segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Mini-fic: All my love to you

21 de dezembro de 2011, 8:00 am

"TRAGÉDIA ANUNCIADA; GOVERNOS DE TODO O MUNDO PEDEM PARA QUE A CALMA SEJA MANTIDA

Aparentemente, os maias estavam certos. Cientistas e especialistas comprovaram que o fim do mundo, de fato, será dia 21 de dezembro de 2012, mais precisamente na madrugada dessa data. Porém, a morte não virá de fora, do Sol, como muitos pensavam e como tantos filmes retrataram. Não, o fim virá de dentro da Terra. Aparentemente, o acontecimento de um fenômeno nunca antes presenciado na história do planeta está previsto para a data acima mencionada. Segundo geologistas, neste dia ocorrerão choques extremamente intensos das placas tectônicas, que ocasionarão terremotos e erupções vulcânicas de tamanha intensidade, que colocarão o planeta inteiro em risco.
Noé se salvou das águas do dilúvio, agora a humanidade terá que se salvar do fogo. Mas como?"



Demetria terminou de tomar o café da manhã e largou a edição do dia do New York Times em cima da bancada de sua cozinha, pronta para mais um dia de trabalho. Olhou para fora da janela - o dia estava frio e nublado - e suspirou.
Era verdade, afinal de contas.
Recordou-se de quando fora ao cinema com Joseph assistir ao então recém-lançado filme 2012. Recordou-se de como deram risada da hipótese do mundo acabar, que parecia tão absurda - quem diria que uma civilização tão antiga poderia prever um acontecimento tão distante?
A lembrança do filme lhe trouxe à mente a lembrança de Joseph.
Ah, Joseph.
Ele e Demetria completaram sete anos de namoro mês passado. O casal estava junto desde o aniversário de dezenove anos do moço. Ele era o melhor amigo do irmão de Demetria, e os dois se conheceram por causa disso. Joseph era três anos mais velho, e demorou três anos para conquistar de vez o coração da jovem.
Não se fazem mais homens assim hoje em dia.
Agora, as promessas de amor eterno seriam quebradas assim, tão facilmente, pela geologia?
Que absurdo.


Joseph desligou o rádio e desviou sua atenção para o trânsito à sua frente. Então era verdade. O mundo iria acabar dali a exatamente um ano.
O que significava que ele só tinha mais um ano com Demetria.
Ah, Demetria.
Por que justo agora que ele ia pedir a mão dela em casamento?
Dez anos amando aquela mulher e sete a namorando. Os melhores sete anos da vida dele.
Recordou-se de seus dezesseis anos, e de como era estranho admitir que estava apaixonado por uma pirralha de treze. Certo, qualquer um que olhasse para a garota e conversasse com ela diria que ela era muito mais velha, mas mesmo assim. Lembrou-se de quando ele se formou no Ensino Médio e ela ainda estava entrando na primeira série do colegial, e de como foi triste se despedir dela, ainda que naquela época o amor não fosse recíproco. Lembrou-se do dia em que ela finalmente admitiu corresponder aos sentimentos dele, e o romance dos dois finalmente teve um começo. O melhor dia da vida dele.
Distraído com seus pensamentos, Joseph quase não viu o sinal à sua frente abrir. Se deu conta, então continuou seu percurso para o trabalho.
Agora que ele iria ter a amada para si de vez, o mundo resolve acabar?
Que absurdo.


21 de dezembro de 2011, 6:30 pm

Demetria mal deixou o escritório onde trabalhava quando seu celular tocou. Era Joseph. O nome que apareceu no visor a fez sorrir, como sempre fazia.
Sete anos de namoro e a simples menção do nome dele ainda fazia o coração dela palpitar como o de uma adolescente apaixonada.
Patético.
Porém bom.
- Amor?
- Joseph, tudo bom? Como foi o seu dia?
- Cansativo, como sempre. E o seu?
- Tive que lidar com alguns clientes um tanto irritantes, mas estou viva, afinal de contas!
- Ainda bem! Escuta, eu sei que ainda é quarta feira, mas amanhã começa o feriado de natal para nós dois... O que acha de sairmos para jantar hoje?
- Acho digno! Tem algum lugar em mente?
- Que tal o Knights? Te busco às oito?
- Combinado, então!
- Ok. Te amo!
- Te amo mais, bobo, mas vou desligar porque tenho que dirigir pra casa e você sabe que eu sou péssima no volante e que falar com você só piora a situação. Beijo, amor. Até mais!
- Até!
Demetria desligou o telefone e sentiu o coração apertar. Justo hoje, que ficou sabendo que seus dias com Joseph estavam contados, o ser resolve levá-la para jantar no restaurante do primeiro encontro deles?


21 de dezembro de 2011, 8:00 pm

Joseph sentiu a aliança no bolso do paletó pesar. Quem diria que um pedaço de metal tão pequeno significaria tanto para ele?
Sentiu o coração acelerar quando viu Demetria já esperando na porta de sua casa. A sua mulher. Sempre tão pontual, tão bonita, tão madura, tão... Demetria.
Se sentia um bobo apaixonado.
O que era bom.
Se seus dias com ela estavam contados, ele se empenharia em fazer o melhor que pudesse deles.
A começar com um pedido.

O casal chegou ao Knights, o restaurante pequeno, aconchegante, e tão conhecido por eles. Sentaram-se na mesa número 18, a mesa do primeiro encontro deles.
Coincidência?
Os dois conversaram sobre seus dias, até que a atenção dos dois se voltou ao noticiário que começou a passar na televisão do restaurante. Obviamente, o mesmo falava sobre o iminente apocalipse, agora confirmado.
- Quer dizer, então, que era verdade... - Demetria murmurou.
- Aparentemente, sim. Lembra de quando a gente foi assistir a aquele filme chamado 2012 e de como a gente deu risada do pessoal que tinha acreditado?
- Claro que lembro! Ah, a ironia do destino.
- Pois é... - Joseph olhou para baixo. Não sabia como começar aquilo.
- Amor, tem algo de errado? Você parece tão distante... Aconteceu algo?
- Sim e não. Não sei por onde começar, mas vamos lá. - Joseph ficou de pé, tirou a caixinha do bolso e se ajoelhou na frente de Demetria. O restaurante inteiro pareceu olhar o casal. - Dez anos te amando, e sete anos te namorando não são pouca coisa, e você sabe disso. Todo esse tempo foi o suficiente para eu ter a certeza de que eu quero você ao meu lado pela minha vida inteira. E, se por acaso, você também tiver essa certeza - Joseph abriu a caixinha, revelando a aliança - Demetria, você aceita se casar comigo?
Subitamente, tudo ficou quieto. O restaurante inteiro estava prestando atenção nos dois e esperando a resposta de Demetria.
- Eu... bem... - Demetria sempre se orgulhara de ser boa com as palavras, mas não fazia a mínima ideia do que dizer naquele momento.
Alegria não descrevia o que a jovem sentia. Não, alegria era o que ela sentia sempre que estava com Joseph. Não havia palavras para descrever aquilo.
Joseph, porém, pareceu não entender a hesitação da moça. Nunca estivera tão tenso, e o fato de Demetria demorar para responder só piorava seu medo de rejeição. Não encontrando coragem para olhar nos olhos da amada e encontrar qualquer coisa negativa que estivesse ali, Joseph olhou para o chão, agora tremendo.
Trinta segundos parecem pouca coisa, e foi o tempo que Demetria demorou para responder. Trinta segundos que pareciam a eternidade.
- Aceito. - A moça sussurrou, sorrindo - Aceito, Joseph, eu aceito!
Aplausos vieram do restaurante inteiro. Joseph sorriu em alívio enquanto colocava o anel no dedo de sua amada.
- Você não tem noção de como me fez feliz, e de como me faz feliz sempre, meu anjo!
- Digo o mesmo, amor!


09 de agosto de 2012, 7:30 am

"PROJETO ARCA DE NOÉ ANUNCIADO. HÁ UMA ESPERANÇA PARA A HUMANIDADE, MAS NÃO PARA ELA INTEIRA
Aproximadamente oito meses atrás, o fim do mundo foi anunciado. Hoje, cientistas anunciaram um projeto que promete salvar o futuro da humanidade - mas não dela inteira. Foi construído um ônibus espacial para a Estação Espacial Internacional, mas o mesmo tem vagas limitadíssimas, segundo o cientista responsável pelo projeto, Hubert Stella. Segue abaixo uma entrevista realizada com ele.
NYT- Como o projeto funcionará?
Hubert- Haverá um processo seletivo para selecionarmos aqueles que ingressarão na nave que terá como destino a Estação Espacial Internacional. Ao longo dos oito meses que se passaram, houve uma reforma no local, e ele terá espaço suficiente para abrigar não mais que quinhentas pessoas. Temos plena noção de que é muito pouco se comparada à imensidão da população mundial, mas fizemos o possível para abrigar o máximo de pessoas.
NYT- E quais serão os critérios desse processo seletivo?
Hubert- Haverá apenas um critério - o Índice de Amor, ou IA. Todos nós nascemos com a capacidade de amar, mas poucos realmente amam ao longo de suas vidas. E como acreditamos que o amor é a única coisa que tem o real poder de revolucionar o mundo, o processo seletivo se baseará nele. Desenvolvemos uma tecnologia para calcular o IA de cada pessoa, e com base nisso, as pessoas que conseguirem uma determinada quantia conseguirão sua vaga na Estação Espacial.
NYT- E qual seria a quantia mínima?
Hubert- Ainda não sabemos ao certo, mas acreditamos que fique por volta de 150 IA.
NYT- Mas e se poucas pessoas ou muitas pessoas atingirem este nível?
Hubert- Não temos essa procupação. O IA é transferível de uma pessoa para outra, ou seja, as pessoas encontrarão uma forma. Mas ao mesmo tempo, é um nível não tão fácil de ser atingido, portanto não estamos preocupados com excesso nem com a falta.
NYT- E como será estimado o IA de cada pessoa?
Hubert- Já estão disponívels em postos de saúde pequenos aparelhos que se parecem com termômetros. Estes devem ser utilizados de acordo com as instruções da embalagem, e apontarão o IA de cada pessoa. Os que quiserem solicitar a vaga na Estação Espacial ou solicitar transferência de IA deverão procurar a delegacia mais próxima. (…)"


Joseph não teve paciência de ler o resto da reportagem. Deixou o jornal na mesa da cozinha.
O fim agora parecia mais próximo do que nunca.
E ele e Demetria, como ficariam? Morreriam juntos ou sobreviveriam juntos? Será que os dois possuíam IA suficiente?
Olhando para o relógio, Joseph tomou uma decisão. Faria de tudo para que Demetria sobrevivesse, ainda que ele ficasse para trás.
Abrindo a porta com cuidado para não acordar sua noiva que dormia no quarto do apartamento que agora dividiam, Joseph foi até o posto de saúde que ficava na esquina.

Demetria acordou com Joseph fazendo carinho em sua cabeça. Se espreguiçou, murmurou algo ininteligível e abriu os olhos, para ver o seu noivo sorrindo para ela. Aquele sorriso que ainda conseguia fazê-la corar.
Quem diria - seu noivo.
A Demetria de treze anos jamais imaginaria que isso aconteceria no futuro.
- Bom dia, meu amor. - Joseph disse, sorrindo.
- Bom dia, meu anjo! Acordou faz muito tempo?
- Na verdade, sim. Não consegui voltar a dormir, então fiz o café. Torradas e ovo frito. Espero que goste!
- Você não precisava ter feito isso...
- ...mas eu quis! Sempre é você quem faz o café, vai! - Joseph disse sorrindo, enquanto se levantava e puxava Demetria pela mão - Agora levanta e vem!
Os dois se sentaram à mesa e comeram em silêncio, um desfrutando da presença do outro, enquanto Demetria lia o jornal. A expressão em seu belo rosto era de preocupação.
- Você viu isso, amor? Da seletiva pra Estação Espacial Internacional?
- Vi... Quer tentar a vaga?
- Eu até tentaria, mas e se não for o suficiente? Não sei, peguei trauma de processos seletivos... - Demetria parou por um instante - Joseph, me promete uma coisa?
- Claro, mas o que?
- Não importa o que acontecer, nós dois ficaremos juntos até o fim. Promete?
- Eu... - Joseph hesitou - Eu prometo, sim, amor. Prometo.
Demetria notou algo em seu tom de voz, mas não sabia o que era.
Se ela houvesse olhado na gaveta do criado-mudo, descobriria que lá estava um dos termômetros que Hubert e sua equipe desenvolvera. Também encontraria uma folha de papel com um cálculo cujo resultado equivalia a 170. E descobriria o tamanho do amor que Joseph tinha por ela, e o por quê do tom de voz de seu noivo.
Joseph estava com a data da morte marcada, apenas para salvar Demetria.

Não se fazem mais homens assim hoje em dia.


22 de outubro de 2012, 19:00

- Amor? - Demetria disse no celular, enquanto olhava mais uma vez para a carta em sua mão. Não acreditava no que estava vendo.
- Oi, meu anjo! O que foi?
- Você não vai acreditar! Consegui a vaga naquele processo seletivo da Estação Espacial Internacional! Vou escapar do fim do mundo!
- Isso é... ótimo, Demetria! - Joseph disse alegre, ao mesmo tempo em que sentiu uma pontada em seu coração.
- Mas... espera. Eu não me lembro de ter me inscrito.
- Ah, vai ver eles mudaram o sistema de seleção. Não importa, amor, você tá dentro!
- É... tem razão! Mas e você, conseguiu também?
Joseph não sabia como responder. Não, ele não havia conseguido. Transferiu todo o seu IA para Demetria, por isso garantiu a vaga de sua noiva.
- Demetria, lembra daquela promessa que nós dois fizemos dois meses atrás?
- A de ficarmos juntos até o fim? Lembro, lembro.
- Eu ainda estou disposto e vou cumpri-la. Não se esqueça!
Demetria estranhou.
Havia algo de errado.


20 de dezembro de 2012, 9:00 pm

Enfim, o dia do embarque chegou. O casal chegou à base de lançamento, e de longe se via uma multidão de protesto, tentando conseguir sua vaga na nave, e um grupo enorme de policiais tentando contê-la. Entraram em uma espécie de aeroporto, aonde um funcionário que aparentava ter uns 65 anos logo veio recebê-los.
- Boa noite, senhores. Estão com suas cartas de confirmação aí?
- Sim, estamos - disse Demetria, enquanto procurava-a nos bolsos de seu casaco.
- Muito bem, então. Ela não será necessária agora, só lá na frente. Vejo que os senhores não trouxeram bagagem, segundo as instruções. Que orgulho! Agora, infelizmente, vocês dois terão de ser separados, mas se reencontrarão lá na Estação Espacial. Homens pelo corredor da esquerda, e mulheres pelo da direita. Cada um irá para uma cabine, a qual vocês dividirão com outra pessoa do mesmo sexo. Boa viagem, e parabéns pelas vagas!
- Muito obrigada! - Os dois seguiram em frente, e logo antes da bifurcação, onde teriam de se separar, Joseph parou e retirou um envelope de sua jaqueta.
- Demetria, aqui tem uma carta para você, mas você precisa me prometer que só irá abri-la quando já estiver dentro de sua cabine. Está bem? - o moço disse, com os olhos levemente nublados.
- Está. Joseph, o que aconteceu? Você está meio estranho...
- Não é nada de mais, é só o nervosismo. Nunca fiz uma viagem assim, sabe. - Joseph disse, sorrindo. Demetria sorriu junto - Boa viagem, meu anjo, não se esqueça que eu te amo!
- Te amo mais, meu amor! - Demetria selou os lábios dos dois em um beijo. - Até a Estação Espacial!
- Até! - Joseph ficou parado, enquanto assistia Demetria partir em direção à área de embarque das mulheres.
Mal sabia ela que era uma despedida definitiva. Bom, quem sabe um dia ela entenderia e o perdoaria.
Joseph deu meia volta, se despediu do funcionário que havia os recebido e voltou para seu apartamento.


21 de dezembro de 2012, 00:30 am

Após passar pelos infinitos procedimentos, Demetria finalmente estava acomodada em sua cabine. Não era muito espaçosa, mas seu tamanho era o suficiente para acomodar outra pessoa além dela. Demetria dividiria a cabine com uma mulher de nome Bernice Cagnard, de mais ou menos 50 anos, que lembrava um pouco a mãe da jovem, e que já estava dentro da cabine lendo algum livro quando Demetria chegou. As duas se cumprimentaram com um rápido aceno de cabeça, e cada uma se acomodou em seu canto.
Assim, Demetria se pôs a ler a carta que Joseph havia escrito.

"Meu amor, meu anjo, minha amada Demetria:
Quando você estiver lendo esta carta, provavelmente já estará dentro de sua cabine, se preparando para o lançamento rumo à Estação Espacial Internacional. Eu, porém, estarei no nosso apartamento, esperando sentado pelo fim do mundo.
Sim, eu fiquei para trás. Não, não foi contra a minha vontade. Quando eu fiquei sabendo da notícia do IA, logo fui ao posto de saúde mais próximo, aquele na esquina do nosso apartamento, e comprei um medidor. Descobri que nossos IAs somados seriam o suficiente para uma vaga, e logo fiz questão de que ela fosse sua.
Eu sei, eu sei, você deve estar muito irritada agora. Sim, eu prometi que nós ficaríamos juntos até o fim. E eu vou cumprir essa promessa. Você estará comigo, nos meus pensamentos até o meu último momento - até o meu fim. E espero estar nas suas lembranças até o seu fim.
Espero que um dia você entenda e me perdoe. Também espero que você seja feliz, de verdade. E se um dia você encontrar outra pessoa para amar, lá na Estação Espacial, por favor, peço para que você não se esqueça de mim, mas que minhas lembranças não sejam um obstáculo para a sua felicidade, apenas memórias de um passado distante.
Eu te amo, Demetria, eu te amo. Não se esqueça disso.
Por favor, me perdoe.
De seu Joseph."


- Não. - Demetria disse, ao mesmo tempo em que sentia seus olhos marejarem - Não pode ser.
- O que aconteceu? - Bernice, a senhora e sua companheira de cabine, perguntou.
- Eu... Eu... - Demetria não conseguia falar. Uma sensação de pânico subitamente tomou o seu coração. Joseph não tinha feito isso. Não, não era possível. Como ele esperava que ela fosse feliz sem ele? - Meu noivo... ele não conseguiu a vaga e... e não me contou.
- Como assim? - Bernice, preocupada, disse. - Ele vai ficar na Terra, então?
- Aparentemente sim! Mas... Mas...
Demetria deu uma breve explicação da situação dos dois,
- E-eu... não sei o que fazer! Como eu vou ficar sem ele? Céus, o que eu faço?
- Calma, calma. Olha, ainda dá tempo de sair da nave, se você correr um pouco...
- Mas será que é o certo a fazer? O que ele ia pensar se eu fizesse isso? Essa vaga podia ter sido usada pra salvar outra pessoa, e eu vou jogá-la fora assim... - a jovem estava aos prantos.
- Veja bem, minha jovem. Meu marido faleceu em um acidente de carro. Fiquei abaladíssima no começo, mas com o tempo, aprendi que a morte é uma questão de tempo. Todos nós vamos enfrentá-la algum dia. A morte é certa. Agora, outra coisa que eu aprendi com o acidente é que amor não se encontra duas vezes nessa vida. Então, pelo que eu entendi da sua história, você ama esse tal de Joseph?
- Sim - Demetria disse, quase um sussurro, ao mesmo tempo em que limpava as lágrimas de seus olhos. - Eu o amo mais que o mundo.
- Então o que você está esperando? Você tem duas escolhas agora. Ficar nessa cabine, esperar o lançamento e ser uma viúva, sim, viúva, miserável pelo resto da sua vida. Ou você pode levantar daqui, sair correndo dessa cabine e ir encontrar o seu amor, onde quer que ele esteja, e encarar o Fim junto com ele. A escolha é sua, mas decida rápido, porque o lançamento é pra daqui a pouco. - Bernice disse e voltou a dirigir sua atenção ao livro que estava lendo.
Demetria olhou para a porta da cabine, para Bernice, para a carta em suas mãos e para a aliança em seu dedo. Não pensou duas vezes e andou em direção à porta.
- Obrigada! - Gritou para a senhora, enquanto punha-se a correr.
Bernice sorriu.


21 de dezembro de 2012, 3:00 am

Joseph olhou para fora da janela do quarto, observando a cidade. Tudo estava quieto. Os que ficaram para trás, ou seja, a maioria da população, preferiram ficar em casa junto com suas famílias, enquanto Joseph, solitário, lembrava de tudo o que passara com Demetria. Desde o dia em que se conheceram, até o dia em que começaram a namorar, até o noivado, até a pseudo despedida que tiveram há pouco...
Ele a queria de volta. Ah, como queria.
Ainda estava absorto em seus pensamentos quando ouviu a porta abrir.
- Mas o que... - Joseph se dirigiu à porta, surpreso. Que pessoa em sã consciência invade a casa dos outros instantes antes do fim do mundo?
Ficou mais surpreso ainda ao reconhecer a figura que ali se encontrava.
- Demetria? O que está fazendo aqui? Você não deveria estar na...
- Sim, Joseph, eu deveria. Mas não estou. Agora me ouve. Você mentiu pra mim? Você realmente achou que eu poderia um dia ser feliz sem você? Que linha de raciocínio é essa? E a promessa de "juntos até o fim"? Você achou que poderia cumpri-la desse jeito? Me poupe, Joseph!
- Foi pelo seu bem, Demetria...
- Pelo meu bem? Me forçar a viver uma vida sem você não seria algo pelo meu bem. Lembra que eu prometi te amar para sempre? Ainda estou disposta a cumprir essa promessa, está bem? Eu te amo. E não quero passar o resto da minha existência em algum lugar do espaço sendo uma viúva melancólica sem o amor da vida dela. Se é pra encarar a morte, que seja ao seu lado. Se é pra perdermos tudo no fogo, que seja junto com você, está bem?
Joseph não sabia o que responder. Mas sorriu.
- Eu... Demetria, obrigado.
- Pelo quê?
- Por me amar. Só isso e tudo isso.
Demetria sorriu junto com Joseph. Ele deu um passo à frente, e uniu os lábios dos dois em um longo beijo. Um beijo que não acabou, já que nesse mesmo momento, os dois sentiram o chão tremer.


Era o início do fim.


FIM

domingo, 23 de dezembro de 2012

Então meus pudins de leite, não deu pra mim entrar no blog esses dias, por isso agora eu vou postar uma mini-fic sobre o FIM DO MUNDO >.<

                                             
                                               Prólogo de "All my love to you "


O que faz uma pessoa ser melhor que a outra?
Dinheiro?
Não, por meio dele as pessoas se tornam mesquinhas.
Aparência? Beleza?
Não, por meio delas as pessoas se tornam arrogantes.
A resposta é o amor. Só o amor tem o real poder de revolucionar o mundo.
Todos nascem com a capacidade de amar, mas quantos realmente amam ao longo de suas vidas?

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Mini-Fic - Daring Reminder


Gente minhaaa, resolvi postar essa mini fic pra mudar um pouco a rotina do blog^^ Vampiros as vezes enchem o saco '-' kkkkk' mas então, essa Fic' NÃO É MINHA, eu achei ela  -->AQUI<--

Com os olhos apertados e as mãos na cabeça, os dedos entrelaçados no meu cabelo, respirei fundo mais uma vez. A dor que eu sentia já se tornava insuportável, meu coração batia fora do compasso, cansado de fazer seu trabalho de rotina. Meu estômago não suportava segurar mais nada e meus olhos ardiam, mesmo eu fazendo força para fechá-los, tentando fazer tudo passar. 
A ideia de que ele não pudesse mais me amar era insuportável; o pensamento de ser descartável era apavorante. 
As fotos que recebi pelo correio em meu trabalho já não mais existiam, porém, elas estavam bem vivas em minha mente. Era tudo o que eu tinha nos pensamentos. Segundo o envelope, "um presente de Natal". Joseph atracado com aquela vadia de vestido azul, curto, colado no corpo, passando a mão por suas coxas. Fazendo o que costumávamos fazer quando começamos a namorar, e nós amávamos tudo aquilo, porque nos fazia sentir vivos. Será que eu não o fazia mais se sentir assim? Doía pensar nisso, porque eu me sentia completa e viva toda vez que o tocava. 
Eu sabia quem havia me mandado aquelas fotos, não tinha dúvidas: Marco, o marido dela. Ele sempre fora ciumento demais e já havia contratado um detetive particular uma vez. E não era a primeira vez que ele fora traído; inclusive, da primeira vez, ele deixara o outro internado, depois de uma luta feia. Mas eu sabia que ele não faria isso com Joseph, porque, pra começar, eles eram amigos de infância. 
Mas Joseph fez isso com ele. 
Comigo. 
Com o nosso casamento. 
Levantei do sofá, decidida. Uma coisa que sempre deixamos claro um pro outro era que não suportaríamos uma traição. E, por dez anos, isso nunca havia acontecido. Ou havia e eu não sabia? Quem poderia me provar o contrário? Agora, ele estava deitado em nossa cama, como se nada tivesse acontecido, mesmo após manchar nossa relação. E eu não aguentava. Justo tão perto de uma data tão especial para mim, como ele sabia que era o Natal. Não só por causa de nosso aniversário de casamento, mas sempre fora um dia mágico pra mim, além de ser data de falecimento de meu avô. 
Já me tentei muito, no começo do namoro, principalmente porque meu ex vinha sempre atrás de mim, e mesmo assim, nunca nem pensei em traí-lo, de fato. E ele não só pensou em me trair, como pensou em me trair com minha amiga, mulher de seu melhor amigo. O que havia acontecido conosco? 
A imagem dos dois fazendo sexo em cima de nossa mesa de jantar e no sofá de seu trabalho me deixou enjoada. Felizmente, já não havia mais nada para colocar pra fora, visto que eu não comia há horas, desde que havia recebido as fotos. Minha cabeça latejava, enquanto milhões de pensamentos me invadiam. Mas algo dentro de mim gritava "traidor!". 
E eu sabia que não poderia deixar isso impune. 
Com o rosto inchado, olhos ardendo, cabeça latejando de dor e sentindo nojo de mim mesma, mas principalmente de Joseph, fui até a cozinha, abrindo a segunda gaveta do armário. Tirei de lá o facão de churrasco. Observei o reflexo de meus olhos ali e tudo que eu vi foram olhos vazios, de um espírito quebrado, morto. Ele fez isso comigo. 
Peguei o afiador e comecei a passar a faca por ele rapidamente, com força, deixando-a o mais afiada possível. Meu coração, meu espírito, ambos quebrados em mil e esfaqueados por Joseph, quando tudo o que fiz, foi satisfazer seus desejos, dar-lhe todo o meu amor, de corpo e alma. E ele brincou com isso, como brincava com menininhas na adolescência. Mas agora ele tinha consciência do que fazia, não era mais inconsequente. 
Já suada pelo movimento repetitivo, passei a ponta do dedo pela faca, de leve, e sangue brotou do pequeno corte. Era suficiente. Se ele achava que podia me apunhalar pelas costas, sem consequência nenhuma, estava enganado. Eu não era idiota. 
Caminhando até o quarto, minhas pernas fraquejaram. Mas eu não podia ser fraca, afinal, ele não pensou duas vezes antes de fazer o que fez comigo. Tudo que eu podia sentir por ele, agora, era raiva. Ódio. Não dizem que o amor e ódio andam lado a lado? Poucos sabem o quão tênue é a linha que separa os dois. 
Abri a porta e lá estava ele, deitado, dormindo silenciosamente. Por um momento, meu coração palpitou, dizendo que ainda o amava. Uma parte ainda o amava. Mas meu cérebro jogou em minha frente a nossa conversa de mais cedo... 

"- Fiquei sabendo que Annabeth passou pelo seu escritório essa semana. Você a viu? Sinto saudade dela. - comentei inocentemente, tomando um gole de meu café. Ele me olhou de canto de olho. 
- Não... Deve ter ido para encontrar a Lizzie. Elas são amigas, não são? - comentou, enquanto tirava seu pão da chapa. 
- Hm, é, são. Mas ela é do seu andar, pensei que poderia ter visto... 
- Não! - ele me cortou. - Eu não a vi, Demetria. A última vez que encontrei com Annabeth foi no seu aniversário do ano passado, assim como você." 

O modo como ele me respondeu o entregou e ele mal sabia disso. Mesmo se eu não tivesse recebido as malditas fotos, mesmo que eu não soubesse do caso de mais de mês dos dois, eu iria saber que havia algo errado com aquela conversa. Eu o conhecia como a palma da minha mão... Ou imaginava conhecer, visto que nunca esperaria tal atitude dele. 

I gave you my heart, you ripped it apart, like wrapping paper trash... 

A televisão ligada na MTV mostrava o clipe de All Time Low. A vida era feita de coincidências... 

They say I'm losing my mind, I thought that for a while. 
Aproximei-me da cama. Não, eu não estava perdendo a minha cabeça. Eu estava perdendo o amor da minha vida, aquele a quem eu dei meu coração e que preferiu brincar com ele, ao invés de cuidar. E eu sabia que eu não poderia viver com isso. E eu não queria que ele vivesse com isso. 
Sentei-me na beirada e assisti-o dar um suspiro. 

Now, I hope you are happy with your self, cause I'm not laughing. Don't you think it's kind of crappy what you did this holiday? 

Cantei baixinho junto com Stuart e deixei que as últimas lágrimas caíssem de meus olhos. Não poderia aguentar muito mais... A dor que eu sentia pela traição, pelo modo que ele me tratou e como agiu, era muito maior do que qualquer outra coisa, muito maior do que o amor que um dia senti e, infelizmente, ainda sentia por ele. 
Coloquei a ponta da faca em contato com seu peito nu, na direção do coração. 

I gave you my all, but our love hit a wall now. 
Fechando os olhos e dando um soluço alto, com o peito ardendo em dor e desespero, juntei todo o resto de minhas forças e afundei a faca em seu peito. Chorando alto mais uma vez naquele dia, tudo o que fiz foi assisti-lo acordar e dar-me um último olhar de desentendimento. Mas antes que eu pudesse pensar em me arrepender, as imagens me invadiram mais uma vez e eu me afastei da cama, agora ensaguentada. 
Joseph brincou com o meu coração e com o meu amor mais do que devia, mais do que o permitido. Não magoou só a mim, como a seu melhor amigo. Decepcionou sua família e manchou uma relação de anos, algo maravilhoso. 
Apunhalou-me pelas costas e eu o apunhalei de frente, direto no coração. Um presente de Natal...


Merry Christmas, bitch, kiss my ass.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Capítulo 9 – Um Velho Amigo (BIG, HOT 6')


Durante toda a aula, Kat, Vic e Ryan ficaram me secando com os olhos... Quando batesse o sinal do intervalo eu estaria perdida. O que eu ia dizer a eles? Que tive um surto de fúria e me transformei em um monstro? E justamente o que eu não queria aconteceu... As horas passaram incrivelmente rápidas e o sinal bateu, eu gelei no lugar... Droga. 

_Pode começar a falar_ ouvi a voz da Kat atrás de mim, só havíamos nós três na sala agora.
_Vamos mocinha_ Vi insistiu_ O que houve com você? 
_Eu passei mal gente... Foi só isso. 
_Só isso?_ Kat fez careta_ Você tava mais pálida que de costume e saiu correndo feito louca e diz que foi só.
_O que mais você quer que eu diga? 
_Quem era aquele que te levou no colo? 
_O namorado da minha prima_ menti rapidamente... Bem, não era totalmente uma mentira_ Ele é tipo um pai pra mim sabe? Ai eu liguei e pedi pra ele vir me buscar. 

As duas me analisaram em silencio... Provavelmente decidindo se acreditariam ou não na minha história. Pra minha sorte e alivio as duas relaxaram e sorriram pra mim. 

_Sua prima tem muito bom gosto em menina?_ Kat riu maliciosamente_ Aquele homem é um Deus grego... Nossa, queria eu que ele me pegasse no colo. 
_Imagina ele me agarrando_ Vic suspirou.
_Eca_ fiz careta.
_Como assim eca? Você pirou.
_Ele é namorado da minha prima_ disfarcei.
_Dane-se a prima... Eu tascava-lhe um beijo_ Kat disse. 
_Ele parecia realmente preocupado com você_ Vic fez bico_ acho que ele gosta de você.
Eu fiz uma careta de nojo... Imaginei o que elas pensariam se soubessem que o Deus grego é meu pai. 
_Olha... Esqueçam isso ta legal? Vamos comer.

Não dei tempo que elas dissessem mais nada, sai da sala arrastando as duas comigo em direção ao refeitório. Eu comprei meu lanche primeiro e fui me sentar, aguardando as meninas que ainda estavam na fila. Então senti alguém se sentar ao meu lado... Eu reconheci aquele perfume...

_Oi_ Ryan disse com sua voz suave e um lindo sorriso no rosto.
_Oi_ respondi meio tímida... Eu não deveria me sentir acanhada, mais era inevitável.
_Você ta bem? Fiquei preocupado com o que houve ontem. 
_Estou bem sim... Obrigada por se preocupar, foi só um mal estar.
_Ah.

Fez-se um silencio desconfortável e eu vi Kat e Vic nos observando, mais ao invés de vir até nós e me salvar daquela situação elas sentaram em outra mesa me observando em meio a risadinhas maliciosas... Filhas da mãe. 

_Então... _ ele disse depois de um longo minuto_ Aquele cara que veio te buscar ontem... É seu namorado? 

Outro... Porque todo mundo ficava me perguntando se eu tinha algo com ele... Isso era tão absurdo. Eu sei que meu pai é lindo... De família o.O... Mais era tão absurdo pra mim se quer cogitar essa possibilidade... Eu fiquei tão irritada com a pergunta que estava pronta para responder com ignorância mais quando vi a expressão em seus olhos toda minha raiva evaporou... Ele parecia meio triste, parecia desejar que eu respondesse não... Meu coração se acelerou enquanto eu observava seu lindo rosto.

_Não... Ele... É o namorado da minha prima. É como um pai pra mim_ forcei um sorriso. 
_Ah_ ele sorriu.
_E você? Tem namorada?_ OK... Porque diabos eu fiz essa pergunta? Eu quis me matar quando vi um sorriso iluminar seu rosto... Qual era o problema comigo? 
_Não... Eu estou sozinho. 
_Não deve ser pro falta de pretendentes_ eu disse e logo em seguida quis poder enfiar uma faca no meu coração e morrer, se bem que isso não ajudaria muito já que eu não morro assim tão fácil. Mais seria bom pra mim aprender a ficar de boca fechada. 
_Não é que... _ ele deu um leve sorriso_ Ainda não encontrei a garota certa. 
_Bom... Aqui na escola não faltam opções. Temos as maluquinhas tipo a Kat e a Vic... As patricinhas irritantes como a Nathalia e suas clones... Temos as nerds como a Fernanda e a Nicolle e as góticas como a Camilla. 
_Eu acho que prefiro mais as misteriosas_ ele disse_ Como você.

Eu fiquei sem saber o que responder... Porque ele tinha que ser tão encantador? Ah, o que estou dizendo? Alguém por favor arranque a minha língua e meus olhos fora... Eu juro que nesse minuto poderia beber o sangue de metade da escola de tão louca que fiquei. Eu nem conhecia esse garoto e ele já fazia eu enlouquecer ou simplesmente poder ficar invisível. 

_Você me acha misteriosa?_ foi só que consegui dizer.
_Acho... Tem algo em você que... Não sei explicar. Mais pelo pouco que vi, parece que você esconde alguma coisa dos outros. Sempre querendo saber e nunca revelando nada de si mesma. 
_É isso que você acha? Que escondo alguma coisa?
_Sim... E você tem medo que alguém descubra. Só não sei o que é_ deu de ombros. 
_Talvez se eu esconda é porque não é algo que deva ser descoberto. 
_Como eu disse adoro um mistério_ sorriu_ Talvez eu descubra o que você esconde. 
_Eu realmente gostaria que você não tentasse.

E pra minha sorte o sinal do fim do intervalo tocou e me livrou da profundidade de seu olhar... Eu desviei o rosto e me levantei, ele fez o mesmo... Eu pude prever o interrogatório no final da aula... Teria que me preparar pros gritos histéricos da minhas amigas... Era terrível só imaginar. 

_Oi Ryan_ uma voz irritante disse.
_Oi_ ele disse educadamente.
_Eu vim te fazer um convite_ Nathalia disse sorridente.
_Convite?
_Vai ter uma festa na minha casa esse sábado. Festa na piscina e você ta convidado... É a festa mais esperada do ano e... Não é qualquer um que comparecesse_ ela me lançou um olhar assassino.

Foi o que bastou pra eu sentir aquela mesma sensação de irritação de ontem... Então sai dali sem olhar pra trás antes que explodisse... Lembrei do que minha mãe me disse, pra respirar fundo e pensar em coisas boas... Pensei na cara que Nathalia faria se me visse como um monstro e me imaginei arrancando a cabeça daquela tosca fora... Me deu vontade de rir e me acalmou... Seria um sonho que nunca seria realizado, mais imaginar não era pecado né?

Narrado pela Demi

Depois que eu e Joe finalmente acordamos totalmente saímos pra um missão... Coisa simples. Eu sentia uma necessidade de um pouco mais de desafio e emoção mais ultimamente nossos trabalhos eram insuportavelmente simples. Quando voltamos pra casa tivemos uma surpresa inesperada... Havia um humano na nossa casa e eu o conhecia bem. 

_Jack?_ murmurei surpresa com sua presença. 
_Oi Demi_ ele forçou um sorriso_ É bom vê-la de novo. 

Jack era um amigo do meu... De Marcus, um amigo humano. Eu nunca entendi bem a amizade dos dois, mais Jack era uma boa pessoa e nós já tínhamos o ajudado antes.

_O que o traz aqui? 
_Eu preciso de um favor de vocês... O problema é que não tenho como pagar_ ele parecia angustiado.
_Qual é o problema?_ Joe perguntou.
_Minha esposa andou muito doente... Precisou fazer uma cirurgia complicada e cara pra não morrer. 
_Kate esta bem?_ eu perguntei preocupada, também conhecia a esposa dele.
_Agora ela esta bem... O problema é que eu fiz um empréstimo pra pagar a cirurgia e... Agora não tenho como quitar a divida.
_Você quer que agente... 
_Não... Eu estou trabalhando e vou receber uma grana boa no final da semana que vem... Vai dar pra pagar. O problema é que o cara não quer mais esperar e esta ameaçando minha esposa e meus filhos... Tenho medo que não sobrevivamos até o fim da semana.
_E o que quer que agente faça?
_Eu queria que vocês protegessem meus filhos e minha esposa... Estão seguindo eles até a escola e... Seria só até o fim da semana e eu juro que arrumarei um jeito de lhes pagar é que estou desesperado.

Me senti mal com a situação dele... Não importava que ele não pudesse pagar, me sentia na obrigação de ajudá-lo. 

_Não se preocupe Jack... Nós vamos ajudá-lo, não vou deixar ninguém fazer mal a sua família.
Joe sorriu pra mim_ Não se preocupe com o pagamente, é um favor pra um amigo da família. 
_Obrigada.
_E já tenho uma ideia do que fazer pra ficar de olho nos seus filhos_ Minha que estava ouvindo a conversa falou. 
_Tem é?
_Ah... Tenho sim.

Não sei se foi exagero de minha parte mais fiquei com medo da expressão maldosa em seu rosto... O que ela estaria pensando? Eu fiquei tentada a ler seus pensamentos mais algo me dizia que era melhor esperar pra ouvir. 

Narrado pelo Joe

Depois que Daiana terminou de nos explicar o seu plano a Demi quase surtou... Isso ia ser engraçado. 

_A senhora ta brincando né?_ ela perguntou_ Isso não pode ser sério.
_É claro que é... É a melhor forma de vocês ficarem de olho nos filhos dele o dia inteiro_ Daiana explicou.
_Eu concordo... Achei a ideia interessante_ eu sorri e ela me olhou de cara feia.
_Parece uma boa ideia_ Jack disse maia animado_ Eu vou ficar muito mais tranqüilo.
_Só pode ser piada_ Demi sacudiu a cabeça.
_Que foi? Não era você que queria mais emoção no trabalho?_ eu a lembrei.
_Isso não é mais emoção... É mais perda de tempo.
_Jack... Não se preocupe_ eu disse a ignorando_ Seus filhos vão estar seguros, vamos botar o plano em prática segunda feira. 
_Obrigada por isso_ ele sorriu_ Agora tenho que ir pra casa ver minha mulher.
_Tudo bem... Até breve. 

Ele nos agradeceu mais uma vez e saiu da casa... Daiana me olhou com um sorriso cínico no rosto e então saiu da sala, nos deixando a sós.

_Joe... Nós podemos fazer isso de outro jeito_ ela tentou me convencer.
_Mais esse é o melhor jeito.
_Ta bem... Agora quero ver você contar isso pra Mellany... Como acha que ela vai reagir.
_Se eu bem a conheço não vai gostar nem um pouco... Ela herdou o gênio da mãe. 
_Haha... Muito engraçado. 

Ela revirou os olhos irritada, não gostara da ideia mais teria que aceitar, afinal, foi ela quem quis ajudar. Ela me deu as costas... Já ia saindo da sala mais eu a puxei pelo braço e a beijei. Ela tentou se soltar, mais então desistiu e se rendeu, prendendo suas mãos em meus cabelos. Eu fui caminhando com ela pra frente, até imprensá-la contra parede. Tudo parecia perfeito até que ela parou de corresponder de repente e se afastou um pouco de mim.

_O que foi?_ perguntei confuso. 
_Parece que você tem uma visita_ seu tom de voz era cortante... Ela parecia fazer força pra conter a raiva.
_Do que você ta falando?

Ela não respondeu... Começou a encarar o vazio e então eu olhei pra trás... Vanessa estava parada na porta da entrada com um largo sorriso no rosto... OK, isso não tinha como acabar bem. Eu tava ferrado.

_Vanessa? O que você faz aqui?
_Não esta feliz em me ver Joezinho?_ perguntou_ Vim lhe fazer uma visita. 
_Me faz um favor? Não me chama mais assim.

Ela entrou na casa e caminhou até mim... Em um movimento rápida Demi havia sumido dos meus braços e não estava mais conosco na sala... Vanessa sempre fora muito inconveniente mesmo. 

_Não esta feliz com a surpresa?_ fez bico.
_O que você quer aqui Vanessa?_ perguntei secamente.
_Estava com saudades de você_ ela pos sua mão em meu peito_ Já faz tempo que não nos vemos. 
_Não acha que tem um motivo pra isso?_ eu tirei sua mão de mim. 
_Vai dizer que você não sentiu minha falta? 
_Não... Eu não senti.

Ela me olhou nos olhos e deu um sorriso malicioso... Eu não gostei nada disso.

_Pois eu não acredito.


Narrado pela Demi

Assim que aquela cadela nojenta entrou na minha casa eu sumi dali... Não queria deixar Joe a sós com ela mais não sei se conseguiria manter a calma olhando pra ela. Eu estava ouvindo a conversa dos dois... E os pensamentos daquela bruaca também e fiquei feliz com as respostas que Joe lhe dava... Só não gostei quando ela sorriu e pensou em fazer uma certa coisa. Toda calma que eu estava mantendo sumiu e eu fui correndo como um furacão até a sala a tempo de vê-la tentando agarrá-lo a força. 

_Sai de cima dele agora cadela nojenta_ minha voz estava mais ameaçadora do que eu pretendia.
_Demi... É bom te ver também_ ela sorriu.
_Eu vou te mandar pro inferno sua biscate.
_Demi se acalma_ Joe pediu, já prevendo o que aconteceria. 

Eu não escutei... Assim que ela se afastou um pouco dele eu voei em cima dela. Ela caiu no chão e eu aproximei meus dentes de seu pescoço, mais ela me empurrou pra longe antes que eu conseguisse fazer o que queria. Foi até bom... Eu não queria me contaminar com o sangue daquela nojenta. Mais isso não me impediu de ir pra cima dela de novo... Só que dessa vez ela correu pra fora e se transformou, se enfiou no meio das árvores e desapareceu. Mais eu continuei totalmente enlouquecida... Que cara de pau dessa mulherzinha vir a minha casa tentar agarrar o meu marido. 

_Demi... Ta tudo bem?


Eu me virei com o instinto e sem querer acabei rugindo pra ele que arregalou os olhos assustado. Quando vi sua expressão de susto é que respirei fundo ( uma má ideia pro meu autocontrole) e me acalmei mais. Sai da posição de ataque, embora devido a minha raiva eu quisesse voar em cima dele e beber o sangue delicioso que corria em suas veias. 

_Desculpe_ pedi envergonhada.
_Tudo bem... Você ta legal?
_Não. 

Eu prendi minha respiração e passei por ele, indo direto pro nosso quarto... Calma Demi... Eu repetia pra mim mesma, mais a fúria me impedia de raciocinar direito. Ele entrou no quarto, preocupado comigo.

_Amor... Qual o problema?
_Sai daqui, por favor? 
_Olha... Não foi minha culpa, ela que...
_COMO AQUELA VAGABUNDA TEM CORAGEM DE VIR A MINHA CASA PRA DAR EM CIMA DE VOCÊ?_ eu gritei perdendo totalmente o meu controle. 
_Demi... Não aconteceu nada, se acalma.
_EU NÃO QUERO ME ACALMAR... EU QUERO ARRANCAR A CABEÇA DELA FORA.
_Não é uma boa ideia_ ele parecia um tanto assustado. 
_PORQUE NÃO É UMA BOA IDEIA? VOCÊ VAI SENTIR FALTA DAQUELA VAIDIA? ENTÃO VAI ATRÁS DELA.
_Demi... Você ta ouvindo o que esta dizendo?
_EU QUERO MATÁ-LA JOE... Talvez só assim minha visão não se realize_ diminui meu tom de voz, lembrando da terrível cena, dele aos beijos com aquela cadela. 

Ele me fitou em silencio por um instante... Eu continuava sem respirar, mais o sangue dele agora me parecia mais atrativo do que em vários anos que eu me mantive sobre controle... Era só o que me faltava. 

_Demi... Já disse pra você esquecer essa visão, você sabe que isso nunca vai acontecer.
_Ah... Não vai? Não foi o que me pareceu... AH QUE ÓDIO.

Ele chegou mais perto de mim e segurou minhas mãos, me imprensando contra a parede com força, impedindo que eu me soltasse. Colou seus lábios nos meus de uma maneira um tanto rude, eu abri a boca dando passagem à língua dele, que passeava em minha boca me causando uma ótima sensação. Mais não mudou o fato de que eu estava morrendo de raiva e que queria mordê-lo. 

_Demi_ ele falou um pouco depois_ eu amo você e nunca vou te trocar por ninguém... Muito menos por aquela... Imbecil.
_Eu sei é que... Eu quero arrancar a cabeça dela fora mesmo assim... Ela me irrita. E se eu fosse você me soltava antes que faça uma besteira_ disse totalmente irritada.
_Eu não tenho medo de você_ ele sorriu cinicamente.

Ta... Qual era o problema dele? Ele não tinha amor à vida não? Ele voltou a me beijar, testando meu autocontrole... Soltou minhas mãos, deslizando por meu corpo, não tinha como resistir a ele... Eu prendi as mãos no cabelo dele, puxando com força, o estimulando e fazendo com que aumentasse ainda mais a intensidade do beijo. Foi subindo a mão devagar e levando a pequena blusa que eu usava junto. Sorriu ao observar que eu não estava usando sutiã... Eu comecei a desabotoar a blusa dele, um a um... E então a tirei, deixando que caísse no chão junto a minha. Dei um impulso e sai do chão, prendendo minhas pernas firmemente na cintura dele, que apertou minhas coxas com vontade e me imprensou mais contra a parede. 

_Você é louco_ eu falei.
_Eu sei disso_ sorriu_ e você é muito teimosa.
_Você nem faz ideia.

Sorriu mais uma vez então beijou o meu pescoço com vontade... E ia colando seu corpo ao meu cada vez mais, fazendo com que eu sentisse sua excitação já evidente. Me virou rapidamente e caminhou até a cama, me jogando nela sem nenhum cuidado. Então se deitou sobre mim. Ele não costumava fazer isso... Ser assim tão selvagem, e no meu atual estado de espírito isso não ia dar muito certo... Ele estava me deixando cada vez mais enlouquecida e minha vontade de mordê-lo só ia aumentando. 

_Joe... Não faz isso_ eu pedi com medo de fazer uma besteira.
_Que foi? Ta com medo de que?
_Eu não quero machucar você... Eu preciso me acalmar primeiro.
_Já disse que não tenho medo. 
_Mais... 

Ele não deixou eu terminar de falar, voltou a me beijar, e eu acabei esquecendo o que ia dizer. Foi descendo os beijos devagar, até o colo, então até meu seio... Começou a chupá-lo com vontade enquanto massageava o outro com a mão, me fazendo gemer baixo, sentindo prazer. Desceu mais ainda os beijos, até minha barriga, fazendo eu me arrepiar, então tirou o pequeno short que eu usava e o jogou no chão, observando a lingerie vermelha que eu usava... Sorriu maliciosamente.

_Adoro vermelho_ ele brincou.

Como ele conseguia fazer piadas numa hora dessas? Segurou a peça e muito calmamente começou a tirá-la, enquanto eu o olhava mordendo meu próprio lábio. Estava divida em um dilema... Não sabia o que era mais forte no momento... A minha irritação e sede que estava aumentando aos poucos, ou o prazer que ele me fazia sentir. Ele continuou a descer os beijos, até enfiar a língua em minha intimidade. Começou a fazer uns movimentos com a língua, eu fechei os olhos e agarrei o lençol com força, mordi o próprio lábio, tentando em vão abafar os gemidos. Seria o fim se alguém me ouvisse... Ele diminuiu os movimentos devagar até sentir meu corpo relaxar.

_Esta mais calma agora sanguessuga?_ ele zombou. 
_Você é um desgraçado.
_Vou entender isso com um sim_ ele riu.

Na verdade ele só me deixou ainda mais louca... Eu o empurrei na cama e me sentei sobre ele. Abri a calça jeans surrada que ele estava usando e a joguei de lado. Comecei a distribuir beijos por seu pescoço enquanto deslizava habilidosamente a mão por seu peitoral musculoso até chegar a sua sunga Box preta. Ele sentiu meu nariz passeando em seu pescoço e meus dentes se encostando levemente em sua pele e senti ele se contrair um pouco preocupado com isso... Acho que era mais forte do que pensava. Eu o beijei com tanta vontade que acabei mordendo o lábio dele... Tinha me esquecido quando foi a ultima vez que fiz isso... Ele reclamou de dor. 

_Ai_ pos a mão na boca. 
_Foi você que pediu vira-lata.


Eu voltei a beijá-lo, sentindo o gosto bom de seu sangue em minha boca... Me deixando cada vez mais louca. Ele ficou um pouco tenso, nunca esquecera o perigo que isso representava, tinha uma marca em seu braço que não o deixava esquecer. Mais também não era a primeira vez que eu experimentava seu sangue sem dar sinal de falta de controle ou que aquilo fosse me tirar do sério... Na verdade era até mais excitante. Comecei a movimentar a mão bem devagar, só pra provocá-lo, o vendo fechar os olhos com força e se contorcer de prazer. Fui aumentando a velocidade dos movimentos aos poucos sorrindo sozinha enquanto o ouvia gemer pedindo por mais. Fui parando aos poucos quando percebi que ele não agüentaria muito tempo. Abaixei a sunga dele, a arrastando habilidosamente com os pés, até que ele me agarrou pelos pulsos e me puxou pra baixo, penetrando de uma só vez, me fazendo gemer alto. Eu quis me matar por isso, mais que se dane. Me movimentei sobre ele, sentindo um prazer inexplicável, enlouquecendo ainda mais, de um jeito que só ele podia fazer eu me sentir. Ele se sentou na cama, enterrando seu rosto em meu ombro, segurando minha cintura, me ajudando com os movimentos, sorriu ao me ouvir dizer seu nome em meio aos gemidos... Ficamos assim um tempinho até sentir uma enorme sensação de prazer e o corpo relaxar totalmente.
_Nossa_ ele sussurrou um tempo depois.
_O que foi isso em vira-lata?_ eu provoquei, puxando um pouco seu cabelo. 
_Eu só queria que você parasse com seu pity e percebesse que nada no mundo é mais importante pra mim do que você. 
_Funcionou_ eu disse me sentindo um pouco derrotada, mais ainda estava tentada a mordê-lo de novo. 
_Fico feliz_ ele riu.
_Eu devia ter mordido seu pescoço seu louco... Eu podia ter te matado.
_Você não ia... É boa demais e me ama muito pra fazer isso.
_Convencido_ dei um tapa no braço dele. 

Ele deitou na cama cansado e eu deixei o peso de meu corpo cair sobre o dele, senti sua mão deslizar por minhas costas nuas, fazendo um carinho gostoso, e levantei o rosto pra poder beijá-lo, mais um beijo diferente dessa vez... Calmo e apaixonado, diferente dos outros que demos... Sua boca ainda tinha gosto de sangue o que tornou aquilo mais interessante... Ele não pareceu ligar pra dor, estava feliz que eu tivesse entendido o recado. Não havia nada mundo pra ele mais importante que eu, assim como não havia nada pra mim mais importante que ele. E era o que bastava...



Comentem ^.^