joe

Eu parei junto com ela no meio das árvores e voltei a minha forma humana, não posso negar que me agradou ver sua expressão enquanto ela me observava.

_Pode devolver minha roupa?_ perguntei.
_Claro_ ela sorriu e jogou as calças em cima de mim.
_Obrigada_ sussurrei enquanto me vestia_ Era aqui que você queria que eu conhecesse?
_Não, fica atrás dessas árvores_ ela apontou.
_Porque tanto segredo?
_Eu quero ver a sua cara quando vir o lugar.
_Você é muito má_ eu reclamei_ odeio surpresas, sou muito curioso.
_Não se preocupa, nós já chegamos.

Ela pegou minha mão e me puxou na direção das árvores.
_Chegamos.

Bem na nossa frente, em um lindo campo verde tinha uma pequena casa. As paredes de fora eram claras, marfim. Tinha uma porta de vidro e duas janelas, uma de cada lado, estava cercada por várias árvores e muitas flores.

_Bem vindo a minha casa_ ela fez um gesto de reverencia.
Ela foi andando na direção da casa, mais parou, esperando que eu a acompanhasse.
_Você não vem?_ ela estendeu a mão me convidando.
_Claro_ eu andei calmamente até parar ao seu lado, ela colocou a mão na maçaneta.
_Eu, a Sel e o Nick encontramos essa casa quando estávamos caçando, faz uns anos já. Estava abandonada, então nós reformamos e transformamos em um refugio.
_É muito bonita_ eu disse.
_Espera pra ver por dentro_ ela sorriu.

Ela abriu a porta e nós entramos em uma sala bem espaçosa. As paredes eram todas brancas, haviam dois sofás escuros, uma cor parecida com preto, talvez verde. Uma mesinha de centro, uma televisão enorme em uma estante de madeira e uma lareira. Haviam também muitos quadros espalhados por todo cômodo.

_Nossa_ foi só o que consegui dizer.
_Eu a Selena que decoramos tudo. A televisão enorme foi idéia do Nick, ele gosta de assistir aos jogos de basebol nela_ disse com um sorrisinho tímido no rosto.
_É incrível, se o Kevin visse isso nunca mais ia conseguir assistir aos jogos na nossa televisãozinha.
_Você gostou?_ ela pareceu esperançosa.
_Muito, é incrível.
_Vem ver o resto_ ela pegou minha mão e foi me guiando pra outro cômodo.

Ela me puxou, fomos até um corredor com três portas. Ela abriu a primeira e deu espaço pra que eu entrasse. Era uma espécie de escritório, como na sala as paredes eram brancas, tinha duas grandes estantes cheias de livros e uma mesa de madeira com um notebook.

_Nossa, esses livros são seus?
_Eu gosto de ler_ ela falou_ tenho muito tempo livre.
_Legal.
_Isso aqui era uma cozinha_ ela explicou_ mais como não tinha muita utilidade resolvi transformar num escritório.
_Você tem um notebook?
_O que? Só porque sou uma vampira não posso usar o computador?
_Não é isso, só não sei pra que você usaria o computador.
_Eu uso pro trabalho, facilita_ ela disse.
_Você tem internet?
_Tenho sim, mais não funciona muito bem.
_Também, aqui nesse fim de mundo_ eu zombei.
_Olha, não fala mal da minha casa_ ela me deu um tapinha.
_Desculpa_ eu ri.
_Anda logo_ ela começou a me puxar de novo.

Ela parou na segunda porta.

_Esse é o banheiro_ ela apontou.
_Banheiro?
_Não tem muita utilidade, mais eu acho bonitinho_ ela sorriu, seu sorriso encantador me desconcentrou.
_Você esta tão linda hoje_ disse sem pensar em nada.
_Obrigada_ ela agradeceu envergonhada_ quer ver o quarto?
_Claro.

Ela me guiou até a última porta do corredor, então a abriu muito cuidadosamente. O quarto era bem espaçoso, as paredes eram brancas, exceto uma, na cor preta, onde ficava a enorme cama de casal. De um lado tinha duas enormes portas.

_É o closet_ ela disse.
_É bem grande.
_Tem coisas minhas, da Selena e do Nick, mais eles quase não vem aqui, quem mais usa sou eu. Foi aqui que eu fiquei quando dormi fora de casa.
_É muito bonito_ falei.

Do outro lado, havia uma porta e duas enormes janelas de vidro que davam pra uma cachoeira.

_Quer ver?_ ela perguntou com seu lindo sorriso no rosto.
_Quero sim.

Ela abriu a porta e nós estávamos do lado de fora. Tinha um campo verde e ao fundo uma linda cachoeira, o lugar era incrivelmente lindo.

_Nossa.
_Eu sei, é incrível né?
_Não acredito que vocês acharam esse lugar por acaso.
_Foi sorte, uma coisa boa. Nos manteve ocupados por um tempo. Eu e a Sel nos divertimos muito decorando tudo. Ninguém sabe da existência desse lugar, é um segredo de nós três e agora seu também.
_Obrigada por me trazer aqui.
_Não tem de que.

Nós ficamos parados ali um tempo, observando a paisagem em silencio, só nós dois e a natureza. Então ela se virou pra mim, novamente sorrindo, parecia pensativa.

_Quer nadar?_ ela perguntou.
_Agora?_ eu falei meio espantado.
_Porque não?_ ela ergueu os ombros.

Ela foi andando até a beira da cachoeira e começou a tirar a roupa. Tirou as botas, as jogando pro lado sem o menor cuidado, abriu o botão do short e o tirou, jogando junto com as botas. Então tirou a blusa branca que estava usando, ficando apenas de calcinha e sutiã. Eu não sei explicar o que senti ao vê-la assim... Seu corpo prefeito, sem defeitos.

_Você não vem?_ ela perguntou inocentemente.
_Eu vou molhar minha roupa.
_Isso não é problema_ ele fez careta_ seca depois.
_Eu não... _ eu não sabia bem o que dizer.

Em um de seus movimentos rápidos e invisíveis ela se materializou na minha frente, seu rosto a centímetros do meu. Ela colocou a mão na minha calça e desabotoou.

_Se não quer molhar... Então é só tirar_ ela me fitou com seus olhos e me perdi na imensidão deles. Diferentes, hipnotizantes... Lindos_ Não vai dizer que ta com vergonha de mim?

Narrado pela Demi

Ele segurou minha mão com força, não pra machucar, apenas pra que eu não conseguisse me soltar, impedindo que eu soltasse sua calça. Ele me encarou em silencio.

_Você não ta mesmo a fim de nadar né?_ perguntei tentando fazê-lo falar.
Ele não respondeu, só foi chegando mais perto sem soltar minha mão.
_Por favor, não faz isso_ pedi sem força de vontade nenhuma.
_Ta tudo bem_ ele sussurrou.

Ele se inclinou mais perto, e colou seus lábios nos meus. Eu queria me afastar... Não por que eu não quisesse beijá-lo, mais porque eu tinha medo de machucá-lo, mais não o fiz, deixei que acontecesse, pois por mais doloroso que fosse eu queria aquilo mais que tudo. Sua mão se ergueu, alisando meu rosto e as minhas se prenderam no seu cabelo bagunçado. Eu podia sentir sua outra mão deslizando pelas minhas costas, me fazendo arrepiar. Então me afastei devagar antes que fizesse uma besteira. Ele sorriu pra mim, ainda segurando meu rosto em suas mãos. Era tão fácil agradá-lo.

_Você poderia, por favor, se comportar?_ pedi delicadamente, tentando disfarçar a dor que eu sentia, a queimação. Ele tentava respeitar minha dor embora não entendesse.
_Desculpe_ ele não me parecia arrependido_ é difícil me controlar quando estou com você. E ficar de calcinha e sutiã na minha frente não ajuda.
_Você nunca viu uma mulher sem roupa na vida?
_Não tão linda quanto você.
_Ah, por favor?
_É diferente_ ele afirmou_ Eu amo você.
_Também amo você, então faça o favor de não me provocar_ pedi.
_Eu vou tentar_ ele sorriu e ergueu os ombros.
_Vamos nadar_ eu disse.

