domingo, 17 de junho de 2012

Epílogo da 2° temporada

É né o jeito é postar sem os coment's :'(
Vocês não sabem o quanto isso me magoa...fico um tempão aqui editando a fic e só recebo 1 único comentário gente #Muito_triste



Depois daquela visita dos nossos pais nossa vida voltou ao normal... Ou pelo menos quase isso. Eu e Joe queríamos arrumar um lugar maior pra viver mais tínhamos um apego aquela casa, uma história. Então depois de muitas conversas decidimos fazer uma reforma pra que pudéssemos acomodar a todos... Daria trabalho mais agente conseguiria. Mellany estava cada vez maior e mais esperta, e minha mãe continuava vivendo com a gente, disse que não queria saber de Marcus nunca mais. A barriga da Dall estava crescendo e o Kevin ia ficando cada vez mais bobo com a ideia de ser pai... Era tão fofo. Nós agora éramos uma família, uma grande e estranha família composta por lobisomens, vampiros e uma meio termo que não tinha um nome... Mais éramos uma família. 

_Você acha mesmo que essa ideia de morarmos todos aqui vai dar certo?_ perguntei. 
_Acho sim... Até vai ser divertido_ sorriu.
_Não sei... Tenho medo. 
_Medo de que? 
_De que algo nos aconteça... De que ainda não tenha acabado.
_Nunca vai acabar Demi. Enquanto respirarmos vão haver problemas a enfrentar pelas escolhas que fizemos. É assim que é.
_É isso que me assusta.
_Você não precisa se preocupar meu amor... Não importa o que vier... Vamos enfrentar juntos. 
_Eu sei disso_ sorri pra ele.
_Vamos cuidar da Mell e... Viver a nossa vida em paz... Nosso maior problema já passou, o que vier agora é fácil... 
_Tudo é fácil se você estiver comigo.

Ele me deu um beijo rápido e eu me deitei no seu colo, sentindo o vento bater no meu rosto, ouvindo o canto dos pássaros e o barulho da cachoeira. Como num sonho.

_Sabe... Agora que todos já sabem da casa... Acho que ela não pode mais se chamar casa secreta_ Joe disse rindo.
_Eu sei... Tenho uma nome melhor.
_Tem?
_Que tal... Nossa casa?
_Eu gostei de como soa_ deu aquele sorriso que eu tanto gostava.
_Não achei que um dia eu pudesse estar tão feliz_ falei.
_E porque esta tão feliz?
_Você esta vivo, temos a nossa casa, uma filha linda... As mentiras e duvidas acabaram. Somos só nos agora... E o principal...
_O que?
_Eu te amo.
_Eu amo mais.
_Isso ai é mentira_ falei.
_Você não tem como saber.
_É... Acho que não.

E essa é a minha história... Depois de tudo que vivi ainda estava de pé... E quer saber por quê? Só por ele, ele era a única coisa que me mantinha em pé... Respirando. O motivo pelo qual eu acordava todos os dias e enfrentava tudo que me vinha à frente. Eu já experimentei a dor de viver sem ele, mesmo que por apenas um dia e aquilo foi pior que qualquer inferno ou tortura. Ele se tornou minha vida e sem ele eu não era nada... Na verdade eu nunca fui nada até o dia que o encontrei, ele me deu um propósito, um motivo pra viver. Me fez ver que só por ser uma vampira eu não precisava ser um monstro. Me fez mais feliz, mais humana. Eu sabia que ainda não tinha acabado... Teríamos ainda muita coisa pela frente... Mais não importava o que viesse eu enfrentaria feliz... Porque ele estaria ali comigo... PRA SEMPRE.




FIM

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Capítulo 34 – O acordo




Fazia uma semana exatamente que toda aquela confusão aconteceu. Ainda estávamos todos vivendo na casa secreta juntos, dando um jeito de levar a vida. Mellany estava cada vez maior e mais linda. Ela já até falava, pouca coisa mais falava. Joe e eu estávamos sentados na frente da casa, a Mell em meus braços. Admirávamos a beleza do lugar quando tomei um susto ao olhar pra frente. Prados nos encarando estavam Marcus e Paul... Nos levantamos na hora.

_Oi_ Paul falou.
_Essa é ela?_ Marcus perguntou sem tirar os olhos da criança em meus braços. 
_O que vocês querem aqui?_ Joe ignorou a pergunta que ele fez e pegou Mell dos meus braços, a segurando contra ele protetoramente.
_Queremos conversar.
_Conversar?_ riu_ isso é piada né? Agora vocês querem conversar?
_É sério Joe. É importante. 

Eu e ele nos entreolhamos sem saber se era uma boa ideia. Mais que outra opção tínhamos? 

_Tudo bem... Vocês têm cinco minutos_ falou.

Nós entramos na casa, não tinha ninguém alem de nós, os outros tinham saído pra passear ou caçar. Nos sentamos na sala, estava um clima muito estranho no ar.

_Falem de uma vez_ Joe mandou.
_É sobre essa criança, vocês sabem que ela é perigosa e...
_Olha, nem precisa continuar, vocês não vão encostar na Mellany.
_Mellany?_ Marcus disse parecendo impressionado, seus olhos brilhavam ao olhar a minha filha.
_Vocês tentaram me matar, fizeram de tudo pra me destruir e agora vem aqui pra conversar e dizer que minha filha é perigosa? Só pode ser piada_ eu forcei um sorriso.
_Bom, como ela ainda não deu problema queríamos fazer um acordo_ Paul disse.
_Acordo?
_Enquanto ela não der problemas não faremos nada, mais se por acaso ela apresentar algum perigo...
_Vocês não vão fazer nada_ Joe interrompeu_ Ela não é um monstro, ou um brinquedo ou sei lá o que vocês pensam... É nossa filha, uma criança e chegue perto dela pra ver o que lhe acontece.
_Porque vocês dificultam tanto?
_Olha_ me levantei_ Vão embora daqui.
_Com é?
_Eu fiz de tudo por você Marcus, te dei meu amor, trabalhei pra você, te protegi, fiz tudo que me mandou e pra que? Pra no final você fingir que nada aconteceu e tentar me matar? Eu sou sua filha.
_Você...
_Vai dizer que eu não sou sua filha? Se me odiava tanto assim então porque me criou durante tantos anos? Porque não me abandonou e me deixou pra morrer no dia que o transformei?

Ele virou a cara pro lado, sem saber como responder... Era muito hipócrita mesmo.

_Vai embora daqui Paul e leva seu amigo junto_ Joe ordenou.
_Paul?_ fez careta_ é assim que me chama agora?
_Você não é meu pai... Se fosse não teria feito o que fez. Pais não tentam matar os filhos, eles o protegem não importa o que custar.
_Saiam da nossa casa_ repeti.
_Nós vamos... Mais o aviso esta dado... Se acharmos que essa criança é uma ameaça...
_SAIAM AGORA_ gritei.

Eles se entreolharam nervosos com a tensão do momento mais saíram sem dizer mais nada... Eu me sentei de novo no sofá, deixando as lágrimas teimosas descerem.

_Você ta bem?_ Joe perguntou preocupado.
_É muita cara de pau... Eu... Não acredito nisso_ confessei.
_Eu já esperava que fosse assim... Mais pelo menos eles vão nos deixar em paz.
_É...
_Vai ficar tudo bem Demi, agora que a Trish esta morta... E que eles vão parar de nos perseguir vamos poder viver em paz... Recomeçar.
_É... Vamos sim.

Recomeçar... Aquilo parecia bom pra mim.



Agora vou ser um pouquinho malvada com vocês ^^
Só vou postar o epílogo quando tiver mais do que 6 comentários U.U
Bjo's de glitter :*

Capítulo 33 – O Recomeço




Passaram-se horas até que finalmente ela acordou. Abriu os olhos meio atordoada, as coisas a sua frente estavam turvas. Respirou fundo algumas vezes antes de levantar e foi andando até em casa, sem se preocupar em correr. A única coisa em que pensava era o que aconteceria agora... Só queria esquecer tudo e dar um abraço apertado na filha. Quando chegou em casa viu Selena na porta, andando pra lá e pra cá nervosa, ela sorriu ao ver amiga e correu pra abraçá-la.

_Oh Demi, graças a Deus. Você ta bem?
_Estou.
_Achei que não fosse mais voltar... Que você...
_Eu to aqui Sel. Acabou.
_Acabou? Você a...
_Trish esta morta. Não vai mais incomodar ninguém. 
_Você conseguiu_ sorriu.
_É menos um problema que teremos de enfrentar.
_Oh... Amiga_ a abraçou de novo.

Selena se afastou pra olhar amiga e viu sua expressão acabada, a tristeza claramente estampada em seu rosto angelical. Então se lembrou do motivo que a deixara assim. 

_Demi... Tem uma coisa que preciso te contar.
_Agora não Selena. Eu só quero ver minha filha. 
_Mais você precisa ouvir, é importante.
_Já disse que não.
_Demi...
_Para Sel. Me deixa.

Deu as costas a amiga e entrou na casa, ao chegar na sala viu os amigos conversando e sorrindo. Todos pareciam tranqüilos, em paz, como conseguiam sorrir? Pararam na hora que a viram, todos encararam sua face entristecida por um instante até que ela saiu, continuou até dar de cara com sua mãe no corredor.

_Oh filha_ a abraçou_ esta bem?
_Estou_ disse tentando conter algumas lágrimas.
_Você conseguiu?
_Uhum.
_Oh... Que bom que esta bem_ sorriu.
_Onde ta a minha filha?

Daiana ficou séria, gelou no lugar quando ela perguntou da filha, Demi não entendeu a reação dela.

_Mãe?
_Érr...
_Mãe cadê minha filha? Onde ta a Mellany?_ perguntou, começando a ficar desesperada.
_Demi...
_Não_ sacudiu a cabeça_ ela não.

Passou em disparada pela mãe e correu até o quarto abrindo a porta apressada, sem pensar em nada. Levou as mãos ao rosto e arregalou os olhos deixando a lágrimas descerem com o susto que tomou.

_O que...

Mellany estava deitada na enorme cama, dormindo com um anjo, perfeitamente bem e linda. Sentado ao seu lado, a observando dormir estava Joe, ele sorriu ao vê-la parada na porta.

_Demi?_ sorriu pra ela.
_Joe?_ sussurrou sem acreditar no que via.
_Sou eu_ levantou da cama.
_Não... Você morreu...
_Não morri não_ sorriu e se aproximou mais dela_ eu to aqui.
_Não... Eu vi você morrer... Eu te vi morto... Eu... _ sua voz falhou.
_Calma eu posso explicar.
_Eu to louca... Não_ deixou as lágrimas descerem.
_Você não esta louca meu amor. Foi tudo um grande engano.
_Como assim?_ perguntou confusa.
_Antes de aparecer pra te salvar eu tinha me encontrado com a Trish, ela injetou uma quantidade grande de prata em mim e me deixou muito fraco. Por isso quando a Taylor me acertou com a espada eu não me recuperei na hora, foi como se eu tivesse morrido.
_Mais a espada era de prata... Você devia ter morrido.
_Não... Ela tinha duas espadas na mão. Uma era de prata e a outra não. Tive a sorte de ela me acertar com a errada se não teria morrido de verdade.
_Não... Não é verdade_ disse aos prantos.
_Calma.

Ele se aproximou e a abraçou, ela ainda não conseguia acreditar que ele estava ali. Se debateu nos braços dele desesperada, chorando como louca enquanto ele a apertava mais.

_Calma Demi.
_Não.
_Shh, ta tudo bem.

Ela se acalmou aos poucos, foi relaxando, então se afastou pra poder olhar rosto dele, pos suas mãos e o fitou por um longo instante.

_Você ta mesmo vivo?
_To_ riu.
_Achei que tinha te perdido pra sempre.
_Nunca.

Ela se agarrou ao pescoço dele, deixando as lágrimas descerem, sem acreditar que tamanha felicidade podia ser real... Ele estava vivo.

_Você não sabe o que eu passei.
_Desculpa ter te feito passar por isso_ pediu.
_Meu Deus... Não acredito. Senti tanto sua falta.
_Eu to aqui agora e não vou mais te deixar... Prometo.

Segurou o rosto dela entre suas mãos e a beijou apaixonadamente. Foi só nesse momento que ela realmente acreditou que ele estava ali, que estava vivo, só depois de sentir os lábios tocarem os seus seu coração se aquietou. Então esqueceu toda aquela angustia e correspondeu, prendendo as mãos nos cabelos dele, colando seus corpos o máximo que pode.

_Que bom que você ta aqui_ sorriu.
_Te amo Demi.
_Também amo você.
_Com licença_ ouviram alguém chamar da porta.

Se viraram discretamente pra olhar e viram Selena parada na porta.

_Desculpa interromper.
_Tudo bem, já estamos acostumados_ Joe disse rindo.
_Eu precisava disso. Achei que nunca mais teria essa chance_ riu.
_Aconteceu alguma coisa?_ Demi perguntou com um sorriso bobo no rosto.
_Não... É que... Eu vim buscar a Mell pra que vocês possam conversar melhor.
_AH... Claro. Mais ela ta dormindo como um anjo_ Joe disse.
_Não vou acordá-la, não se preocupe.

Caminhou calmamente até a cama e pegou Mellany nos braços, sorriu pros dois e a levou pra fora do quarto os deixando sozinhos.

_Vamos poder falar melhor agora.
_Sim.

Narrado pela Demi

Eu ainda não acreditava que ele estava ali comigo, parecia um sonho, um lindo e incrível sonho. Ele segurou minha mão e me guiou lentamente até a cama pra que sentássemos, eu não consegui desviar meus olhos de seu rosto nem por um segundo. Ele percebeu isso...

_Porque ta me olhando assim?
_Só... Não acredito que isso é real.
_Ainda não te convenci que é verdade?
_Não... Tenho medo de estar sonhando e de repente acordar e ver que...
_Shh_ me interrompeu_ Não é um sonho Demi, eu realmente estou aqui com você.
_Ainda não entendi bem o que houve... Como foi que... Me disseram que iam cremar seu corpo.
_E iam. Foi por muito pouco_ fez careta.
_Como assim?
_Já estava tudo pronto... Kevin havia mandado Nick ascender o fogo... Eu ouvi quando ele disse... “Podem queimá-lo”.
_E...
_Eles ascenderam o fogo e... Por sorte o Kevin viu quando eu abri os olhos e me tirou dali antes que eu me queimasse. Se não essa hora vocês realmente teriam um motivo pra chorar.
_Que horror.
_É. Mais... Graças a Deus estou bem. Você... Matou a Trish né?
_É. Ela não vai mais nos incomodar.
_Fiquei muito preocupado quando me disseram que você foi atrás dela. Eu queria ir atrás de você pra te impedir, pra que você visse que eu estava vivo mais não me deixaram... Eu ainda estava fraco.
_Fizeram bem.
_Também fiquei sabendo da Taylor... Que você a matou.
_Não suportei vê-la rindo depois de... _ não consegui terminar.
_Sinto muito_ falou.
_Foi preciso, demorei tempo demais e por isso você quase morreu.
_Não foi sua culpa.
_Sei.

Ele sorriu pra mim e segurou meu rosto em suas mãos. Senti meu coração palpitar como se fosse sair do peito quando ele encostou seus lábios delicadamente nos meus. Senti-me como uma adolescente a espera do primeiro beijo... Me senti como quando ele me beijou a primeira vez na floresta, quando o mordi. Isso me fez do lembrar do seu cheiro que até segundos atrás não me incomodava, mais ignorei a queimação na minha garganta, na verdade dei as boas vindas a ela, se doía era porque ele realmente estava ali... Vivo. Empurrei-o um pouco pra trás e me sentei em seu colo, de frente pra ele, pondo as pernas em volta de sua cintura.

_Achei que aquele seria nosso ultimo beijo_ sussurrei um tempo depois.
_Também achei que fosse, por isso a beijei daquele jeito.
_Você sabia que algo ia acontecer não sabia?
_Eu senti um aperto no coração quando você saiu pela porta, uma sensação ruim.
_Percebi que estava preocupado, se soubesse que era isso não teria saído.
_Agora é tarde. Já passou.
_É. Passou, mais eu devia ter impedido.
_Você não sabia.
_Na verdade sabia... Pouco antes de acontecer eu tive uma visão... Te vi morto no meio da floresta, o sangue... As lágrimas... Tudo.
_Por isso gritou daquele jeito quando me viu.

_É... Queria que você parasse. Mais não funcionou e ela... _ deixei uma lágrima descer ao lembrar da terrível cena, ao lembrar da dor.
_Olha... Vamos esquecer isso ta bem? Acabou.
_Eu vou tentar.
_Não é pra tentar, é pra esquecer. Eu estou aqui e estou bem. A Trish esta morta, a Mellany esta bem, tudo esta dando certo. Só vamos aproveitar ta bem?
_Ta... Não quero mais me sentir assim.
_Não vai_ garantiu com um sorriso.

Meu coração se encheu de alegria ao ver seu lindo sorriso. Então não disse mais nada, só voltei a beijá-lo, sentindo sua língua passeando em minha boca, sua pele quente tocando a minha. Ele me deitou na cama delicadamente, distribuindo beijos pelo meu pescoço. Ele não fazia ideia de como estar ali era bom, de como me deixava feliz. Ele me possuiu ali, de uma maneira diferente de todas as outras, foi mais calma, mais apaixonada, como se nada pudesse mais nos atingir, nos incomodar, como se não houvesse mais nada no mundo além de nós dois. E naquele momento não havia, esqueci de todos os problemas e me entreguei a ele de corpo e alma, nunca mais perderia nem um minuto com ele me preocupando com bobagens... Eu só aproveitaria.

Capítulo 32 – Anjo da Noite




_Quer saber de uma coisa? Eu me cansei de você_ Demi falou em um tom cortante. 
_Ah Demi... Se você pudesse se ver.
_Você não me conhece.
_Conheço... A verdade é que nem você se conhece, não sabe de onde veio. 
_Não me interessa o que você acha ou pensa de mim... Eu sei muito bem quem eu sou. 
_Sabe? 
_Demetria Devonne Lovato... Uma vampira com super poderes. Minha mãe se chama Denise e meu pai é um imbecil mentiroso. A vaca da minha irmã tentou me matar e então arranquei a cabeça dela fora. Tenho um monte de amigos, uma casa e uma filha linda. Sou “vegetariana” e meus olhos são diferentes... Ah, e meu namorado morreu por sua culpa. 
_Ah... Que lindo. Esqueceu a parte de que você é um monstro. 
_Eu não sou um monstro.
_Ah não?_ ergueu a sobrancelha.
_Não. Eu sou um anjo... Um Anjo da Noite_ sorriu. 
_Quem disse isso pra você? O seu namoradinho? 
_Quer saber de uma coisa... Não importa de onde eu vim... O que importa é o que eu sou... E eu sei bem quem sou. Nada do que você diga vai me irritar mais.
_Sério? Resolveu crescer é Demizinha? 
_Meu nome é Demetria.

Trish pensou em chegar mais perto mais não conseguiu se mover, como se não controlasse o próprio corpo, olhou a vampira a sua frente um pouco assustada, observando as lágrimas de sangue que desciam por seu rosto angelical e sinistro que tinha um leve sorriso maldoso. 

_Resolveu bancar a esperta agora?
_Cansei dessa nossa brincadeira de gato e rato... Não tenho mais paciência pra te aturar. Já passou da hora de acertar minha conta com você. 
_E o que vai fazer? Me bater?
_Não... Tenho uma ideia melhor.

Demi esticou a mão, fazendo a espada jogada no chão flutuar até ela. Estava com a ponta quebrada, ela só observou atentamente.

_Parece que precisa de uma espada melhor_ sorriu.
_Porque não cala a boca?
_Odeio o silencio.
_Vai parar de sorrir quando souber o que vai te acontecer_ garantiu.

Demi segurou a espada firmemente nas mãos, observando a lamina atentamente... Trish fez o mesmo, sem saber o que ela pretendia. Demi então percorreu sua mão lentamente pela espada, do fim até a ponta da lamina e quando tirou a mão, a espada estava inteira novamente... Como se nunca houvesse quebrado.

_Como você fez isso?_ Trish perguntou espantada.
_Eu disse que você não me conhece.
_Estava escondendo umas cartas na manga né? Parece que seus poderes são mais incríveis do que eu pensava. Interessante.
_Não fique muito alegre... Isso não é nada bom pra você.
_Já disse que não tenho medo.
_É uma boa hora pra começar a ter_ garantiu.

Deu as costas a ela e foi até a cozinha, Trish esperou impaciente, imaginando o que ela tinha em mente e tentando em vão se soltar. Arregalou os olhos quando viu ela voltando com uma caixa de fósforos e uma garrafa de álcool na mão.

_O que vai fazer com isso?
_Ta na hora de fazer uma das visões virarem realidade.
_Pensei que fosse arrancar minha cabeça fora.
_Isso seria muito fácil... Não teria a menor graça, você merece sofrer mais que isso.
_Oh... Ta pegando o jeito da coisa né?
_Não faça de conta que não liga... Posso sentir o cheiro do seu medo.
_Ha... O que foi que deu em você em?
_Cansei de bancar a idiota... Agora vou fazer o que tiver de fazer... Num tenho nada a perder mesmo.
_É bonitinha... Quem diria.
_Não quero mais conversar... Você esta me enchendo.

Trish já ia responder com mais uma de suas piadinhas mais não conseguiu abrir a boca.

_Assim ta bem melhor.

Começou a andar pra fora da casa, arrastando a Trish junto que não conseguia falar ou se mexer... Só parou quando estavam no meio de algumas arvores, não muito longe da casa. Encostou a Trish na arvore e a amarrou, mais não com uma corda... Usou a espada, a entortando e enrolando em seu corpo. Depois se afastou e a olhou sorrindo.

_Tem alguma coisa pra dizer antes de eu acabar com você?
_ Allez au diable (Vai pro inferno).

Demi sorriu pra ela e então pegou a garrafa de álcool e despejou sobre ela.

_Quer saber de uma coisa?
_O que?
_Não foi por minha culpa, nem pela minha mãe que meu pai te deixou.
_Ah não?
_Não... Ele te abandonou, pois não te agüentava, pois não te amava.
_Ele me amava sim...
_Não amava não e sabe por quê? Porque não se pode amar um monstro.

Ao dizer isso viu pela primeira vez Trish derramar uma lagrima e isso a agradou. Então sem pensar duas vezes ascendeu um fósforo e tacou nela, se afastando e observando a chama aumentar... Enquanto Trish gritava de dor. Abaixou-se no chão, observando a cena, deixando as lágrimas descerem, agora estava tudo acabado, não tinha mais volta. O fogo foi se espalhando aos poucos, queimando as arvores em volta, se aproximando da Demi... Ela fechou os olhos com força, deixando as lembranças virem a sua mente. O dia que conheceu Joe... Quando ele disse que a amava pela primeira vez. O primeiro beijo... A primeira noite... O nascimento da filha... E então a sua morte, o fim do mais belo sonho que já tivera na vida.

_NÃO_ gritou, querendo arrancar de dentro de si toda aquela tristeza.

Quando ela gritou o fogo se apagou... Um silencio se fez na floresta e ela apenas se deitou ali, chorando... E acabou apagando.


Capítulo 31 – A Última Batalha




O ponteiro do relógio parecia não girar mais, um minuto parecia uma hora. Na verdade o tempo já não me importava mais, eu só queria que aquilo acabasse logo. O lobisomem andava impaciente pela sala, pensando se valia a pena tentar fugir ou se só se complicaria... Seus pensamentos preocupados com a louca que destruíra minha vida eram completamente patéticos, só faziam me irritar mais. Agarrei com mais força o cordão em meu pescoço, o seu perfume ainda estava grudado em minha pele da ultima vez que ele me beijou. Pensava no que aconteceria em poucas horas, ou minutos. Pensava se conseguiria minha vingança, pensava se sairia dali viva... Essa parte realmente não me preocupava mais me doía quando lembrava que minha filha me esperava em casa. Não queria mais viver, mais não podia abandoná-la assim, entregá-la a sorte... Ela precisaria de minha proteção, só porque destruíram minha vida, não queria destruir a dela também... Não tinha culpa dos meus erros. 

_Da pra parar por favor?_ pedi ao vira-lata irritante.

_Não.
_Acho que não entendeu... Para ou eu atiro em você_ apontei a arma pra ele.
_Você se acha muito corajosa né? Só porque tem essa arma nas mãos.
_Não preciso disso pra acabar com você... Mais me poupa tempo_ sorri ironicamente. 
_Vous êtes une chienne (Você é uma vadia) _ fez uma cara de nojo.
_Que lindo... Ela te ensinou a falar francês? 
_J'espère qu'elle déchirer votre tête (Espero que ela arranque sua cabeça fora). 
_Vai ser meio difícil ela fazer isso sem as mãos... Pois vou arrancá-las fora e fazer um enfeite pra minha casa... Vai ficar lindo não acha? 
_Aposto que o Joe adoraria_ abriu um largo sorriso.

Eu o encarei irritada, não sabia mesmo com quem estava lidando... Ainda sentada em minha cadeira usei meus poderes pra levantá-lo no ar e comecei a sufocá-lo. Ele se debateu no ar tentando em vão se libertar.

_Nunca mais... Fale o nome dele com essa sua boca suja ouviu?
Ele não respondeu, só fez uma careta de agonia.
_OUVIU?
_Sim_ sussurrou quase inaudivelmente.

Então o soltei... Fazendo com que caísse no chão sem fôlego.

_Que bom que entendeu.
_Você é louca_ falou com dificuldade.
_Você nem faz ideia.

Depois de mais uma longa hora ouvi um barulho do lado de fora da casa, me levantei da cadeira e peguei a arma, segurando o vira-lata pelo cabelo e o pus na minha frente, apontando a arama pras suas costas. Trish entrou silenciosamente na sala e parou quando o viu.

_Porque me chamou? E porque não esperou lá fora?_ perguntou irritada.
_Porque eu mandei_ falei e sai de trás dele, mais sem soltá-lo.
_Demi querida... Quanto tempo. Vejo que conheceu o Boby.
_Que bom que veio_ sorri_ acho que esta mais que na hora de resolvermos nosso assunto.
_Ah claro, tem razão. Mais porque não deixa o Boby ir primeiro? O problema é entre nós duas.
_Claro... Ele não vai ficar pra assistir_ garanti.
_Ótimo... Solte-o.

Eu soltei o Boby e ele foi andando na direção dela, antes que a encostasse levantei minha pistola e dei um tiro bem no meio de sua cabeça, ela se assustou na hora, não esperava essa atitude minha. Ele caiu no chão morto e ela me olhou irritada.

_Pronto... Agora somos só nós duas_ sorri e larguei a arma no chão.
_Porque fez isso?
_Por favor... Não finja que se importa. É insultante.
_Parece que você não esta muito a fim de bater papo hoje né? O que aconteceu?
_Já disse pra não bancar a sonsa... Isso me irrita.
_Ok... Vamos falar abertamente então. Deixe-me adivinhar, você me chamou aqui pra se vingar e pensa que pode me matar.
_É isso ai... Eu vou te matar.
_Você acha que consegue? Acha mesmo que vai sair daqui viva?
_Não pretendo sair daqui viva... Mais também não pretendo morrer antes de acabar com você.
_Ótimo... Acho que assim fica mais interessante.
_Você vai pagar caro por isso.
_Ah bonitinha... Você só veio até aqui pra sofrer mais... Par morrer.
_Eu já estou morta. Sua filha me matou a algumas horas atrás... Enfiou uma espada bem no meio do meu coração.
_Ah_ ela fez careta_ que triste. Esta falando do seu namoradinho? Eu vi... Aquilo foi incrível, eu a mandei lá pra te matar mais isso me saiu melhor que a encomenda.
_Você viu tudo?
_Vi.
_E não te incomoda nem um pouco que eu tenha matado sua filha?
_Taylor nunca foi minha filha. Deixou de ser quando eu a entreguei ao Marcus. Não faz a menor diferença se estava viva ou morta. Pelo menos serviu pra alguma coisa antes de você arrancar a cabeça dela fora_ riu.
_Você é doente.
_Não... Eu sou uma vampira de verdade. E vampiros de verdade não amam, não sentem nada... Só ódio, são movidos por uma única necessidade... A de se alimentar.
_Fale por você... Eu não sou assim.

Puxei minha espada e apontei pra ela... Realmente não tinha paciência pra ouvir as baboseiras que ela dizia... A única coisa eu queria agora era poder matá-la e acabar de vez com tudo isso.

_Se é assim que você quer... Então vamos lutar_ sorriu.
_Vous serez désolé pour tout ce qu'il faisait. Voudra jamais me trouver. (Você vai se arrepender por tudo que fez. Vai desejar nunca ter me encontrado). 
_Qui a battu le meilleur. (Que vença a melhor).

Rodei a espada em minha mão, aquilo não passaria dessa noite... Eu terminaria com tudo de uma vez por todas. Parti pra cima dela com a espada que desviou rapidamente e pegou um objeto da mesa pra tacar em mim, eu rebati com a espada antes que acertasse meu rosto.

_É só o que sabe fazer?_ perguntou rindo.
_Por que não cala a boca e luta?

Ela sorriu ainda mais... Como ela conseguia sorrir o tempo inteiro? Fui pra cima dela de novo, ela segurou minha espada pela lamina e a empurrou, me fazendo bater na estante e quebrar as prateleiras de vidro, fazendo todos os objetos caírem no chão. Chegou mais perto ainda segurando a lamina e eu dei um chute forte nela, a jogando longe, a fazendo cortar a mão e cair por cima de uma mesa de vidro que tinha no centro da sala.

_Droga... Já faz um tempo que não vejo meu próprio sangue_ falou observando o enorme corte em sua mão e o sangue pingando.
_Pois então se prepare, pois vai ver muito hoje.
_Legal.

Ela se levantou, pisoteando os cacos de vidro e pegou um pedaço grande antes de vir pra cima de mim e usá-lo com se fosse uma faca, tentando me cortar. Desviei de suas investidas e em um descuido enterrei a espada a em seu peito, ela fez uma careta de dor mais logo em seguida sorriu.

_Au... Isso doeu_ pegou a espada e a puxou, arrancando-a com facilidade_ Essa era minha blusa predileta sabia?
_Era horrível_ sorri também.

Rodou a espada e a tacou na minha direção, eu desviei e ela atingiu a parede, ficando presa por ali.

_Quer tentar um mano a mano?
_Porque não?_ dei de ombros.

Ela veio pra cima de mim, tentando me acertar com socos, pode parecer idiotice já que somos vampiras, mais nós sanguessugas temos a mão bem pesada. Ela conseguiu acertar um no meu rosto, deixando a marca do seu enorme anel na minha bochecha, dei um chute em sua barriga e a agarrei pelo cabelo, a empurrando e a fazendo cair e derrubar o sofá junto. Andei até ela antes que se levantasse na intenção de continuar a batê-la mais ela me puxou pela blusa e me tacou na parede com força, deixando um buraco, fazendo a madeira cair sobre mim.

_Sabe... Eu gosto disso em você bonitinha.
_O que?_ perguntei enquanto me levantava.
_Essa sua coragem. São poucos os que tem a coragem de me enfrentar mesmo sabendo qual será seu destino.
_Você é muito convencida.
_Assim é mais divertido_ garantiu.
_Se você acha.

Trish me deu as costas e correu até a cozinha, fui atrás dela. Ela parou do outro lado do balcão que tinha no centro e piscou pra mim.

_A casa é enorme... Porque destruir só a sala não é mesmo?
_Cala boca.

Ela abriu a gaveta e pegou um punhado de facas e começou a tacar na minha direção, corri pro outro lado e abri a porta da geladeira, fazendo de escudo, me surpreendi quando vi que ela estava cheia...

_Achei que a casa estivesse abandonada_ falei.
_E esta... Isso tudo aqui é meu.
_Desde quando você come hambúrguer?
_Era pros meus amiguinhos lobisomens.
_Então acho que não vai se importar se eu pegar isso um pouquinho.

Peguei uma garrafa de vinho que estava na porta e a fechei, quando me virei pra olhá-la a vaca enfiou um garfo no meu peito... Desgraçada.

_Vagabunda.
_É bom né?_ disse rindo.

Tirei o garfo e quebrei a garrafa na cara dela, a fazendo ficar toda suja de vinho.

_Estamos parecendo duas humanas imbecis_ comentou.
_Eu posso mudar isso se quizer... Tenho um jeito mais rápido de acabar com você.
_Não... Assim é mais divertido.

Ela tinha razão... Era divertido. Eu podia usar meus poderes nela e acabar logo com isso mais seria fácil demais... Eu queria saborear sua derrota, aproveitar cada momento dessa ultima batalha. Sem pensar duas vezes peguei uma das cadeiras de ferro e a acertei em cheio, a cadeira sofreu mais que ela mais foi bom mesmo assim. Voltei até a sala enquanto ela se recompunha e peguei minha espada no chão, ela apareceu em seguida, nova em folha.

_Sabe... Vamos ficar nisso pra sempre.
_Você esta com pressa?_ perguntei.
_Não... Só achei que você gostaria de assistir a cremação do seu namoradinho.
_O que?
_Você não sabe? Seus amiguinhos decidiram cremar o vira-lata. Ele deve estar tostando agora mesmo, agora só o que resta dele é um punhado de cinzas.

Eu fiquei calada, sentindo meu sangue ferver... O sorriso dela enquanto dizia isso me enlouqueceu. Só as cinzas... Morto. Senti minhas pernas querendo fraquejar de novo e as lagrimas querendo descer. Ela observou atentamente minha reação.

_O que foi? Dói pra você falar dele?_ perguntou como se importasse.
_Você não devia brincar comigo... Tenho um serio problema com meu temperamento.
_Eu não tenho medo de você. Já teve a chance de me matar outras vezes e não fez... Seu namorado precisou morrer pra você arrancar a cabeça daquela loira imbecil fora. Você é uma fraca.
_Cala a boca.

_Não... Não calo. É isso que acontece Demi... Seu pai na verdade não é seu pai, é só um imbecil mentiroso. Sua mãe é uma estúpida e cega. Seus amiguinhos vão te abandonar cedo ou tarde, pois tem a vida deles pra viver. Sua filinha não vai durar muito tempo... Eu mesma me encarregarei de matá-la e bom... Seu namorado já se foi porque você não foi forte o suficiente pra fazer o que era preciso.
_Cala a boca_ repeti irritada.
_Ninguém se importa com você de verdade Demi... Todos vão te deixar. Ninguém te ama. Você é ridícula, patética... Fraca. Parece uma humana... É uma vergonha pra nossa espécie.
_Eu me orgulho de parecer humana.
_Não... Eles são criaturas muito piores que nós... Matam sem motivo algum, são movidos pela gula... Luxúria... Soberba... Ira. Você não é muito diferente deles, é tão patética quanto. Passou toda a vida tentando renegar o que realmente é e olha como terminou.
_Acabou... Da pra ver nos seus olhos que acabou. Você se faz de difícil mais eu posso ver o que realmente esta sentindo... Inútil... Uma assassina... Esta mergulhada em tristeza, agonia, culpa. Nada disso aqui vai trazê-lo de volta, ele esta morto e você sabia que isso aconteceria cedo ou tarde, sabia que ele morreria por sua culpa desde o dia que esbarrou com ele naquela rua escura e mesmo assim se envolveu... Se deixou levar... Você é uma egoísta Demetria. Ele morreu porque você não foi forte o suficiente pra fazer o que era preciso... Deixá-lo ir.
_NÃO_ gritei, não podia mais ouvir aquilo.
_Sim... Você sabia que aconteceria... Você previu isso e não fez nada pra impedir. O deixou morrer, deixou que ele sofresse só pra não ter de viver sem ele... Você é uma egoísta e hipócrita. Não é muito diferente daquele homem que chamava de pai.

Me abaixei no chão deixando as lágrimas descerem desesperadamente... Tudo que ela dizia era verdade, era tudo minha culpa, senti minha cabeça rodar, parecia que ia explodir. Eu só queria sumir dali, poder mudar tudo que aconteceu... Eu devia ter impedido.

_Você se acha melhor que eu? Acha que merece viver mais que eu só porque não mata humanos pra se alimentar? Isso não faz de você uma pessoa melhor, você é e sempre vai ser um monstro. É o que todos vêem quando olham pra você... Um monstro... Eles sentem medo.
_Mentira.
_Verdade. O que você acha que ele pensava de você? De sua falta de controle, dos seus surtos? Ele achava você louca, ele também tinha medo de você. Era o que ele sentia quando olhava nos seus olhos... Medo, medo de morrer...
_Não... Ele me amava.
_Não... Ninguém te ama Demi. Não se pode amar um monstro. Ele tinha pena de você, da criatura deplorável que você é. Ele achava divertido ter uma sanguessuga de estimação... Mais nunca passou disso, diversão... Tesão. Você achou mesmo que alguém como ele ia se importar com você?
_Para por favor_ implorei aos prantos.
_Ah Demi... Você não quer enxergar a verdade. Você sempre esteve sozinha. VOCÊ O MATOU.
_NÃO.

Perdi completamente o controle, não sabia mais o que estava fazendo... Era como se eu não controlasse mais meu próprio corpo. Me levantei do chão e passei a mão no rosto pra limpar as lágrimas, não dei muita bola quando vi que o que eu estava chorando era sangue. Ela me olhou ainda sorrindo, feliz por me deixar mal... Ela ia se arrepender.


Capítulo 30 – Uma longa espera





Depois de uma longa corrida chegamos onde queria. Paramos entre algumas árvores e de lá dava pra ver a casa que ele tinha falado. 

_É lá que ela fica?

_Não. 
_Como não? Você me enganou?
_Não. É que... 
_É que o que?_ perguntei irritada. 
_Quando queria falar com ela, fazíamos uma marca com giz branco na caixa do correio, um x pra ser mais preciso. 
_E? 
_E ai esperávamos algumas horas... Quando ela chegava pra poder avisar apagava o giz e ai nós entravamos lá. 
_Ótimo... Vai lá e faz a marca. 
_O que?
_Vai agora. 
_Mais eu num tenho giz e...
_Aqui_ entreguei a ele uma pedra de giz.
_Onde você consegui isso?
_No seu bolso.
Ele arregalou os olhos assustado.
_Agora vai lá e faz a marca.
_Ta bem.

Ele respirou fundo uma vez e foi. Eu observei atentamente pra ver se ele não fugiria. Ele voltou um minuto depois... Eu ia dizer algo mais senti uma mão em meu ombro me virei pra olhar era Selena.

_O que você faz aqui?
_To tentando impedir que você faça uma besteira.
_Ah, não enche Selena.
_Não enche?_ fez careta_ não vou deixar você se matar Demi... Você tem uma filha pra cuidar. 
_Sua filha já nasceu?_ Boby perguntou.
_Cala a boca_ eu e Selena falamos ao mesmo tempo.
_Tudo bem_ ele arregalou os olhos.
_Demi... Volta pra casa comigo.
_Não.
_Isso que você ta fazendo não vai ajudar_ disse_ não vai trazê-lo de volta.
_Eu preciso vingá-lo Sel... Isso não pode ficar assim.
_Demi...,

Eu bufei irritada comigo mesma... Mais eu precisava fazer aquilo, se não nunca mais teria paz.

_Selena... Eu preciso fazer isso... Ou não vou poder viver em paz.
_Mais você não pretende voltar disso viva né?
_Não sei o que pensar_ confessei.
_Pense na criança linda que te espera em casa... Pense em como... Ele te amava.
_Não posso desistir agora... Ela tem que morrer uma hora ou outra e vai ser agora.
_Mais...
_Me faz um favor Sel?
_O que é?
_Cuida da Mellany pra mim.
_Demi...
_Promete que se acontecer algo comigo vai cuidar dela?
Ela fechou os olhos com força e suspirou.
_Promete pra mim Sel.
_Eu prometo.
_Obrigada. Preciso entrar lá agora.
_Cuidado Demi.

Eu a abracei a apertado, não sabia o que aconteceria lá dentro... Mais sentiria falta e sabia que ela manteria minha filha segura, isso era um consolo pra mim.

_Anda, vamos_ segurei o Boby pela camisa.
_Não sei se isso é uma boa ideia.
_Não me interessa o que você acha ta legal? É bom que isso funcione ou você estará com sérios problemas.
_Eu?
_É você. Se você me enganar ou tentar fugir é um vira-lata morto. Eu vou atrás de você até no inferno se for preciso sacou?
_Saquei_ disse nervoso.
_Cuidado Demi, não faça nada de que possa se arrepender depois_ Selena disse preocupada.
_Adeus Sel.

Dei as costas pra ela e sai dali o mais rápido que pude, não agüentaria mais olhar sua expressão de tortura, só me fazia sentir cada vez pior. Arrastei o vira-lata pela camisa até dentro da velha casa, a aparência por dentro era bem melhor que por fora, era bem arrumada até.

_Senta ai_ ordenei.
_Estou bem assim.
_Senta_ apontei a arma pra ele.
_Ok_ sentou-se.

Eu me sentei em uma cadeira a sua frente... Agora teria uma longa espera pela frente, mais valeria a pena. Soltei a arama em uma mesinha que estava ao lado da cadeira e agarrei com força o cordão em meu pescoço. Uma linda lembrança dele que estaria comigo nessa hora difícil.

_Ela conseguiu não foi?_ ele falou quebrando o incomodativo silêncio.
_Como é?
_Ela conseguiu o que queria... Acabar com você.
_Eu ainda estou viva.
_Não é disso que estou falando. Ela não te matou... Pelo visto isso é meio impossível_ forçou um sorriso_ mais você não esta viva. Ela tirou sua vida de você.

Eu forcei um sorriso... Ele tinha razão, ela conseguiu o que queria, me destruir... E da maneira mais baixa possível, tirando de mim a única coisa que me importava de verdade, a única coisa que me mantinha de pé... Meu amor.

_Posso fazer uma pergunta?_ falei querendo mudar de assunto.
_Claro.
_Porque você a ajuda? Porque a defende?
_Pelo mesmo motivo que trouxe aqui hoje... Amor.
_Amor?_ ergui a sobrabcelha_ por alguém como ela?
_Ela é uma mulher incrível Demi.
_Ta bem_ revirei os olhos.
_É verdade... Você só teve o azar de ter uma inimizade com ela... De ela te odiar. Ela é uma ótima pessoa quando não esta com raiva.
_Não acredito nisso_ falei_ aquela mulher não tem coração.
_Talvez... O seu pai o destruiu.
_Ele não é meu pai.
_Agora você diz que não.

Depois de tudo que havia acontecido já não conseguia mais o considerar meu pai. Tentar me matar... Trair minha mãe... Não é o tipo de coisa que o meu pai faria.

_O que ela fez de tão bom pra você?
_Me deu uma vida... Algo que eu nunca tive. Me deu esperança. Me deu um propósito.
_Eu já ouvi isso antes_ revirei os olhos_ Só não consigo acreditar que destruir minha vida é assim tão bom... É um propósito tão importante pra vocês.
_Não se trata de você Demi... Nunca foi sobre você. É tudo culpa de Marcus, ele é o culpado disso.
_E porque eu que tenho que pagar?
_Não é minha culpa, ela acha que se você não existisse... Ele não a teria abandonado.
_E você não se importa com isso? Que ela goste tanto assim dele?
_Ela não gosta dele, ela o odeia.
_Ah... É isso que ela diz pra você?

Ele virou a cara pro lado e soltou um suspiro de raiva. Pobre coitado, será que não via que era apenas um brinquedo na mão daquela louca?

_Você acha que ela te ama Boby?
_Eu sei que ela me ama_ respondeu irritado.
_Você é mais burro do que eu pensava... Ela so esta brincando com você, e depois de conseguir o que quer vai te abandonar como se nunca tivesse existido.
_Você não sabe o que esta dizendo.
_Sei muito bem... No final não vai te restar nada, só à dor.
_Isso foi o que houve com você. Comigo vai ser diferente, ela me ama e quando conseguir o que quer vai ser eternamente grata a mim.
_Se pensar isso faz você se sentir melhor_ dei de ombros.
_Você acha que vai conseguir matá-la?
_Eu tenho certeza.
_Você vai se arrepender disso. Você esta acabada.
_Não me importo. Como você mesmo disse... Eu não estou mais viva... Ela já me destruiu.

Morta... Eu já estava morta, pelo menos minha alma estava... Não demoraria muito pra que meu corpo também morresse e eu pudesse finalmente estar com o meu amor pra sempre.

Narrado pela autora

Com um enorme nó na garganta e uma terrível dor no coração Kevin decidiu que o melhor seria cremar o corpo do irmão e fazer isso o mais rápido possível... Não agüentava mais olhar pra ele daquele jeito. Arrumaram calmamente o lugar pra poder cremá-lo e puseram o corpo no lugar. Nick estava pronto pra acender o fogo quando...

_Para_ Kevin gritou.
_Que foi?_ perguntou assustado.
_Você não pode fazer isso.
_Kevin...
_Me da um minuto. Por favor?
_Eu...
_Deixa ele_ Miley pediu.
_Ta bem.
Eles se afastaram e deram um pouco de privacidade ao Kevin, ele se abaixou ao lado do corpo do irmão e segurou sua mão apertado, deixando as lágrimas descerem.

_Sinto muito Joe... Eu não queria que fosse assim. Eu devia ter te protegido... Impedido que isso acontecesse, afinal sou o irmão mais velho. Sou um imbecil.

Ele se sentia completamente culpado por tudo isso... Talvez pudesse ter impedido se seguisse os seus instintos e tivesse ido atrás do irmão... Mais agora era tarde pra isso.

_Sabe... Vou sentir falta das nossas rondas noturnas, só nós dois... Zoando os humanos_ forçou um sorriso_ vou sentir falta das nossas brigas e das lutas... Que por acaso você sempre ganhava... Era irritante.

Ficou em silencio um instante, sem saber o que dizer ou fazer, nunca imaginou que um dia teria de passar por isso, sempre pensara que eles viveriam pra sempre.

_Acho que nunca disse isso pra você e... Sei que é um pouco tarde agora mais... Vou falar assim mesmo. Você foi o melhor irmão que eu podia ter e... Eu te amo. Posso não ter demonstrado isso mais... Eu tinha orgulho de ser seu irmão. E prometo que vou cuidar da Demi e da Mell pra você.

Os outros que observavam de longe se aproximaram, já havia passado da hora de fazer isso.

_Kevin_ Nick chamou_ temos que...
_Tudo bem_ interrompeu_ eu estou pronto.
_Tem certeza amor?_ Dani perguntou.
Ele respirou fundo_ Tenho.

Ele se levantou e soltou a mão do irmão, sentindo seu coração bater mais rápido. Respirou fundo antes de dizer as duas palavras mais difíceis e doloridas que já pronunciara em toda sua vida...

_Pode queimá-lo.


Capítulo 29 – A vingança

Eu peguei minha espada no chão enquanto ela ainda estava distraída e se pensar duas vezes a ataquei... Minha espada atravessou rápida e silenciosa o seu pescoço e então sua cabeça caiu no chão, separada de seu corpo... Ela estava morta.
Eu fiquei ajoelhada onde estava, a espada suja de sangue em minhas mãos. Observei com lágrimas nos olhos a cena horrenda a minha frente... Minha irmã morta... Eu a tinha matado. Selena andou com dificuldade e se abaixou ao lado do Joe, analisou a espada suja com o seu sangue e escorou a cabeça em seu peito, depois de um minuto levou a mão ao rosto... Fazendo uma expressão de desespero. Então os outros apareceram correndo na clareira... Miley, Liam, Kevin, Nick e Dani.

_O que houve?_ Liam perguntou assustado.
_Ele esta morto_ Selena sussurrou.
_O que?_ Kevin falou já desesperado.
_NÃO_ gritei.

Me levantei correndo e fui até a ele, pus a mão em seu rosto, ele estava caído, seus olhos abertos e sem vida... Não podia estar acontecendo.

_Joe? Fala comigo_ sacudi ele_ Fala alguma coisa.
_Demi... _ Selena chamou.
_JOE... ME RESPONDE_ gritei aos prantos.
_A espada era de prata Demi_ Selena falou_ ele morreu.
_NÃO... ELE NÃO PODE ESTAR MORTO... ELE NÃO PODE ME DEIXAR.
_Demi não faz isso_ Nick pediu.

Ele se aproximou pra tentar me tirar dali mais eu não deixei... O Joe não respirava, e eu não conseguia ouvir seu coração bater... Senti como se tivessem arrancado meu coração fora, vê-lo assim era pior que qualquer tortura, me deitei sobre o corpo, não estava mais quente como de costume, ele estava frio. O seu sangue doce estava ali... Derramado a minha frente, na minha pele, mais aquilo não me incomodou, não doeu como era pra ser... Só sentir a dor quando ouvi Selena repetir que ele estava morto... Aquilo era pior que o inferno, não podia ser real, eu tinha que estar sonhando. Eu não poderia viver sem ele. Minha vida tinha acabado.

_Demi_ Dani chamou_ levanta daí.
_Não_ sussurrei, eu queria gritar mais minha voz não saia, eu não conseguia fazer nada a não ser chorar e abraçar seu corpo cada vez mais apertado.
_Demi_ Kevin disse também chorando_ é melhor você ir, isso não vai te fazer... Bem_ sua voz falhou.
_Ele morreu_ sussurrei_ acabou, minha vida acabou, eu não quero mais...
_Alguém tira ela daí_ Miley aconselhou.
_Demi vem.

Liam tentou me puxar, fazer com que eu saísse de cima dele, mais eu não queria, eu queria morrer também, queria morrer junto com ele... Qual era o sentido de viver se ele estava morto.?

_Eu quero morrer.
_Eu não acredito nisso_ Kevin se abaixou no chão e deixou as lágrimas descerem, Dani se sentou ao lado dele e o abraçou.
_Joe meu amor, fala comigo... Não brinca assim comigo, me responde_ implorei, minha voz quase não saia, só os soluços do meu choro de desespero_ Eu te amo, fala comigo. JOE.

Não sei quanto tempo passei ali... Agarrada ao corpo dele. Depois de algumas tentativas frustradas eles desistiram de tentar me tirar dali, eu só chorei tudo que pude, até meus olhos incharem e doerem. Mais não doíam mais que meu coração. Então eu simplesmente não agüentei mais aquilo, alguém teria que me pagar pro isso e eu sabia bem quem era. Passei a mão no rosto do Joe, analisando sua expressão sem vida, dei um beijo nele e respirei fundo antes de me levantar. Foi mais difícil do que pensei... Parecia que não tinha chão, que eu não tinha apoio. Senti minhas pernas fraquejarem, querendo me trair... Me levar ao chão. Mais eu precisava agüentar... Por ele. Peguei minha espada no chão e fui andando na direção da casa secreta.

_Demi aonde você vai?_ Selena perguntou.
_Matar a responsável por isso_ falei.
_A Taylor já esta morta_ falou.
_Estou falando da vagabunda, desgraçada da Trish.
_Você não vai atrás dela_ repreendeu.
_E quem vai me impedir?

Eu ignorei o jeito que ela me olhou, e passei direto sem olhar pra trás... Não agüentaria olhar pro corpo dele de novo. Corri até minha casa e entrei no quarto, Mellany dormia na enorme cama como um anjo e minha mãe estava sentada ao seu lado. Meu coração doeu ao olhar pra ela, tinha a cara dele, não consegui conter as lágrimas.

_Demi o que houve?_ minha mãe perguntou_ de quem é esse sangue?
_Esse aqui?_ apontei a espada pra ela irritada_ É da Taylor.
_Você matou a...
_É, infelizmente fiz isso tarde demais.
_Demi o que... Esse sangue na sua roupa é dela?

Eu parei de respirar na hora, não ia conseguir responder. Ignorei ela e abri a porta do meu guarda roupa, tirei minha roupa rapidamente, evitando olhar praquele sangue, minha mãe continuou a esperar por uma resposta. Vesti um short preto, minhas botas, uma regata branca e também uma capa preta. Peguei uma outra espada que tinha ali e prendi ao cinto. Depois peguei uma pistola carregada com prata e a pus no suporte que estava preso a minha coxa.

_Demi aonde você vai? De quem é esse sangue?_ insistiu preocupada.
_É do Joe mãe.
_O...
_Ela o matou.
_Meu Deus... Demi.
_Eu vou acabar com a Trish, ela vai me pagar_ disse sem conseguir conter as lágrimas.

Eu me virei pra sair do quarto mais dei de cara com a Selena, ela levantou a mão querendo me parar.

_Sai da frente_ pedi.
_Não, não vou deixar você cometer essa loucura.
_Sai da frente agora Selena.
_Demi, você não pode fazer isso, vai morrer...
_E daí?_ dei de ombros.
_Como é daí? E a sua filha?

Eu perdi a linha de pensamento, não queria mais viver e não me importava se essa missão me mataria, mais e minha filha? Minha duvida momentânea sumiu na hora em que vi Kevin entrar no quarto carregando o corpo do Joe nas costas. Minha mãe pegou Mellany no colo e Kevin o pos na cama.

_Dane-se... Isso não vai ficar assim.

Dei as costas a todos e sai de casa correndo, estava na hora da vingança... Eu ia por um fim nisso, não importa se custaria minha vida. Eu já tinha vivido tempo demais e a única coisa que me mantinha de pé agora não existia mais... Estava acabado. Corri pela cidade, sentindo o vento frio bater em meu rosto... Aquilo não estava me ajudando como de costume, agora nada podia me ajudar. Fui até o metrô, onde matei aqueles dois lobisomens da ultima vez e encontrei aquele vampiro lá... Aquele que eu tinha poupado à vida.

_Hora, vejam quem esta aqui_ disse sorrindo.
_Sabia que te encontraria aqui.
_O que te traz aqui? Que cara é essa?
_Preciso de uma informação.
_Informação?
_Sua namorada... Ela ainda se encontrava com o pessoal da Trish?
_Sim.
_Onde?
_Eu digo se você me contar o porquê dessa sua cara.
_É a única que eu tenho.
_Não... O que ela te fez? Porque quer achá-la?

