terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Anjo da Noite 2 - O Fim


Ela me encarou com lágrimas nos olhos, seu rosto de anjo contorcido de dor e agonia... Ao fundo eu podia ouvir as risadas de alguém que não se importava com a minha dor... O conto de fadas tinha virado um filme de terror... 

• E se alguém tentasse tirar de você aquilo com o que você mais se importa?
• E se você fosse obrigado a assistir alguém matar a pessoa que você mais ama nesse mundo?
• E se alguém tentasse destruir sua vida, seus sonhos e você não pudesse fazer nada pra impedir?

domingo, 29 de janeiro de 2012

Epílogo - Fim da 1° temporada


_É tão bom estar aqui de novo_ comentei.
_Verdade_ ele sorriu.
_Eu estaria mais tranqüila se já tivéssemos encontrado a Trish.
_Nós vamos achá-la, só é preciso um pouco de paciência.
_Não é uma das minhas virtudes.
_O seu pai te disse quem é ela? O porquê de tudo aquilo?
_Contou, mais ele estava mentindo, tem alguma coisa nessa história que ele não quer que eu saiba.
_Você leu a mente dele?
_Sim, mais ele esta sendo cuidadoso em não pensar nisso, ele sabe que eu vou tentar descobrir. Seja lá o que for seu pai esta envolvido e minha mãe não sabe a verdade.
_Deve ser algo serio, pra ele mentir assim.
_Isso não importa agora, nós ainda teremos tempo pra descobrir. E eu vou descobrir. Mais por enquanto eu só quero aproveitar nosso tempo. 
_Isso mesmo_ ele sorriu_ os problemas que esperem.

Estávamos nadando no lago, o lugar onde nos encontramos escondidos varias vezes, eu tinha muito boas lembranças desse lugar, a maioria com o Joe. Ele me puxou mais pra perto, deixando que nossos corpos se colassem debaixo da água morna, o silencio tomou conta do lugar, os únicos barulhos eram dos pássaros, dos nossos corações batendo acelerado, o sussurro de nossos lábios se movendo sincronizados. Deslizei minhas mãos por seu peito nu, sua respiração veio pesada no meu rosto, seu coração bateu ainda mais forte. Senti sua língua quente em meu pescoço, sua mão apertando minha cintura com vontade, e a outra acariciando meu seio, me provocando.

_Isso não é justo_ disse com a voz fraca.
_O que?
_O jeito como você consegue me enlouquecer.
_Eu enlouqueço você?_ perguntou em meu ouvido.
_Completamente.

Ele deu um leve sorriso, me levantou um pouco do chão e então prendi minhas pernas em sua cintura, enrosquei minhas mãos em seu cabelo macio, todo bagunçado. Me beijou intensamente, senti sua língua passeando em minha boca, procurando a minha. Ele me apertou contra seu corpo com força, aumentando minha excitação, meu desejo. Me carregou devagar pra fora da água sem parar de me beijar e me deitou na grama verde, ficando sobre mim, sua mão passeou pelo meu corpo sem restrições. Desceu os beijos aos poucos, primeiro até meu colo, depois até minha barriga, prendi minhas mãos com força na grama, inclinei minha cabeça pra trás e soltei um gemido de prazer, ele sorriu satisfeito.

_Sabe que eu adoro te ver assim?
_Você gosta de me torturar?
_Gosto, é incrivelmente prazeroso.

Suas mãos subiram pela parte interna da minha coxa, acariciando quase sem me tocar, separou minhas pernas delicadamente pra poder se encaixar entre elas, roçou seu corpo no meu levemente só pra me tentar, pra me enlouquecer. O puxei pra perto com força, acabando com a distancia entre nossos corpos, seu rosto se contorceu com o prazer, soltou um gemido alto ao mesmo tempo em que eu, acabando com o silencio da floresta e selou seus lábios nos meus apressadamente. 


_Eu amo você_ sussurrou quase inaudivelmente.
_Eu amo você. 

Eu duvidei muitas vezes que isso fosse possível, mais essas duvidas todas acabaram. Ainda tínhamos um longo caminho pela frente, mais enfrentaríamos tudo juntos. Depois de tudo que passamos, depois de superar nossos medos, duvidas preconceitos... Depois de eu ter resistido a mais forte das tentações... A do seu sangue. Depois de tantas mentiras e obstáculos, nada mais podia nos separar, nem mesmo a morte. Nós ficaríamos juntos...Pra sempre.             

Fim da 1° Temporada ;)

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Capítulo 34 – Acerto de contas



_Demi o que você ta fazendo, precisa descansar_ ele falou pela milésima vez.
_Mais eu estou bem, já estou enfurnada nessa cama á três dias, não aguento mais_ reclamei.
_Você ainda ta fraca_ argumentou.
_Joseph não me trate como se eu fosse uma humana sem graça, já disse que estou bem e tenho uma coisa importante pra resolver.
_O que é mais importante que sua saúde?
_Da pra parar? Ta parecendo minha mãe, odeio isso. Eu não vou viajar, só vou até o escritório do meu pai pra conversar.
_Não pode deixar pra amanha?
_Porque deixar pra depois o que se pode fazer hoje?_ perguntei sorrindo.
_Você é teimosa em?
_E você é chato em?

Ele cruzou os braços e bufou revirando os olhos. Ele ficava tão lindo zangado, eu me aproximei e descruzei os braços pra abrir os botões de sua blusa.

_Num faz essa cara amor_ fiz biquinho_ se você se comportar eu te recompenso depois.
_É? Como?_ perguntou ainda zangado.
_Você nem imagina?
_Porque não me da uma dica?_ ergueu a sobrancelha.
_Claro.

Deslizei minhas pelo seu peito, ele deu um sorriso devasso. Me aproximei pra beijá-lo, ele me puxou pela cintura pra ficar mais perto dele. Mais antes que ele se empolgasse demais eu me afastei, não era hora pra isso, por mais que fosse tentador.

_Eu acho que posso me comportar_ sorriu maliciosamente.
_Você é um safado_ protestei.
_E você adora.
_Adoro_ dei um selinho nele.

Antes que ele fizesse ou dissesse mais alguma coisa sai do quarto e fui até o escritório do meu pai, nós precisávamos ter uma conversa. Ela não podia mais ser adiada, ele estava sentado em sua cadeira.