Eu peguei a sua mão e o arrestei pra dentro da água, de roupa e tudo. Nós nadamos juntos na água quente, conversamos mais e ele se comportou como prometido. Depois de um tempo, nós saímos da água, ele se sentou à beira da cachoeira e me sentei junto, entre suas pernas, suas mãos me envolveram em um abraço.

_A Dani ia adorar isso aqui_ ele disse.
_Você pode mostrar a ela e ao Kevin depois, só não pode virar ponto turístico_ eu brinquei e ele riu.
_E como vai sua irmãzinha?
_Chata como sempre, ela é a única que me perturba e acha que tem alguma coisa errada com os nossos passeios. Não agüento os olhares assassinos que ela me manda_ reclamei.
_Porque ela não gosta de você?
_Ciúmes_ eu disse_ ela acha que o papai me da mais atenção do que a ela.
_E não é verdade?
_Tecnicamente. É porque nós passamos mais tempo juntos devido ao trabalho.
_Eu não tenho esse problema, meu pai sempre deu atenção igual pra mim e o Kevin.
_Ah, e como vai a... Vanessa?_ fiz uma careta.
_Ela nem olha mais na minha cara depois daquele dia.
_Melhor assim.
_Ta com ciúmes?_ ele pareceu gostar da idéia.
_E se eu estiver?_ desafiei.
_Não precisa disso, eu só tenho olhos pra você_ ele disse.
_Você precisa de óculos_ disse.
_Um lobisomem com problemas de visão?_ ele caiu na gargalhada.
_É meio estúpido, mais você precisa tomar cuidado. Anda não percebeu que você esta com uma vampira?
_Sendo assim você também precisa de óculos, não percebeu que sou um vira-lata?
_Não é a mesma coisa_ tentei argumentar.
_É sim. Eu te amo_ ele sussurrou no meu ouvido, me deixando arrepiada.

Ele começou a beijar o meu pescoço, e suas mãos passeavam pela minha perna.

_Você é bem abusadinho_ eu falei baixo.
_Você quer que eu pare?_ ele perguntou.
_Não.

Ele riu baixinho e senti sua respiração quente no meu pescoço. Eu segurei uma das suas mãos, subindo, arrastando ela da minha perna até a cintura. Ele foi descendo os beijos, e sua outra mão segurava a alça da minha calcinha. A queimação dentro de mim só fazia aumentar conforme ele me tocava, parecia que eu ia explodir a qualquer momento e pra minha sorte meu celular tocou. Me aproveitei da situação e levantei rapidamente, ele me olhou sério, respirou fundo tentado se acalmar enquanto observava minha expressão assustada. Eu peguei o celular.

_Alo?
_Demi.
_Quem é?_ eu perguntei confusa.
_Como quem é criatura? Sou eu, Selena, sua best friend forever_ ela disse.
_Ah, oi, o que foi?
_É melhor você vir pra casa, a Taylor ta enchendo a cabeça do tio Marcus de besteira sobre você.
_Como assim?
_Vem logo que eu te explico, não demora.
_Ta... Bem... Eu já to indo.
_Tchau.


Eu desliguei o celular e voltei a encará-lo.

_Que houve?_ ele perguntou ainda meio perturbado.
_A chata da minha irmã que ta querendo me encrencar_ eu disse meio nervosa_ tenho que ir embora.
_Ta, tudo bem_ ele concordou facilmente_ eu também tenho que ir.
_Eu vou me trocar e agente vai.
_Te espero aqui_ ele forçou um sorriso.

Eu peguei minhas roupas e entrei. Respirei fundo algumas vezes pra me acalmar, me sequei e me vesti. Quando voltei pro lado de fora ele já estava transformado, me esperando. Sem demorar eu comecei a correr e ele veio atrás de mim. Depois de nos despedirmos cada um foi para um lado.