Eu virei à cara pro lado tentando engolir minha raiva e minha tristeza... Não queria falar sobre isso.

_Vamos... Me conte. Você matou minha namorada... Mereço um pouco de crédito.
_Ela matou meu namorado.
_O vira-lata?
_É.
_Acho que agora você sabe como é né?
_A diferença é que eu o amava... E você não se importava com a sua namorada.
_Como sabe?
_Você não deu a mínima quando eu a matei... Se a amasse de verdade... Teria vingado a morte dela, teria ao menos tentado me matar.
_Tem razão... Eu não a amava... Era só... Sexo. Vampiros não amam Demetria, nós somos monstros e a única coisa em que pensamos é em beber... É no prazer.
_Fale por você. Você não sabe nada de mim a não ser o meu nome.
_Você é como todos os outros.
_Não. Não me compare com seus amiguinhos nojentos... Eu não sou como eles.
_Tanto faz_ revirou os olhos.
_Você vai me contar onde é sim ou não?

Ele me olhou com um sorriso irônico no rosto... Aquilo estava me irritando. Pus a mão na minha espada, pronta pra puxá-la e arrancar a cabeça dele fora, mais ele começou a rir.

_Não precisa disso, eu vou te contar.
_Então fala logo.
_Um posto de gasolina no final da estrada Blackride. Tem um lobisomem... Bob eu acho, ele fica lá direto. Sempre que alguém queria falar com a Trish ou o contrario era ele o intermediário. Se tem alguém que sabe onde achá-la... É ele.
_Obrigada.
_Não me agradeça. Não vai fazer diferença nenhuma pra mim se aquela vadia morrer... Ou você.
_Eu sei... Obrigada mesmo assim.

Dei as costas pra ele e segui em frente, não queria mais perder tempo. Quanto mas rápido eu acabasse com isso, mais rápido poderia morrer e não sentir mais essa dor insuportável em meu peito.

Narrado pela autora

Kevin andava impaciente pelo quarto, sentindo um vazio dentro peito e uma agonia que ia crescendo aos poucos... Nunca se sentira daquele jeito, nada era capaz de abalar seu bom humor, mais agora era diferente.

_O que vamos fazer com o corpo?_ Miley perguntou.
_Como é?_ Kevin olhou pra ela sem entender.
_Não podemos deixar ele aqui, temos de enterrá-lo_ explicou.
_Não_ fechou os olhos com força_ não posso fazer isso.
_Então talvez devêssemos cremá-lo.
_NÃO_ gritou irritado_ ninguém encosta nele.
_Kevin... _ Selena interrompeu_ Ela tem razão. Não sei qual são os costumes de vocês, o que fazem quando um dos seus morre mais... Não podemos deixá-lo apodrecer aqui... Temos de enterrá-lo.
_Eu não sei o que fazer_ confessou.

_Talvez devesse contar ao seu pai_ Dani sugeriu.
_Não... Ele não ta nem ai pro que acontece com nós dois. Se bobear deve dar pulos de alegria quando souber_ disse com desprezo.
_Kevin...
_Vamos cuidar disso sozinhos_ disse deixando as lágrimas descerem_ só preciso de um minuto pra pensar. Só um minuto_ suspirou.
_Então fiquem ai e decidam o que fazer... Eu tenho que ir_ Selena disse.
_Aonde pensa que vai?_ Nick perguntou.
_Vou atrás da Demi... Ela precisa de mim.

Ela caminhou até a cama e sentou na beirada, segurando a mão fria de Joe entre as suas.

_Eu vó trazê-la de volta_ sussurrou com a voz fraca_ Prometo a você que não vou deixar que nada aconteça com ela. Vou fazer aquilo que você morreu tentando... Protegê-la.

Kevin virou o rosto pro lado, se sentindo completamente inútil. Como não fez nada pra impedir que isso acontecesse? Dani começou a chorar também e nem Nick conseguiu conter as lágrimas ao observar a cena.

_Sinto muito por isso Joe_ forçou um sorriso_ Não era assim que eu esperava que terminasse. Ainda queria interromper muito você e a Demi com minhas ligações. Adorava ver como você ficava irritado... Era muito engraçado. Parecia realmente que eu adivinhava né? Sempre fui meio inconveniente_ deu de ombros.

Se mexeu na cama se sentindo estranha... Sentiria falta disso, as piadinhas dele, sua voz frustrada ao telefone toda vez que ela interrompia.

_Você foi um grande amigo... Mudou a vida de todos nós com esse seu jeito. No começo achei que a Demi era louca e não entendia porque gostava tanto de você_ respirou fundo_ Agora eu sei por que ela se apaixonou tão facilmente. Era impossível não se encantar com aquele seu jeito... Sua coragem... Se sorriso... Suas piadas.

Daiana apertou a criança em seus braços, sentindo uma enorme agonia. Liam suspirou, não conhecia ele muito bem. Mais os poucos dias que estiveram juntos foram suficientes pra que aquilo doesse.

_Você foi o melhor amigo que já tive_ deu um fraco sorriso_ E prometo a você que não deixarei que a Demi faça nenhuma besteira. Você não vai ter morrido em vão... Adeus amigo.

Deu um beijo na mão dele e com um aperto no coração se levantou e encarou os rostos tristes a sua frente. Não precisou dizer mais nada... Apenas pegou uma espada e uma capa e saiu atrás de sua melhor amiga... Cumpriria a promessa que fez... Traria ela pra casa sã e salva.

Narrado pela Demi

Era uma longa corrida do metrô até o posto... Longa o suficiente pra que minha cabeça ficasse livre pra lembrar do que havia acontecido horas atrás. Toda vez que a imagem vinha a minha cabeça era como uma facada no meu coração, cada minuto ficava mais insuportável. Depois de alguns longos minutos cheguei aonde queria... O tal Boby estava sentado em uma cadeira na frente do posto, eu me lembrava dele... Era um dos guarda costas da Trish... Um dos homens que levou o Joe até a clareira na noite em que bebi seu sangue. Me aproximei dele sem me importar em ser cautelosa.

_Você é o Boby?
_Demi? O que faz aqui?_ levantou meio assustado.
_Onde ela ta? Onde é o esconderijo dela.
_Não sei do que você ta falando.
_Sabe sim... Não se faça de idiota.
_E se eu não disser pra você?
_Vai dizer por bem ou por mal.

Ele me analisou por um instante... Tentando saber se eu estava ou não blefando. Ele estava me tirando do sério, não devia brincar comigo.

_Olha... Eu realmente não estou com paciência pra isso. Me diz onde encontrá-la.
_Não. Eu tenho mais o que fazer_ sorriu.

Ele me deu as costas e foi andando em outra direção, não me deixaria falando sozinha assim. Tava na hora de saber se meus poderes estavam cem por cento.

_Aonde pensa que vai?_ perguntei e ele parou de andar na hora... Garanto que não foi por vontade própria.
_O que você ta fazendo?
_Você não vai a lugar algum até que me diga onde achá-la.
_Vai ser assim é?
_É. Eu posso muito bem meter uma bala na sua cabeça ou você pode simplesmente colaborar.
_Tudo bem... Eu falo.
_Ótimo. Vai ser melhor pra todos assim.
_Me solta primeiro.
_Se você tentar fugir já era ouviu?
_Eu não vou.
_Melhor mesmo.

Então o liberei... Ele não era corajoso o suficiente pra tentar fugir.

_Tem uma casa na cidade. Toda vez que queríamos falar com ela eu ia até lá.
_Me leva até lá.
_Não posso.
_Pode sim... E vai fazer agora mesmo.
_Mais...
_Sem mais... Anda logo.

Ele bufou irritado mais não tinha como discutir... Teria que me levar lá... Seria por bem ou por mal. Pra mim já não faria diferença, se eu tivesse que matá-lo faria sem pensar duas vezes. Só quem tinha a perder era ele mesmo.