_Precisamos conversar_ falei.
_Eu sei_ ele disse.
_Ótimo, sem rodeios. Eu quero saber quem é essa Trish, da onde o senhor a conhece e porque ela fez tudo àquilo com agente?
_É uma longa história_ desconversou.
_Eu tenho todo o tempo do mundo_ insisti.
_Ela é uma velha amiga da família.
_Amiga? Ela não parecia amiga, não ia muito com a nossa cara.
_Ela era uma amiga. Só que ela tinha um estilo de vida diferente do nosso.
_Porque ela matava pessoas?
_Também. Nós a acolhemos, tratamos como se fosse da família. Ela até ajudou sua mãe a te criar.
_Sério?
_É. Só que ela meio que... Confundiu as coisas.
_Confundiu?
_Ela confundiu minha amizade com algo a mais_ explicou.
_Quer dizer que ela se apaixonou por você?
_É.
_Era por isso então que ela disse que a culpa era sua.
_Eu disse que ela não queria nada. Que não podia abandonar minha família, minha filha. Disse que amava vocês e que não as trocaria por nada.
_É por isso que ela tinha raiva de mim. Disse que perdeu aquilo que mais amava por minha causa.
_Ela enlouqueceu de raiva, Paul até me ajudou a se livrar dela. Aparentemente ela não superou.

Eu o observei cautelosamente, estava nervoso. Tinha alguma coisa que ele não estava me contando. Mais eu não quis forçar a barra, eu descobriria mais cedo ou mais tarde.

_Obrigada por me contar_ disse.
_Você tinha o direito de saber_ forçou um sorriso.
_Bom, agora eu tenho outro assunto pra resolver... Um acerto de contas.
_Com quem?
_Com a minha irmãzinha_ sorri.

Sai da sala rapidamente, ouvi os passos da Selena e do Joe atrás de mim mais ignorei, continuei andando, pegando uma espada que decorava a parede da casa no caminho, ela seria necessária. Taylor estava sentada em um banco no pátio, se levantou e sorriu quando me viu.

_Irmãzinha, vejo que já esta melhor_ disse sorrindo.

Eu ignorei o que ela disse e continuei me aproximando até enterrar a espada em seu peito, ela gritou sentindo dor mais eu não parei, continuei empurrando até encostar em uma parede e ela ficar presa.

_Que isso?
_Precisamos conversar_ falei.
_Conversar? Assim?_ falou com dificuldade.
_É o único jeito de você me ouvir.
_Você enlouqueceu?
_Não, ainda não, agora você vai me ouvir. Eu to cansada de você Taylor, das suas manhas, desse seu jeito metido e arrogante. Eu to farta.
_Nunca ouviu o ditado: o incomodado que se mude?
_Cala boca_ gritei_ Eu fiz tudo por você pirralha. Ajudei minha mãe a te criar, te ensinei a lutar, a caçar, a se maquiar, tudo que você sabe fui eu que ensinei.
_O que você quer ouvir? Obrigada?
_Eu só quero que você deixe de ser tão imbecil. Eu fiz tudo que pude durante todos esses anos pra que agente se desse bem, sempre te tratei com respeito, na medida do possível é claro, já que você não colabora, e como você retribui tudo que eu fiz?


_Ha_ ela riu_ você não precisa da minha retribuição, você é adorada por todos, todo mundo te ama, você é a filha perfeita. Até um vira-lata te ama.
_Do que se trata? Inveja? Eu nunca pedi pra der adorada, mais você já pensou que isso pode ser culpa sua? Que se você fosse menos arrogante e metida às pessoas gostariam mais de você?
_O que eu devo fazer? Ser como você?
_Não, só ser outra pessoa, alguém mais legal. Nós somos irmãs Taylor, devíamos ajudar uma à outra, ser cúmplices, mais não... O que você faz? Na primeira oportunidade me apunhala pelas costas. Eu quase perdi tudo por sua culpa, eu quase morri.
_E porque não morreu?_ perguntou sorrindo.
_Olha aqui garota_ empurrei mais a espada em seu peito_ eu só vou avisar uma coisa. Da próxima vez que você me provocar, que tentar me enganar ou me prejudicar, eu não vou pensar duas vezes antes de te matar ta ouvindo?
_É uma ameaça?
_Não, só um aviso. Você não sabe com quem ta mexendo. É minha irmã e por mais incrível que pareça eu te amo, mais se precisar eu acabo com você.
_Eu vou esperar.
_Experimenta me provocar pra você ver só. Continue assim e você vai terminar sozinha.


Eu puxei a espada de uma vez só e ela gritou de dor, caindo de joelhos no chão.


_Maninha_ sussurrei antes de dar as costas.


Eu andei na direção onde a Selena, o Nick e o Joe me olhavam assustados e taquei a espada em cima do Nick.


_O que foi isso?
_Só uma conversinha amigável com a minha irmã_ dei de ombros.
_Você é completamente maluca_ Selena comentou.
_Eu sei disso_ sorri.


Eu sentia que a Taylor ainda daria problemas, ela é minha irmã mais é uma vaca. Eu precisava desabafar, era só o que faltava pra que tudo ficasse bem, achar a Trish e fazer as pazes com a Taylor. É claro que ganhar na loteria é mais fácil que se dar bem com a Taylor mais eu não desistiria. Eu faria isso dar certo.






Meninas eu só vou postar, quando tiverem muitos comentários, pois o próximo é o ultimo post da temporada :D

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Capítulo 33 – Recomeço



Abri os olhos devagar, tudo estava embaçado. Imagens vinham a minha cabeça, um sonho tentando ser lembrado. Então percebi que não tinha sido um sonho, era tudo real, me sentei na cama assustada e me deparei com um par de olhos negros me observando cautelosamente.

_Demi?
_Ah, Joe.

Me arrastei na cama pra poder abraçá-lo, achei que tinha matado ele, achei que tudo estava acabado. Ele sorriu pra mim e me abraçou apertado. 

_Você ta bem?_ perguntei.
_Eu to sim, mais e você? Ta se sentindo bem?
_Eu to meio tonta. O que aconteceu? A Trish... Ela...
_A Trish fugiu.
_Fugiu? Mais...
_Calma, nós ainda vamos encontrá-la, relaxa ta bom?

Eu o encarei por um instante, vendo seu lindo rosto, achei que nunca mais isso seria possível. Ele estava me segurando pelos ombros e então pude ver a marca dos meus dentes em seu braço, a pele estava mais clara. 

_Desculpa_ pedi.
_Ta tudo bem_ ele sorriu.
_Eu quase te matei_ falei.
_Mais não fez. Você conseguiu, você parou. Não sei como mais parou, acho que meu gosto não é bom tão bom quanto o cheiro_ deu de ombros e sorriu.
_É ainda melhor_ sorri também.
_Como você conseguiu?_ perguntou agora sério.
_Não sei_ sussurrei_ eu não podia parar, eu não queria parar, mais eu não podia te matar, não podia viver sem você.
_Eu te amo_ ele disse.
_Eu também.

Ele segurou meu rosto em suas mãos muito cuidadosamente e então me beijou, sem medo, como se aquele fosse o último. Aquilo era tão bom, mais a queimação que eu senti me lembrou que eu devia ter cuidado.

_Que foi?
_Eu estou com sede_ reclamei.
_Oh, você ficou desacordada por um bom tempo.
_Quanto tempo eu apaguei?
_Cinco dias.
_Cinco?_ falei assustada.
_É, eu estava preocupado. Achei que nunca mais veria a linda cor dos seus olhos.

Eu sorri, só ele mesmo pra me fazer sentir daquele jeito uma hora dessas. Mais então me distrai, eu percebi que estava em casa.

_Eu estou em casa_ falei.
_É.
_Mais o meu pai ele... O que você faz aqui... E... ?
_Calma. Aconteceu muita coisa nesses dias que você ficou desacordada_ ele garantiu.
_Eu to meio confusa_ confessei.
_Não se preocupa, ta tudo bem.

Então a porta do quarto se abriu e a Selena entrou junto com o Nick, a Dani e o Kevin. Eles se jogaram na cama pra me abraçar.

_Demi, se ta legal?_ Selena perguntou.
_Eu to, só to meio perdida.
_Ah amiga que bom que você acordou.
_Estamos muito felizes que você esta bem_ Dani disse.
_Ta sentindo alguma coisa?_ Kevin perguntou preocupado.
_Sede_ falei.
_Eu resolvo isso_ ouvi a voz da minha mãe.

Ela entrou o quarto e me abraçou apertado. Achei que nunca mais poderia fazer isso. Ela me entregou uma garrafinha de água, só que dentro tinha sangue.

_Pronto querida, bebe. Você vai precisar_ sorriu.
_Oh mãe, achei que não fosse mais te ver, nenhum de vocês.
_Oh bobinha, não fala isso nem brincando_ disse.
_Agora bebe_ Joe mandou_ você ainda ta fraca.
_Tudo bem.

Eu comecei a beber e me surpreendi com o tamanho da minha sede, acabei com todo o liquido da garrafa e ainda não parecia ser o suficiente. Todos sorriram felizes por eu estar bem, parecia um sonho, um sonho muito bom. Então meu pai entrou no quarto, parou na porta nos observando curiosamente, aquilo devia ser estranho pra ele.

_Será que... Vocês podem me deixar conversar com a Demi um minuto?
_Claro_ minha mãe sorriu.
_Fica bem_ Joe segurou meu rosto delicadamente e me deu um selinho.
_Ok.

Então eles saíram do quarto, me deixando sozinha com ele. Ele se aproximou devagar e se sentou na cama a minha frente.

_Como você ta?
_Bem, um pouco confusa mais... Bem.
_Que bom. Eu... Tive medo de que você não acordasse.
_Não é tão fácil assim se livrar de mim_ forcei um sorriso.
_Fico feliz_ sorriu meio sem jeito.

Ele me observou em silencio, sem saber o que dizer, por onde começar.

_Me perdoa?
_Perdoar? Pelo que?
_Por ser um idiota, pelas coisas que falei. Eu não tinha aquele direito.
_Pode parecer estranho mais eu entendo você pai. Eu sei bem o porquê você ficou daquele jeito.
_Eu queria que você me perdoasse por ser tão rígido. Incompreensível.
_Eu queria que o senhor me perdoasse por ter mentido, lhe enganado.
_Não há pelo que se desculpar, é minha culpa, se eu não fosse tão chato você teria confiado em mim.
_Eu te amo pai.
_Eu também te amo filha.

Ele me deu um abraço apertado, não fazia ideia de como aquilo me deixava feliz, eu tinha minha vida e minha família de volta.

_Tem mais uma coisa.
_O que?
_Eu conversei com o vira-lata e eu resolvi deixar vocês namorarem em paz.
_É sério?
_Eu só quero te ver feliz querida.

Estava tudo perfeito, se melhorasse era capaz de estragar. Depois que meu pai saiu Paul entrou no quarto pra falar comigo.

_Oi.
_Oi_ sorri.
_Eu vou direto ao assunto, queria falar sobre você e meu filho.
_Pode falar.
_Nós andamos conversando e eu percebi o quanto ele gosta de você. Eu até achei que fosse só pra fazer pirraça mais agora eu sei que não.
_Agente se ama de verdade.

_Eu sei disso e eu achei que você tinha o direito de saber o porquê eu impliquei tanto com isso.
_Eu acho que sei.
_Mesmo assim. Eu sempre tive um problema com vampiros. Sabe como é, essa briga entre as espécies, coisa da natureza_ sorriu_ eu sempre tive uma imagem formada sobre vocês. Uma imagem errada.
_Errada?
_Pra mim vocês eram todos assassinos frios e sem coração, nascidos pra matar e destruir tudo que aparecesse pela frente, não que eu fosse um anjo claro.
Eu tive que rir com isso.
_Mais ai eu conheci seu pai, e apesar das diferenças nós tornamos amigos. EU sei que pode não parecer, mais é que isso mudou depois daquele nosso pequeno incidente, eu tomei uma raiva inexplicável de vocês depois daquilo.
_Eu me arrependo até hoje_ confessei.
_Eu sei. Quando eu soube de você e do Joe eu pirei. Não queria admitir que meu filho estava apaixonado por uma assassina e ainda mais você. Justo você, a vampira que eu tinha mais raiva e também mais respeito.
_Respeito?
_Pelo seu jeito Demi, seu estilo de vida. Sua personalidade incomum pra uma vampira. Mais no fim das contas não passava de orgulho ferido, tanto da minha parte quanto de seu pai.
_Você não vai mais ser contra o nosso relacionamento?
_Não_ balançou a cabeça e deu um leve sorriso_ Quem sou eu pra tirar do meu filho aquilo que ele mais ama? Eu não tenho direito de acabar com a felicidade dele assim. E você é a felicidade dele Demi, Eu vejo o jeito que te olha, como ele fica perto de você e não é de hoje.
_Ele uma pessoa muito especial.

_É. Tem um gosto meio duvidoso mais... _ deu de ombros e riu_ Ele é um ótimo garoto e te ama. E o que eu mais quero na vida é ver meu filho feliz.
_Obrigada por entender.
_Obrigada por fazê-lo feliz.

