quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Capítulo 29 – O encontro



Depois que passou o susto daquela minha visão, fomos nos aprontar pro grande encontro. Vesti meu short preto favorito, minhas botas, uma regata preta, luvas... Peguei minha corrente e prendi ela no passador de cinto, seria necessária essa noite. Joe estava sentado na cama me observando, já havia se arrumado, vestiu apenas uma calça Jeans e pôs luvas.

_Que foi?_ perguntei.
_Nada não, só estava te admirando. Imaginando como é possível existir uma criatura tão linda.
_Ah, para com isso_ falei envergonhada. 
_É verdade_ sorriu.

Antes de eu dizer alguma coisa a Selena entrou no quarto.

_Então, estão prontos?_ perguntou.
_Vamos nessa. 
_Ótimo_ me virei pra sair mais senti uma mão no meu braço.
_Espera_ Joe pediu.
_Não demorem_ Selena pediu.

Ela saiu e nos deixou sozinhos, eu me virei pra encarar seu rosto, sua expressão estava vazia e incrivelmente linda.

_Algum problema?
_Eu... Queria te dizer uma coisa antes de irmos_ explicou.
_Pode falar.
_Bom, é que... Eu não sei o que vai acontecer essa noite. Então...
_A única coisa que vai acontecer é que vamos matar aquela desgraçada_ interrompi.
_Eu sei, mais... Estamos indo pra uma guerra e... Tudo pode acontecer_ deu de ombros.
_O que houve com aquele seu otimismo todo?_ perguntei.
_Foi dar um passeio a meia hora e ainda não voltou_ fez careta.
_Joe, o que...
_Eu quero te dar uma coisa, pra... Você não esquecer de mim.

Eu estava estranhando esse comportamento dele, ele estava sempre de bom humor. Antes de eu dizer mais alguma coisa ele tirou algo do bolso, era um cordão.

_O que é isso?
_Eu... Comprei pra você_ forçou um sorriso_ eu podia ter embrulhado mais... Não tive muito tempo pra isso_ deu de ombros.
_Pra mim?
_É.

Eu levantei o cabelo e ele colocou o cordão no meu pescoço. Era lindo, tinha duas correntes, a menor tinha um par de asas, como de um anjo. A maior tinha um coração escrito LOVE. Na parte de trás, onde ficava o fecho, ficava uma pequeninha corrente pendurada, com um pequeno coração na ponta onde estava gravado nossas inicias... J E D.

_Você gostou?
_É lindo_ sorri_ eu não comprei nada pra você.
_Não tem problema_ ele riu_ é só pra que você não esqueça o quanto eu te amo.
_Porque você ta dizendo essas coisas? Qual é o problema?
_Nada, só achei que...
_Agente vai ficar bem, vai dar tudo certo.
_Eu sei que vai.
_Eu te amo_ sussurrei.
_Eu também.

Ele se aproximou pra me beijar e depois me abraçou apertado. Aquilo não parecia certo pra mim, era como se fosse a ultima vez que estaríamos juntos, não pude evitar que uma lágrima caísse pelo meu rosto.

_Temos que ir_ Selena interrompeu meus pensamentos.
_Tudo bem_ ele falou e então me soltou.
_Vamos_ passei a mão no rosto pra secar a lágrima.

Peguei minha capa, coloquei e então nós seis seguimos pro lugar marcado.

Narrado pelo Joe

Em poucos minutos chegamos ao local marcado, estavam todos lá, lobisomens, vampiros, um verdadeiro exército... Aquela seria uma noite e tanto. Marcus e meu pai não ficaram muito contentes ao nos ver. Mais ganhei minha noite ao ver o largo sorriso de minha mãe, eu tinha tanta vontade de correr e abraçá-la.

_O que vocês fazem aqui?_ Marcus perguntou, parecia irritado.
_Viemos lutar_ falei.
_Não precisamos da ajuda de vocês.
_É claro que precisamos_ Nick o confrontou_ eles são os melhores lutadores e temos.
_Quem deu a vocês o direito de chamar eles aqui?_ meu pai reclamou.
_Vocês precisam de nossa ajuda, minha principalmente, sabe disso_ Demi disse.
_Você não faz mais parte dessa família_ Marcus acusou.
_Pode até ser, mais são o meu povo, gente com quem eu me importo e eu vou ficar e lutar quer você queira ou não_ disse em um tom autoritário.
_Marcus_ Daiana interrompeu_ Nós precisamos dela, mais que nunca, não estamos em condições de recusar ajuda.

Ele suspirou irritado, mais não tinha como recusar.

_Tudo bem, mais não pense que isso vai mudar alguma coisa.
_Nunca pensei isso_ ela disse.

Então nos juntamos a eles pra esperar. Era exatamente oito da noite quando a Demi de repente congelou no lugar.

_Eles chegaram_ sussurrou.

Eu encarei as árvores sem conseguir ver nada, então eles surgiram da escuridão. Na frente vinha a líder, devia ser a mulher que ligou, não podia ter certeza devido a enorme capa preta que ela usava. Igual a da Demi. Logo atrás dela vinham vários vampiros, todos novos... Recém nascidos e também lobisomens, todos transformados. Eles pararam um pouco distantes de nós.

_Parece que se prepararam pro nosso encontro_ à mulher falou.
_O que você quer?_ Marcus perguntou sem mais rodeios.
_Sem paciência pra enrolação como sempre.



Ela abaixou o capuz que cobria seu rosto e sorriu. Tinha os cabelos vermelhos e lisos, a pele pálida e os olhos vermelho sangue, era muito bonita, como todos os outros.

_Trish?_ Daiana sussurrou.
_Vejo que não esqueceu de mim_ ela sorriu.
_O que você quer aqui Trish?_ meu pai perguntou.
_Vocês continuam ingênuos_ deu de ombros_ vim cobrar a divida que vocês tem comigo.
_Divida?
_É, vim pra que vocês paguem pelo que me fizeram.
_Porque matar todas aquelas pessoas?_ Marcus perguntou.
_Pra atingir vocês. Sempre tão bonzinhos_ sacudiu a cabeça negativamente.
_Você é completamente louca_ Marcus acusou.
_Tanto faz agora o que você pensa de mim_ seu sorriso sumiu_ eu não vim aqui pra conversar, e pelo visto vocês também não.
_Isso não precisa ser assim_ meu pai disse.
_Precisa sim_ sorriu de novo.

Ela colocou de novo o capuz e foi andando pra trás devagar, sumindo no meio de seu exercito, eles começaram a chegar mais perto, rugindo de raiva, vários pares de olhos vermelhos me encaravam, aquilo não ia terminar bem. Então eles partiram pra cima de nós sem nenhum aviso, mais não conseguiram passar, era como se tivesse uma parede invisível. Olhei pro lado... Demi.

_E agora?_ ela perguntou.
_Pode deixar_ Marcus falou_ vai atrás dela.
_Tem certeza?_ ela olhou desconfiada.
_Tenho, você é a única que pode pará-la... Mais, não ouça nada do que ela diz, é uma mentirosa_ avisou, parecia receoso.
_Tudo bem_ concordou.

Ela voltou a encarar o exercito enlouquecido a nossa frente e então como num passe de mágica começou a flutuar, como fizera com aquela pedra no lago a semanas atrás. Ela olhou pra mim e sorriu.

_Eu disse que podia fazer isso com qualquer coisa.

Eu apenas sorri de volta, sabia por que ela estava fazendo aquilo, estava tentando me animar. Então ela pos o capuz e sumiu, passando por cima do exercito enfurecido. A barreira que nos protegia desapareceu, estava na hora de lutar.


Um comentário: