quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Capítulo 12 – Confissões


Já era manha do outro dia quando eu resolvi voltar pra casa, minha família devia estar preocupada, mis eu precisava desse tempo só pra mim. Eu andava lentamente pela floresta quando o vi parado, os braços cruzados, sua expressão resignada. 

_Precisamos conversar_ o Joe falou.
_Não temos nada pra conversar_ eu continuei andando mais ele segurou meu braço me obrigando a olhá-lo.
_Eu quero explicar o que houve_ ele insistiu.
_Eu sei bem o que houve você não me deve explicação nenhuma.
_Será que você pode me ouvir? Eu não fiz nada, foi a louca da Vanessa que me agarrou, eu não queria_ ele disse rapidamente. 
_Para, por favor?_ eu pedi.
_Não, eu não paro, será que você não percebe que eu te amo?

Eu perdi a linha de pensamento, pelo que suas palavras me fizeram sentir eu sabia que não podia mais fugir, não adiantava dar desculpas, eu não podia mais ignorar.

_Eu amo você, aquilo foi só...
_Eu sei_ eu o interrompi_ eu acredito em você.
_Acredita?
_Eu estava zangada, com inveja porque ela podia te tocar sem te machucar e eu não_ confessei envergonhada.
_Aquilo foi um acidente, nem da pra ver que nada aconteceu_ ele sorriu.
_Só por que não está ai, não quer dizer que eu não tenha feito.
_Não vai se repetir_ ele falou confiante_ o caso foi que eu te peguei de surpresa e...
_Eu sei, você tem razão, não vai se repetir, eu não vou dar chance pra que isso aconteça.
_O que você quer dizer?
_Que não vou fazer nada que te ponha em risco.
_Eu não sou tão frágil assim_ ele observou.
_Não é essa a questão, eu não vou me perdoar se te fizer alguma coisa_ eu abaixei a cabeça.

Ele colocou o dedo em meu queixo e levantou meu rosto gentilmente, sua linda face estava apenas a uns centímetros da minha, eu queria chegar pra frente e acabar com a distancia mais eu tinha que me controlar. Ele colocou as mãos em minha cintura e as minhas mãos foram parar uma em cada braço dele, descoberto, musculoso. Ele escorou sua testa na minha mais quando ia me beijar eu virei o rosto gentilmente... Eu não agüentaria aquilo. Ele suspirou.

Narrado pelo Joe

_Eu não posso_ sua linda voz estava agoniada_ eu não vou te machucar de novo.

Suas mãos estavam apertando o meu braço com força, embora não entendesse muito bem eu sabia que era difícil pra ela. Eu esperaria, seria paciente, eu tinha esperanças que daria certo. Ela me abraçou, descansando sua cabeça em meu peito, suas mãos foram afrouxando devagar até que ela relaxou.

_Vai dar certo_ eu sussurrei em seu ouvido.
_Eu espero que sim_ ela disse baixinho.

Nós ficamos abraçados ali um tempo até que ela se lembrou que tinha que ir embora.

_Eu tenho que ir.
_Por quê?
_Eu dormi fora de casa, deve ta todo mundo louco atrás de mim_ ela explicou.
_Agente pode se ver amanha?_ eu perguntei esperançoso.
_Érr... Melhor não, eu já passei todo o dia fora e não dormi em casa. Eu acho melhor ficar quieta em casa amanha ou alguém pode desconfiar.
_Ah, claro_ eu disse tristonho.
_Depois de amanha parece bom pra você?_ ela abriu um leve sorriso.
_Ta ótimo_ eu sorri de volta.

Ela se aproximou e deu um beijo na minha bochecha, se virou com um sorrisinho no rosto e desapareceu. Eu voltei pra casa, me sentindo mais leve, mais feliz, o Kevin não deixou de notar a súbita mudança no meu humor.

_Se eu perguntar o que aconteceu você vai gritar comigo?_ ele perguntou.
_Não vou gritar, mais não vou te contar o que houve.
_Então houve alguma coisa?_ ele tentou.
_Você não vai conseguir estragar minha felicidade com suas perguntas irritantes.
_Eu sou seu irmão, eu quero saber o que acontece com você_ ele fez careta.
_Contente-se em saber que eu estou bem e feliz.
_Você me enlouquece_ ele sacudiu a cabeça negativamente.
_Eu também te amo_ sorri pra ele.

Ele sorriu de volta, não ia deixar isso ficar assim mais seria melhor pra ele se não soubesse de nada.

Narrado pela Demi

Eu cheguei em casa preparada pra ouvir as reclamações de todos, mais eu não estava me importando, eu enfrentaria tudo com o maior prazer.

_Demi querida_ minha mãe veio em minha direção e me abraçou.
_Calma mãe.
_Que susto você me deu, onde você tava e...
_Mãe, ta tudo bem, eu só sai pra espairecer um pouco, nada demais.

Eu tive que inventar uma mentirinha básica pra acalmar minha mãe e meu pai. E depois tive que dar os detalhes do que realmente aconteceu pro Nick e a Selena. Eles ficaram felizes a me ver novamente de bom humor e me encheram de recomendações. No dia seguinte o desejo de sair correndo e ir atrás dele estava me perturbando mais eu me controlei.

_Que cara é essa?_ a Sel perguntou.
_Eu to doida pra fugir daqui e ir vê-lo.
_E porque não vai?
_Pra não dar bandeira, eu já passei tempo demais fora sem avisar. Mais amanha eu vou vê-lo.
_É tão bom te ver sorrindo de novo_ ela comentou.
_É muito bom sorrir de novo_ eu disse.

O David, outro dos nossos bateu na porta e entrou.

_Demi, seu pai quer te ver_ ele falou.
_Já to indo David.
_Não demore_ ele pediu e saiu.
_O que será que ele quer?_ a Sel perguntou curiosa.
_Vamos ver_ eu sorri e sai do quarto.

Andei até o escritório dele e entrei, minha irmãzinha estava lá junto a ele, sorrindo.

_Aconteceu alguma coisa?_ eu perguntei meio desconfiada.
_Não querida, eu só tenho um trabalho pra você_ ele disse, também parecia desconfiado.
_Uma cobrança?
_É, Scott Swan_ ele colocou a pasta sobre a mesa_ trinta e cinco anos, dono de uma loja de conveniências no centro da cidade.
_Tudo bem, eu trago o dinheiro. O valor?
_Ta na pasta_ ele me observou cautelosamente.
_Qual o problema pai?
_Eu quero que você leve sua irmã junto_ ele disparou sem pensar.
_Como é?_ eu perguntei sem acreditar.
_Eu quero que ela se envolva mais nos negócios da família, e ela vai com você pra poder aprender como se faz, com a melhor_ ele sorriu sem jeito.
Eu abri a boca pra protestar mais pensei melhor, evitar arrumar briga_ Tudo bem, ela pode vir, contanto que não atrapalhe.
_Obrigada querida_ ele sorriu satisfeito.

Eu sai sem dizer mais nada e ela me seguiu, eu podia sentir o quanto ela estava feliz com isso e sabia que ela não ia deixar de comentar. Mas nem ela ia conseguir estragar meu bom humor. Nós corremos em silencio até o centro da cidade e paramos antes de entrar na loja.

_Taylor me faz um grande favor?
_O que é?_ ela perguntou áspera.
_Olha, pelo que eu vejo o papai vai te mandar vir comigo em todos os trabalhos pra que aprenda.
_E?
_E se não for pedir muito, eu gostaria que você não se intrometesse, pelo menos dessa vez, deixa que eu resolvo, eu prometo que deixo você cuidar de tudo da próxima vez.
_Não se preocupe irmãzinha, eu não vou atrapalhar_ ela revirou os olhos.
_Obrigada.

Nós entramos na loja, estava vazia exceto pelo homem bêbado que tentava agarrar a força uma moça.