Ele estendeu a mão pra que eu apertasse, o primeiro gesto amigável dele para comigo em tantos anos. Eu não consegui conter as lágrimas que surgiram em meus olhos, eu tinha medo de estar sonhando e de repente acordar, era tudo bom demais pra ser verdade. Então ele saiu do quarto pra me deixar sozinha. Eu sorri pra mim mesma, sozinha, nós ainda passaríamos por muita coisa mais esse era um ótimo começo, ou melhor... Recomeço.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Capítulo 32 – Veneno



_Conseguimos_ Selena comemorou.
_Você tinha alguma duvida disso?_ Nick perguntou.
_Nós somos o máximo_ Kevin disse em um tom convencido.
_Só escaparam uns cinco mais não vai fazer muita diferença_ Dani comentou.

Selena se pendurou no pescoço do namorado pra lhe dar um beijo, a guerra tinha acabado, eles venceram.

_Marcus quando vamos conversar?_ Daiana perguntou impaciente.
_Conversar sobre o que?
_Sobre o que houve qui. Porque mentiu pra mim? Porque não me contou que era a Trish que estava fazendo essas coisas?
_Porque eu não sabia...
_Mentira_ ela o interrompeu irritada.
_Daiana_ fez careta.
_Onde ta a Demi?_ Selena perguntou de repente.
_Deve ta por ai se agarrando com o vira-lata_ Marcus disse com uma cara de nojo.
_Você não mandou ela atrás da Trish?_ Daiana perguntou.

Ele arregalou os olhos quando lembrou disso. Sem dizer nada Selena começou a correr pela floresta, os outros foram logo atrás dela. Ela parou quando viu Joe jogado no chão. 

_Joe?_ se abaixou ao lado dele.
_Selena?_ perguntou confuso.
_O que aconteceu?
_Trish_ sussurrou.

Ele deu um grito de dor e só ai a Selena viu a marca em seu braço.

_Ele foi mordido_ falou pra Paul.
_O veneno ta no sangue dele_ respondeu.
_Eu vou morrer?_ perguntou agoniado.
_Não, mais isso vai doer pra caramba_ Nick disse.
_Joe, onde ta a Demi?_ Selena perguntou preocupada.
_Eu... Eu não...

Eles olharam pro lado e a viram jogada no chão do outro lado da clareira. Selena correu até lá e se abaixou ao seu lado.

_Ela ta quente_ Selena falou preocupada.
_O que?_ Joe perguntou.
_Ela ta morrendo_ sussurrou.
_O que ela tem?
_O sangue dela, alguém a envenenou.
_Envenenou? E da pra envenenar um vampiro?_ Joe falou confuso.
_Marcus_ Selena o encarou esperando que ele dissesse alguma coisa_ Ela vai morrer.

Ele observou por mais um instante então resolveu tomar uma atitude.

_Levem ela pra casa agora_ ele ordenou_ lá vou saber melhor o que fazer.
_Mandem o resto do pessoal pra casa e encontrem agente lá_ Paul pediu a Kevin.
_Tudo bem.

Joe levantou do chão com dificuldade, estava tonto e sentindo dor, ele chegou perto da Selena.

_Eu levo ela_ pediu.
_Não, você nem esta se agüentando em pé. Vai ser mais rápido se eu levar.
_Mais eu quero ajudar_ falou com um pouco de dificuldade.
_Então se mantenha vivo e acordado. Ela vai precisar de você_ sorriu.
_Quer ajuda?_ Nick perguntou_ você não vai conseguir se transformar assim.
_Aceita_ Selena incentivou_ é a ajuda de um amigo.
_Tudo bem_ ele forçou um sorriso.

Marcus observou a cena e então começou a correr até em casa pra preparar tudo. Kevin mandou todos que sobraram irem pra casa e depois seguiu com seu pai e a Dani até a casa dos vampiros. Selena pos Demi no colo e a levou. Nick estendeu a mão pro Joe e ele segurou, o levantou do chão e o pôs no ombro com facilidade, como se ele não pesasse nada e então seguiram.

Narrado pelo Joe

Ao chegar em casa eles levaram a Demi até uma sala, as paredes eram todas brancas e tinha uma espécie de maca no centro, parecia uma sala de hospital. Nick me pôs no chão e Selena deitou Demi na maca.

_O que fazemos agora?_ Selena perguntou impaciente.
_Temos que tirar o veneno de dentro dela antes que se espalhe_ Marcus falou.
_Ótimo e como vamos fazer isso?
_Alguém vai ter que sugar o veneno.
_O que...

Ela parou sem saber o que dizer, então de repente a Demi abriu os olhos e começou a gritar, se contorcendo de dor.

_Para pelo amor de Deus_ gritou.
_Demi calma_ tentei acalmá-la.
_Não, ta queimando.

Ela se sacudia sem parar na maca e então eu subi e me sentei sobre ela pra impedir que se mexesse. Os objetos da sala começaram a voar e os olhos dela ficaram totalmente brancos. Um dos vampiros que estava na sala de repente pirou, colocou as mãos no rosto e começou a gritar pedindo que ela parasse com aquilo. O outro começou a voar e ficou preso no teto.

_Selena faz alguma coisa_ pedi desesperado.
_Eu não sei o que fazer.

Então ela também levou as mãos ao rosto e começou a gritar. Eu sabia o que estava acontecendo, a Demi estava fazendo eles terem visões. Ela se contorceu em baixo de mim, tentando se soltar, me deu um soco com tanta força que deslocou meu braço, mais eu não a soltei.

_Selena, acorda, faz alguma coisa.
_Eu não posso_ gritou.
_Isso não é real, não é real_ eu insisti.

Ela me olhou tentando se concentrar enquanto os outros na sala se contorciam em agonia, então levantou rapidamente, segurou o braço da Demi e cravou seus dentes em sua pele. Demi foi se aquietando aos poucos, sua força diminuindo, o cara que tava no teto caiu no chão e os outros pararam de gritar. Então Selena a soltou e seus olhos voltaram a se fechar. Nick segurou a Selena antes que ela fosse ao chão.

_Ela ta bem?_ perguntei a ele.
_Vai ficar_ ele garantiu_ sangue de vampiro não faz bem a saúde.
_Ta limpo, o sangue dela ta limpo_ sussurrou.
_Tudo bem amor.

Ele a pegou no colo e a levou pra fora da sala, eu sai de cima da Demi e me sentei no chão, ainda me sentia fraco. Marcus se aproximou de mim e estendeu a mão.

_Ajuda?_ ele perguntou.
_Sim.

Eu segurei a mão dele e ele puxou meu braço com força pra botar no lugar.

_É melhor levá-la pra um quarto_ Daiana disse.
_Ela vai ficar bem?_ perguntei preocupado.
_Não sei_ ele confessou.

Depois disso nós a levamos pra seu quarto, Daiana deu um banho nela, vestiu uma roupa e a deitou cuidadosamente na cama. Ela se ofereceu pra cuidar dos meus ferimentos e me deitei pra descansar em uma poltrona ao lado da Demi e acabei adormecendo. Quando acordei no dia seguinte ela ainda estava desacordada, Marcus entrou no quarto e me chamou até seu escritório pra podermos conversar.

_Não precisa se preocupar eu vou embora assim que a Demi acordar_ garanti.
_Não te chamei aqui pra te mandar embora.
_Não? O que foi então?
_Eu queria te agradecer_ falou meio sem jeito.
_Como é?
_Por não ter abandonado minha filha. Eu estava te observando e... Vi que você realmente se importa com ela. Que a ama.

_É, eu amo a sua filha sim. Mais você não tem que me agradecer nada, não fiz por você, fiz por ela, eu nunca deixaria ela morrer.
_Eu sei disso. Olha Joe, já fazem incontáveis anos que a briga entre lobisomens e vampiros existe, eu nem me lembro mais como começou.
_E o que isso tem haver?
_Tem haver que... Hoje eu percebi que isso não é justo. Depois de ver a sua preocupação com a minha filha eu... Meu problema nunca foi com você na verdade. E eu queria te pedir desculpas.
_Desculpas?_ falei sem acreditar_ isso é serio?
_Eu não tenho direito de decidir quem a Demi deve amar, o que ela deve fazer da vida dela, essa é uma escolha que cabe somente a ela. Eu não tenho esse direito, não depois das coisas que fiz.
_Aonde você quer chegar?
_Quero dizer que não vou mais implicar com o relacionamento de vocês. Vou deixar que sejam felizes juntos e... Que você cuide dela por mim, você é melhor nisso do que eu.
_Você vai permitir que agente namore?
_É, Não estou tão contente com isso, mais eu vou lhes dar um voto de confiança_ sorriu.
_Bom então... Obrigada_ não sabia muito bem o que dizer_ Não sabe como isso é importante pra mim.
_Eu sei sim.

Quando eu sai da sala dei de cara com meu pai, ele me abraçou e pediu desculpas, prometeu que me apoiaria dali pra frente. Pelo menos toda essa confusão tinha servido pra alguma coisa. Então voltei pro quarto pra ficar com a Demi, ela parecia tranqüila enquanto dormia. Isso me preocupou, quando ela ia acordar? Ela ficaria bem? Eu não tinha essa resposta.

_Ela vai ficar bem_ Selena sorriu pra mim_ ela é forte.
_Eu espero que sim.


Capítulo 31 – Tentação


Ela me olhou de um jeito estranho, ela não tinha boas intenções. Se posicionou atrás dele, voltando a segurar o cabelo dele com força, e pôs a faca em seu pescoço.

_Fiquei sabendo de uma coisa interessante sobre vocês. É verdade que o cheiro dele te deixa louca?
_Você não disse que sabe tudo sobre mim?
_Ha... Você já experimentou o sangue dele?_ perguntou ignorando o que disse.
Eu olhei pro lado tentando engolir minha irritação.
_Só responde a pergunta_ ela pediu.
_Não_ disse simplesmente.
_Mais bem que gostaria né? Eu acho que sim_ riu.
_Você vai pagar por isso_ eu avisei.
_Me responde. Como você consegue ficar tão perto dele? Como faz pra resistir, pra não matá-lo?
_Eu amo ele, é o suficiente pra mim_ disse impaciente.
_Claro, mais acho que você não agüentaria ver o sangue dele escorrendo né? Como você se sentiria se o matasse? Eu adoraria saber.

O que ela queria com aquilo? Porque fazer todas essas perguntas? Porque não nos matar logo? 

_Vamos ver o que acontece_ ela disse com um sorriso malicioso no rosto.

Então, sem nenhum aviso ela pegou a faca que tinha nas mãos e fez um pequeno corte no pescoço dele. Joe fez uma careta sentindo dor, sentindo a prata queimar sua pele como fogo. Não foi um corte grande, mais foi o suficiente pra o sangue dele escorrer e me deixar louca.

_Vejamos se ela te ama o suficiente pra não te matar_ disse rindo
Ela fez um gesto pros vampiros e eles me arrastaram pra mais perto dele, fazendo eu me ajoelhar a sua frente, ficar cara a cara. Ele gelou, sabia muito bem do perigo, eu prendi a respiração, mais não ajudou de muita coisa... Eu podia ver o sangue dele escorrendo, podia lembrar do cheiro... Eu queria sentir o gosto.

_Vamos, respire_ ela atiçou.
_Não_ ele pediu agoniado.

Eu não consegui segurar e respirei, sentindo sua fragrância doce no ar. Pude sentir o fogo queimando dentro de mim, a sede querendo me consumir. Pude me ver dentro dos olhos dele. Vi minha figura refletida, meus olhos vermelhos com o desejo incontrolável. Me assustei com o monstro que vi.

_Vamos eu sei que você quer_ disse sorrindo.
_Não_ disse, mais não pra ela. Falei pra mim mesma, eu não podia fazer aquilo.

Ela levantou o braço dele bem na minha frente e fez outro corte com a faca, dessa vez mais profundo, o sangue dele escorreu pelo chão enquanto ele fazia uma cara de agonia. Ela segurou o meu cabelo com força e com a outra mão o braço dele, aproximando meu rosto da ferida.

_Anda, porque você resiste tanto? Eu sei que você quer isso_ provocou.
_Não, por favor?_ disse com os dentes trincados.

Minhas mãos se levantaram sem minha permissão e agarraram o braço dele.
Demi, por favor?_ ele implorou.
_Desculpe_ foi só o que consegui dizer.

Então puxei seu braço até minha boca. Ele deu um grito de dor quando meus dentes se cravaram em sua pele e eu ouvi Trish rir, contente com meu fracasso. Seu gosto era incrivelmente bom, impossivelmente melhor que o cheiro. Senti meu lado racional desaparecer pra dar lugar ao meu lado selvagem. Senti a queimação que tanto me incomodava se aquietar enquanto seu sangue doce descia pela minha garganta. A força que ele fazia pra se livrar do meu aperto de aço aos poucos foi diminuindo e seu rosto se transformou em uma máscara de tristeza. Então era assim que acabaria? Depois de tudo que passamos, era esse o fim? Eu o mataria pra saciar minha sede incontrolável? Deixaria o monstro me vencer? Eu sabia a resposta aquilo...

Narrado pelo Joe

Ela agarrou meu braço com força e senti seus dentes se encravando em minha pele. Minha força aos poucos foi diminuindo e tudo começou a ficar embaçado. Então era assim que acabaria, eu sabia desde o começo que esse seria o meu mais provável fim, e mesmo assim, mesmo ela estando me matando eu não conseguia sentir raiva. Não conseguia me arrepender de nada. As risadas da Trish atrás de mim ficaram cada vez mais baixas, distante e uma dor aguda atingiu todo meu corpo. Mais eu não tive tempo de pensar em mais nada, ela de repente soltou meu braço e se afastou de mim, caindo no chão com uma expressão agoniada. Eu cai também, sentindo um fogo se espalhar pelo meu corpo, eu queria gritar mais não conseguia achar minha voz, simplesmente não saia.

_Não_ ela gritou.
_Vai parar agora?_ Trish perguntou rindo_ Termina, mostra a ele o monstro que você é.
_Desgraçada.
Ela se escorou com dificuldade nos braços e usou seus poderes pra jogar Trish com força contra uma árvore, os dois vampiros foram pra cima dela mais ela fez o mesmo. Tentou se levantar e se arrastar pra longe de mim mais a Trish apareceu atrás dela, em pé como se nada tivesse acontecido. Pegou ela pelos cabelos e a jogou em cima de mim.

_Anda acaba com isso_ ordenou_ você não pode lutar contra o que você é.
_Não_ sussurrou.
_Ele já está morto Demi, morreu no dia em que te conheceu. Acabe logo com o sofrimento dele.

Ela se escorou nas duas mãos pra olhar meu rosto, seus olhos estavam vermelho sangue, vermelhos de ódio e desejo, se aproximou mais... Senti seu nariz passeando pelo meu pescoço, sentindo minha fragrância, elas escorou levemente seus dentes em minha ferida.

_Eu te amo_ foi à única coisa que consegui dizer.
Ela se afastou pra me olhar e então sorriu_ Eu amo você.

Se aproximou de novo mais dessa vez pra me beijar, sua boca tinha gosto de sangue... O meu sangue.

_Você é patética_ Trish disse zangada.

Agarrou ela pelos cabelos e a tirou de cima de mim, tacando ela contra uma árvore do outro lado da clareira, um barulho alto ecoou pela floresta.

_Você é um vira-lata de sorte_ disse pra mim.

Ela sorriu e me deu um chute no rosto, então tudo ficou escuro.
Narrado pela Demi

Ela veio andando na minha direção completamente enfurecida. Antes que me pegasse eu dei um chute em suas pernas a fazendo cair no chão e então me levantei.

_Você é ridícula_ disse enquanto se levantava.
_Então somos duas_ eu forcei um sorriso.
_Você quer lutar né? Então vamos nessa_ fez um gesto com a mão me convidando.
_Você vai se arrepender.

Eu peguei minha corrente que estava presa no meu short e tirei minha capa, ela tirou a dela também. Ver o corpo do Joe estirado no chão ajudou a aumentar minha raiva, essa mulher não ia se dar bem com isso. Eu rodei minha corrente enquanto andava na direção dela, ela desviou agilmente, sem problemas, até que em um descuido a lamina cortou seu rosto. Ela passou a mão e sorriu.

_É só isso que sabe fazer bonitinha?
_Não me chama assim.

Eu fui de novo pra cima mais ela desapareceu, correu pela clareira tomando impulso em uma das árvores e vindo pra cima de mim. Me chutou com força, fazendo que eu caísse no chão.
_Olha eu realmente não tenho tempo pra isso.

Os dois vampiros que estavam observando apareceram do nada e seguraram meus braços, Trish parou na minha frente sorrindo.

_Se você sobreviver a isso, o que eu duvido muito_ riu_ lembre de agradecer ao seu pai, pois é tudo culpa dele.
_Você não vai me matar?
_Eu já disse que isso não teria a menor graça, eu quero que você sofra primeiro.

Então sem dizer mais nada ela tirou uma seringa do bolso e injetou alguma coisa no meu pescoço. Eu senti alguma coisa correndo pelas minhas veias e alguma coisa me queimando de dentro pra fora.

_Vamos ver como você lida com isso.

Ouvi ela dizer e então tudo ficou escuro.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Capítulo 30 – Confronto



Encostei novamente meus pés no chão da floresta escura, podia sentir o cheiro da Trish no meio das árvores, e também seus pensamentos, ela sabia que eu estava a seguindo. 

_Que foi bonitinha? Não consegue me achar? Sei que você pode fazer muito melhor que isso_ pensou.
_Porque não aparece e luta? Ta com medo?_ falei.
_Não, é que assim não teria a menor graça_ pensou e pude ver que ela estava se divertindo com aquilo.

Ótimo, ela podia me ouvir, não devia estar muito longe. Respirei fundo sentindo seu perfume e me deixei guiar cegamente até uma pequena clareira no meio da floresta, ela estava parada lá, encostada em uma árvore... Sorrindo como se nada estivesse acontecendo. Eu abaixei meu capuz pra poder vê-la.

_Oi Demi_ sorriu.
_Como sabe quem eu sou?
_Sei muita coisa sobre você.
_Você não me conhece.
_Ah, conheço melhor do que você pensa. Você, sua mãe... Seu pai. Somos velhos amigos.
_Meu pai não tem amigos como você, você é um monstro.
_Oh querida, todos nós somos_ desencostou da árvore e começou a andar calmamente pela clareira_ a única diferença entre nós é que eu não fico tentando ser algo que não sou, fingindo ser normal.
_O que você quer afinal de contas?
_Seu pai não te contou? Bem típico dele, mentir pra família_ riu.
_Ah única mentirosa aqui é você.
_Você não conhece seu pai tão bem quanto pensa. Eu sei mais sobre você e sua família do que você pensa. Eu sei que vocês estão brigados, que ele não quer te ver nem pintada de ouro e que você só esta aqui porque ele precisa de você, porque tem medo de mim.
_Você é só uma vampira enlouquecida, porque eu deveria ter medo de você?
_Claro, você tem super poderes não é? É só estalar os dedos e eu estarei mortinha_ fez careta_ Você não me assusta pirralha, porque eu te conheço. Mais eu assusto você, porque você não sabe nada sobre mim e porque eu matei seus amiguinhos sem pensar duas vezes. Foi muito divertido_ riu.
_Desgraçada. Porque você fez aquilo?
_Pergunte ao seu pai, ele sabe. Ah, foi mal, eu vou te matar então não vai ter a chance de perguntar.
_A única que vai morrer aqui é você. E quer saber? Não me interessa por que... Não preciso de mais motivos pra te destroçar. 
_Você cresceu, virou uma linda mulher. Mais continua ingênua e burra. 
_Não fale comigo como se me conhecesse. Você pode saber coisas da minha família mais não sabe nada sobre mim. Só porque andou me espionando não quer dizer que me conhece.
_Não se trata disso querida. Tudo isso aqui é culpa sua. Se eu estou aqui agora é por sua causa.
_Eu nem te conheço. Porque seria minha culpa?
_Se você não existisse minha vida seria diferente.

Ela se aproximou mais, ficando a poucos passos de mim, me encarava com raiva. Seus olhos estavam vermelhos como sangue de tanto ódio que ela parecia sentir. Mais porque ela me odiaria? 

_Eu não entendo. Mais isso não importa, você é louca e vai pagar pelo que fez_ avisei.
_Você acha que me matar vai melhorar as coisas? Não vai trazer seus amiguinhos de volta.
_Não mais vai fazer eu me sentir melhor.
_O que vai fazer? Usar suas habilidades em mim? Aposto que não consegue acabar comigo numa luta justa_ desafiou.
_Porque eu faria isso? Pra você tentar fugir? Não vou te dar essa chance.
_Eu vim aqui pra matar você e sua família e não vou embora até que esteja feito, então não se preocupe, não pretendo fugir.
_Eu não acredito em você. 
_Ha, claro que não. Vou te dar uma prova de que não estou pra brincadeira_ piscou pra mim.
_Do que você ta falando?
_Ils peuvent le faire_ falou em francês.
Ela continuou a me olhar sorrindo, ela não havia falado comigo. Então saídos do meio das árvores vieram dois vampiros, estavam segurando o Joe, cada um segurava um braço, arrastaram ele até nós e o ajoelharam no meio de nós duas, estava com os braços amarrados pra trás, ele me encarou, sua expressão estava meio desesperada. Meu coração gelou. Ela se aproximou, segurando o cabelo dele com força e inclinando sua cabeça pra trás.

_Olha o que eu achei no meio da floresta_ sorriu_ estava seguindo você.
_Desculpa_ ele sussurrou.
_É seu namoradinho né?
_Deixa ele ir_ ordenei.
_Não. É por isso que seu pai tem raiva de você né? Porque você o trocou por um vira-lata.
_Solta ele agora.
_Querida_ puxou o cabelo dele com mais força e ele gemeu sentindo dor_ Você não me conhece.

Eu senti o ódio começar a tomar conta. Ela não devia brincar comigo desse jeito. Eu estava pronta pra usar minhas habilidades e acabar com essa palhaçada mais ela puxou uma faca do bolso e pôs no pescoço dele.

_Se você ousar usar esses seus dons em mim, eu juro por Deus que corto a garganta dele. Isso aqui é prata querida, eu não to de brincadeira.
_O que você quer? Não é a mim? Então solta ele e luta comigo.
_Oh, isso não teria a menor graça. Simplesmente matar você, não vale a pena, eu quero ver você sofrer e que jeito melhor de fazer isso se não matando aquilo que você mais ama?
_Porque ta fazendo isso?_ ele perguntou_ Não te fizemos nada.
_Nada?_ ela gritou irritada e puxou ainda mais o cabelo dele_ eu perdi a minha vida, tudo que eu amava por alguém como você. Por culpa de sua namoradinha.
_Eu não te fiz nada_ eu falei já desesperada.
_Cala boca_ ela gritou_ Você não sabe de nada.
Ela pegou a faca e começou a brincar com ela, passando perto do olho dele, ameaçando cortá-lo. Eu não podia arriscar usar meus poderes e ela acabar fazendo uma besteira.

_Sabe, ele até que é bem bonito_ riu_ musculoso. E tem um cheiro muito bom_ passou o nariz pela garganta dele. Ele se encolheu, sentindo medo.
_Eu não sou pro teu bico_ ele disse com um sorriso cínico no rosto.
_Ha_ ela riu.

Os dois vampiros que entraram trazendo ele se posicionaram atrás de mim, provavelmente pra impedir que eu fizesse alguma besteira, ela se abaixou na frente dele pra ficar cara a cara. Segurou o rosto dele com uma das mãos, apertando com força.

_Pra um vira-lata você é bem corajoso e bonito. E eu posso ter quem eu quizer, ninguém resiste a mim_ abriu um sorriso malicioso.
_Eu não sou muito fã das ruivas_ ele fez uma careta.
_Corajoso, bonito, forte... Pretensioso_ ergueu a sobrancelha e me deu uma olhada de lado sem soltar o rosto dele_ eu estava imaginando o que foi que você viu nesse vira-lata.
_É que eu sou irresistível_ ele brincou.

Como ele conseguia fazer piadas numa hora dessas? A minha raiva só fazia aumentar.
_É, eu não posso discordar. Acho que agora eu sei o que ela tanto gosta em você.

Ela o analisou por mais um instante e então chegou mais perto e o beijou. Senti o sangue correndo em minhas veias, a raiva querendo me consumir, minha vontade era de destroçar aquela desgraçada, ela estava brincando comigo. Ele tentou se soltar, mais ela tinha uma força muito grande, eu estava indo pra cima dela quando seus homens me seguraram. Então ela se afastou dele e me olhou sorrindo.

_Ele beija bem, você é uma garota de sorte_ riu.
_E você é muito nojenta_ ele cuspiu_ agora estou infectado.
_Ah, vira-lata, você é bonito mais tem um péssimo gosto. Você se daria melhor se estivesse comigo e não com ela.
_Se afasta dele_ ordenei.
_Não precisa esse ciúmes todo, aparentemente ele só tem olhos pra você.
_Isso ai. Eu dispenso seu convite, prefiro morrer.
_É o que vai acontecer_ afirmou.


Capítulo 29 – O encontro



Depois que passou o susto daquela minha visão, fomos nos aprontar pro grande encontro. Vesti meu short preto favorito, minhas botas, uma regata preta, luvas... Peguei minha corrente e prendi ela no passador de cinto, seria necessária essa noite. Joe estava sentado na cama me observando, já havia se arrumado, vestiu apenas uma calça Jeans e pôs luvas.

_Que foi?_ perguntei.
_Nada não, só estava te admirando. Imaginando como é possível existir uma criatura tão linda.
_Ah, para com isso_ falei envergonhada. 
_É verdade_ sorriu.

Antes de eu dizer alguma coisa a Selena entrou no quarto.

_Então, estão prontos?_ perguntou.
_Vamos nessa. 
_Ótimo_ me virei pra sair mais senti uma mão no meu braço.
_Espera_ Joe pediu.
_Não demorem_ Selena pediu.

Ela saiu e nos deixou sozinhos, eu me virei pra encarar seu rosto, sua expressão estava vazia e incrivelmente linda.

_Algum problema?
_Eu... Queria te dizer uma coisa antes de irmos_ explicou.
_Pode falar.
_Bom, é que... Eu não sei o que vai acontecer essa noite. Então...
_A única coisa que vai acontecer é que vamos matar aquela desgraçada_ interrompi.
_Eu sei, mais... Estamos indo pra uma guerra e... Tudo pode acontecer_ deu de ombros.
_O que houve com aquele seu otimismo todo?_ perguntei.
_Foi dar um passeio a meia hora e ainda não voltou_ fez careta.
_Joe, o que...
_Eu quero te dar uma coisa, pra... Você não esquecer de mim.

Eu estava estranhando esse comportamento dele, ele estava sempre de bom humor. Antes de eu dizer mais alguma coisa ele tirou algo do bolso, era um cordão.

_O que é isso?
_Eu... Comprei pra você_ forçou um sorriso_ eu podia ter embrulhado mais... Não tive muito tempo pra isso_ deu de ombros.
_Pra mim?
_É.

Eu levantei o cabelo e ele colocou o cordão no meu pescoço. Era lindo, tinha duas correntes, a menor tinha um par de asas, como de um anjo. A maior tinha um coração escrito LOVE. Na parte de trás, onde ficava o fecho, ficava uma pequeninha corrente pendurada, com um pequeno coração na ponta onde estava gravado nossas inicias... J E D.

_Você gostou?
_É lindo_ sorri_ eu não comprei nada pra você.
_Não tem problema_ ele riu_ é só pra que você não esqueça o quanto eu te amo.
_Porque você ta dizendo essas coisas? Qual é o problema?
_Nada, só achei que...
_Agente vai ficar bem, vai dar tudo certo.
_Eu sei que vai.
_Eu te amo_ sussurrei.
_Eu também.

Ele se aproximou pra me beijar e depois me abraçou apertado. Aquilo não parecia certo pra mim, era como se fosse a ultima vez que estaríamos juntos, não pude evitar que uma lágrima caísse pelo meu rosto.

_Temos que ir_ Selena interrompeu meus pensamentos.
_Tudo bem_ ele falou e então me soltou.
_Vamos_ passei a mão no rosto pra secar a lágrima.

Peguei minha capa, coloquei e então nós seis seguimos pro lugar marcado.

Narrado pelo Joe

Em poucos minutos chegamos ao local marcado, estavam todos lá, lobisomens, vampiros, um verdadeiro exército... Aquela seria uma noite e tanto. Marcus e meu pai não ficaram muito contentes ao nos ver. Mais ganhei minha noite ao ver o largo sorriso de minha mãe, eu tinha tanta vontade de correr e abraçá-la.

_O que vocês fazem aqui?_ Marcus perguntou, parecia irritado.
_Viemos lutar_ falei.
_Não precisamos da ajuda de vocês.
_É claro que precisamos_ Nick o confrontou_ eles são os melhores lutadores e temos.
_Quem deu a vocês o direito de chamar eles aqui?_ meu pai reclamou.
_Vocês precisam de nossa ajuda, minha principalmente, sabe disso_ Demi disse.
_Você não faz mais parte dessa família_ Marcus acusou.
_Pode até ser, mais são o meu povo, gente com quem eu me importo e eu vou ficar e lutar quer você queira ou não_ disse em um tom autoritário.
_Marcus_ Daiana interrompeu_ Nós precisamos dela, mais que nunca, não estamos em condições de recusar ajuda.

Ele suspirou irritado, mais não tinha como recusar.

_Tudo bem, mais não pense que isso vai mudar alguma coisa.
_Nunca pensei isso_ ela disse.

Então nos juntamos a eles pra esperar. Era exatamente oito da noite quando a Demi de repente congelou no lugar.

_Eles chegaram_ sussurrou.

Eu encarei as árvores sem conseguir ver nada, então eles surgiram da escuridão. Na frente vinha a líder, devia ser a mulher que ligou, não podia ter certeza devido a enorme capa preta que ela usava. Igual a da Demi. Logo atrás dela vinham vários vampiros, todos novos... Recém nascidos e também lobisomens, todos transformados. Eles pararam um pouco distantes de nós.

_Parece que se prepararam pro nosso encontro_ à mulher falou.
_O que você quer?_ Marcus perguntou sem mais rodeios.
_Sem paciência pra enrolação como sempre.



Ela abaixou o capuz que cobria seu rosto e sorriu. Tinha os cabelos vermelhos e lisos, a pele pálida e os olhos vermelho sangue, era muito bonita, como todos os outros.

_Trish?_ Daiana sussurrou.
_Vejo que não esqueceu de mim_ ela sorriu.
_O que você quer aqui Trish?_ meu pai perguntou.
_Vocês continuam ingênuos_ deu de ombros_ vim cobrar a divida que vocês tem comigo.
_Divida?
_É, vim pra que vocês paguem pelo que me fizeram.
_Porque matar todas aquelas pessoas?_ Marcus perguntou.
_Pra atingir vocês. Sempre tão bonzinhos_ sacudiu a cabeça negativamente.
_Você é completamente louca_ Marcus acusou.
_Tanto faz agora o que você pensa de mim_ seu sorriso sumiu_ eu não vim aqui pra conversar, e pelo visto vocês também não.
_Isso não precisa ser assim_ meu pai disse.
_Precisa sim_ sorriu de novo.

Ela colocou de novo o capuz e foi andando pra trás devagar, sumindo no meio de seu exercito, eles começaram a chegar mais perto, rugindo de raiva, vários pares de olhos vermelhos me encaravam, aquilo não ia terminar bem. Então eles partiram pra cima de nós sem nenhum aviso, mais não conseguiram passar, era como se tivesse uma parede invisível. Olhei pro lado... Demi.

_E agora?_ ela perguntou.
_Pode deixar_ Marcus falou_ vai atrás dela.
_Tem certeza?_ ela olhou desconfiada.
_Tenho, você é a única que pode pará-la... Mais, não ouça nada do que ela diz, é uma mentirosa_ avisou, parecia receoso.
_Tudo bem_ concordou.

Ela voltou a encarar o exercito enlouquecido a nossa frente e então como num passe de mágica começou a flutuar, como fizera com aquela pedra no lago a semanas atrás. Ela olhou pra mim e sorriu.

_Eu disse que podia fazer isso com qualquer coisa.

Eu apenas sorri de volta, sabia por que ela estava fazendo aquilo, estava tentando me animar. Então ela pos o capuz e sumiu, passando por cima do exercito enfurecido. A barreira que nos protegia desapareceu, estava na hora de lutar.


Divulgações e selinhos ;)


Obg Florzinhas de Glitter ;D










Repassando (y'


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