segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Capítulo 8 – Habilidades



Depois de uma rápida conversa eles voltaram a se aproximar de nós.

_Então, vocês vão nos ajudar?_ eu perguntei ainda abraçada a ele.
_Bom...
_Na verdade, tem mais uma coisa, o nosso carro quebrou, algum de vocês entende de mecânica?_ Joe perguntou antes que ele dissesse algo.
_Eu acho que posso ajudar_ um deles disse amigavelmente, ele não desconfiava de nós.
_Ele ta parado ali na frente_ ele apontou.
_Vamos até lá então.

Nós os acompanhamos até o nosso carro, que na verdade era roubado... Mas isso não vem ao caso agora. O primeiro mais desconfiado dos três abriu o capo e começou a examinar. Nós ficamos distantes deles, ainda fingindo ser um casal feliz, ele não podia imaginar como aquele simples abraço doía, queimava mais que o fogo do inferno.

_Você não devia ser tão desconfiado, são só dois garotos querendo curtir a noite_ um deles falou.
_Você não percebeu nada estranho? Eles não parecem estar muito animados, não pra um casal que quer ir pra um hotel comemorar dois anos de namoro. Tem algo errado_ ele cochichou.

Eles se viraram pra nos olhar, eu pude ver onde aquilo ia parar. Eu cansei de ficar fingindo que era normal, que podia ser como todo mundo, por mais que eu quisesse aquilo não era pra mim... Nunca seria real... Ficar ali abraçado comigo deveria ser o maior sacrifício que ele fizera em sua vida, aquilo me deixou com raiva... Triste... Não era justo que ele fizesse eu me sentir assim. Eu resolvi mostrar quem Demetria Devonne Lovato é de verdade...

Narrado pelo Joe

Ficar ali abraçado a ela não estava me incomodando tanto quanto deveria, esse simples contato devia me causar repulsa, mas teve o efeito contrario, eu estava gostando, eu poderia ficar ali pra sempre. Mas não durou muito, ela me soltou de repente irritada, e se virou pros três caras que nos olhavam desconfiados.

_Hei, palhaços_ ela chamou.
_Como é? Do que você me chamou sua vadiazinha?_ o mais desconfiado dos três perguntou irritado.
_De palhaço, vocês três são uns otários_ ela sorriu, seus olhos brilhando, excitados, como se ela quisesse que o homem perdesse a cabeça.
_O que você ta fazendo?_ eu perguntei espantado com sua atitude_ vai estragar o plano.
_Fica quieto vira-lata, é hora da minha diversão_ seu sorriso aumentou.
_Eu vou te mostrar quem é o otário sua vagabunda_ o cara cuspiu as palavras.

Ele colocou a mão nas costas, ia puxar alguma coisa, uma arma eu supus, ele deu um sorriso pretensioso. Isso não ia acabar bem. Mas quando ele ia puxar a arma sua mão travou, era como se ele não conseguisse mexê-la.

_O que... Eu não consigo mexer minha mão_ ele falou desesperado.
_Cadê a sua coragem agora... Palhaço_ ela piscou pra ele.
_O que você...

Os outros dois pensaram em reagir, mas ficaram paralisados no lugar sem conseguir se mexer. Ela os encarou por mais alguns segundos, a expressão deles começou a ficar vazia.

_O que você ta fazendo?_ eu perguntei.
_Só convencendo eles a colaborar_ ela disse ainda encarando eles.

Então os três relaxaram, sorriram pra nós como se nada tivesse acontecido.

_Isso vai ser fácil de concertar_ o cara desconfiado falou sorridente_ e um probleminha normal, daqui apouco vai estar pronto.
_Você é um amor_ ela falou_ Nós não vemos a hora de ir embora.
_Não se preocupe princesa, não vai demorar.

Os três se viraram e começaram a mexer no carro.

_Como você...
_Não faça essa cara de espanto, eu sei que seu pai te contou das minhas habilidades_ ela me interrompeu e se virou pra mim com os braços cruzados.
_Como você sabe? Leu minha mente?
_Não, só é obvio_ ela rolou os olhos.
_Por que você não fez isso logo então?
_Você sabe por que eu não fiz, seu pai te contou isso também eu aposto.
_É, mas quer dizer que estávamos sofrendo aqui esse tempo todo atoa?_ eu falei irritado.

Os três caras pareciam alheios ao nosso pequeno desentendimento. Ela me encarou parecendo triste de repente, então a raiva transpareceu em seus olhos.

_Me desculpe por fazer você passar por isso_ ela gritou_ mas não se preocupe você nunca mais vai precisar me tocar de novo seu vira-lata imbecil.

Eu ia abrir a boca pra responder de forma mal educada, mas não o fiz. Ela entendera errado o motivo da minha irritação, eu não fiquei chateado por ter que abraçá-la e sim por pensar que nosso plano podia falhar. Será que foi isso que a deixou zangada? Eu não tive muito tempo pra pensar, o Gordon apareceu segurando uma sacola na mão.

_Quem é esse?_ um dos caras perguntou quando o viu.
_É só o meu cachorrinho_ ela disse olhando em seus olhos.
_É muito fofo_ ele sorriu e voltou a mexer no carro.
_Cachorro? O que...
_Você conseguiu?_ ela perguntou impaciente.
_É, eu consegui sim.
_Ótimo.

Então ela desapareceu de repente, eu o Gordon nos encaramos meio confusos, mas não deu tempo de fazer perguntas, ela já estava de volta junto com os outros.

_Obrigada pela ajuda meninos_ ela sorriu.
_Ah, que isso, é só aproveitar a noite, já esta pronto_ eles se afastaram do carro.

Nós entramos e colocamos o carro no lugar onde achamos, o dono nem ia sentir falta. Então fomos pra floresta.

_Serviço feito, eu e Paul vamos levar o Gordon pra casa e cuidar do pagamento_ Marcus disse.
_Tudo bem, nós vamos logo atrás de você_ Nick falou.

Marcus colocou o Gordon no ombro com a maior facilidade, como se ele não pesasse nada e então desapareceu na selva escura. Meu pai foi logo atrás dele e eu pude ouvir o som de quando ele se transformou.

_Muito bem Demi, você arrasou enrolando aqueles caras_ Nick disse sorrindo.
_Não é motivo pra comemorar, você sabe que eu não...
_Tudo bem desculpe, você é muito teimosa_ ele riu mais ela continuou séria.
_É melhor você ir andando, a Sel deve estar louca querendo noticias_ ela disse.
_Ta bem, te espero lá_ ele deu um beijo na bochecha dela e sumiu.

O Kevin foi logo atrás, sem se despedir nem nada, eu podia imaginar o motivo da pressa, ele iria se encontrar com a Dani, aqueles dois são um grude só, dá até nojo. Mas ela ainda não saira do lugar, ela tirou o tênis ficando descalça e em seguida tirou a blusa de manga, ficando só com a regata e jogou em um canto no meio das árvores.

_Pra que isso?_ eu perguntei.
_Odeio tênis_ ela respondeu, sua voz estava séria, fria, ela ainda estava zangada.
_Me deixa adivinhar, você prefere botas?_ eu brinquei.
_Uau, como você é esperto_ ela sorriu irônica.
_Você é muito mau humorada_ eu acusei.
_E você é um imbecil_ ela rebateu.

Eu não consegui não rir de seu tom e sua expressão. O que tanto a incomodava? Isso tudo era só pelo meu cheiro? Ela parecia se controlar tão bem, porque um simples comentário a tiraria do serio assim? O que estava errado? Então eu percebi o que estava errado, eu era um lobisomem, não havia motivo melhor pra que ela me odiasse, eu não me incomodei com seu toque, mas ficar abraçada a mim deve tela causado repulsa, por isso ela enlouqueceu daquele jeito. Eu senti uma tristeza ao pensar que era esse o motivo de tanta hostilidade... Ela me odiava.





Obg pelos coment's ninnas

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