_Hei você ai? Solta a moça_ eu mandei.
_Que é em gatinha? Você é defensora dos pobres e oprimidos?_ ele gaguejou.
_Me ajuda, por favor?_ ela pediu, ele a segurava com força pelo braço.
_Solta ela antes que eu me estresse.
_Ta bem_ ele sorriu e a soltou.
_Obrigada_ ela disse antes de sair correndo pela porta.
_E agora? Eu fiquei sem a minha gatinha, culpa sua_ ele chegou mais perto.
_Você é Scott Swan?_ eu perguntei.
_Eu sou sim, o que você quizer_ ele estendeu os braços pra me agarrar.

Eu sumi da frente dele como um vulto e reapareci atrás dele, o palhaço quase caiu em cima da Taylor mais ela desviou e ele foi ao chão.

_Co... Como vocês?_ ele gaguejou assustado.
_Oh querido, eu acredito que você tem uma divida com o meu pai e comigo_ eu sorri.
_Vocês são...
_Isso mesmo, e se você não pagar logo... A coisa vai ficar feia pro seu lado.
_Eu... Eu...
_Não precisa gaguejar_ a Taylor sorriu também_ é só pagar e tudo vai ficar bem.
_Ta... Ta bem_ ele se levantou e andou até o balcão trocando as pernas.

Ele entregou o dinheiro sem resistir mais e nem fez gracinha. Eu e a Taylor saímos de lá rindo da cara do palhaço, a expressão dele de idiota foi impagável, era por essas e outra que eu adoro meu trabalho.

_Você viu a cara dele?_ eu perguntei rindo.
_Hilário, você é mesmo assustadora irmãzinha_ ela riu junto comigo.

Eram raros esses momentos entre nós duas, sempre que estávamos juntas era brigando. Eu gostei disso, fez eu me sentir ainda melhor. Mais antes que voltássemos a correr, algo prendeu a atenção da Taylor.

_Que foi?_ eu perguntei acompanhando seu olhar.
_Vira-lata_ ela disse.
Parado nos encarando com um sorrisinho no rosto estava ele, só podia ser coisa do destino.
_O que você faz aqui cachorro?_ ela perguntou.
_Quem é a loira oxigenada?_ ele perguntou pra mim.
_Minha irmãzinha_ eu respondi, senti uma coisa estranha, eu queria correr pros braços dele.
_Meu loiro é natural vira-lata, anda perseguindo minha irmãzinha é? Cuidado ou ela pode acabar matando você, não chega muito perto_ ela ameaçou e eu estremeci com a verdade de suas palavras.
_Eu não tenho medo de sanguessugas_ ele brincou, o seu estonteante sorriso continuava lá.
_Pois deveria_ eu falei_ eu sou mais perigosa que você pensa.
_Eu não tenho medo de você_ ele disse agora sério, ele entendeu o sentido por de trás de minhas palavras.
_Bom, o papo ta ótimo, mais agente tem que ir_ ela falou_ o seu cheiro de cachorro ta me deixando enjoada e aposto que ta deixando minha irazinha com sede. Então vamos embora antes que ela arrume mais problemas pra nossa família.

Tava demorando pras indiretas começarem. Mais eu não levei tão na boa quanto pretendia, ela estava certa e eu podia sentir o fogo aumentando e querendo me consumir conforme os minutos passavam.

_Eu não quero atrapalhar, eu tenho uma ronda pra fazer.
_Então porque não vai de uma vez?_ ela sorriu irônica.
_Não precisa pedir de novo, conversar com uma sanguessuga mal educada não é a minha melhor idéia de divertimento.
_Uma?_ ela ergueu a sobrancelha.
_Sua irmã não é tão mal educada como você_ ele observou.
_Ela tentou te matar_ ela rebateu.
_Oh, eu não me importo, são ossos do oficio. E eu não sou tão fácil de destruir. Além do mais, eu odeio gente falsa_ ele fez careta.
_Será que podemos parar com o bate boca? Com licença vira-lata nós temos mais o que fazer.

Nós fomos andando pra longe dele e antes de começar a correr eu o ouvi gritar.

_Até breve.

Eu mal podia esperar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário