quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Capítulo 23 – Chantagem


Mais um dia chato em casa, absolutamente nada pra fazer, nada de trabalho, eu já havia saído pra caçar... Tédio maior que aquele não podia existir. Estava andando pelo pátio quando minha querida irmãzinha apareceu, com seu sorriso cínico no rosto e me parou.

_Que é em? Não tem mais o que fazer não?_ reclamei.
_Na verdade não_ ela sorriu.
_O que você quer?_ perguntei impaciente.
_Uma luta, eu e você.
_Como é?
_Como nos velhos tempos, até tomei a liberdade de pegar suas coisas_ ela colocou a caixa na minha mão_ Eu quero mostrar pra todos como eu derrubo você num piscar de olhos.
_Você pirou de vez né? Eu não vou lutar com você.
_Não é uma sugestão, é uma ordem. Eu vou acabar com você na frente de todos e mostrar pro papai que a melhor lutadora de todas sou eu.
_Faça-me rir, só pode ser piada, você não manda em mim.
_É um favor em troca de outro favor_ ela disse_ você luta e eu fico de boca fechada. Não acha justo?
_Você não presta_ acusei.
_Olha quem fala. Então como vai ser?
_Ta bem, vamos lutar maninha.

Ela sorriu satisfeita e os fomos até a parte mais aberta do pátio. Dentro da caixa que ela me dera tinha uma coisa que eu não tinha muitas oportunidades de usar, um presente do mau pai que eu adorava, era muito prático. Ela também tinha uma enorme caixa na mão.

_Demi você vai mesmo fazer isso?_ a Selena perguntou.
_Vai ser divertido cortar a cara dela_ sorri.
_Você é louca, se ela se zangar você pode...
_Eu não tenho medo dela_ interrompi_ eu precisava mesmo de algo pra fazer, o dia tava muito sem graça, uma emoçãozinha é sempre bom.

Ela sacudiu a cabeça e bufou mais eu ignorei. Coloquei a caixa no chão e antes de abrir tirei minhas botas, ficando descalça, ia facilitar os movimentos, ela fez o mesmo. Então abri a caixa. Dentro, enrolada cuidadosamente estava uma enorme corrente, presa em cada ponta dela tinha uma lâmina bem afiada. Eu adorava usar isso pra lutar com os vira-latas quando era necessário, mais devido ao trato era difícil então estava feliz por isso. Na caixa da Taylor também tinha um brinquedinho que ela adorava, uma espada enorme e bem afiada.

_Você vai se arrepender querida_ ela disse.
_Veremos quem vai se arrepender_ sorri.

Começaram a fazer uma roda a nossa volta, é isso que acontece quando se junta um bando de vampiros desocupados. Eu segurei firmemente a corrente, ajeitando ela em minhas mãos, a girei devagar, fazendo pequenos movimentos apenas pra aquecer, as duas laminas voavam de um lado pro outro fazendo um barulho no ar. Ela também ajeitou sua espada, a segurando firmemente e a rodando habilidosamente, em movimentos tão rápidos que um humano não enxergaria.

_Pronta?_ perguntou confiante.
_Pronta_ respondi no mesmo tom, ela se arrependeria de ser tão pretensiosa.

Ela partiu pra cima de mim com a espada, tentou me acertar uma vez mais eu desviei na hora, ela se virou rapidamente, tentando me cortar de novo mais eu prendi a sua espada com a corrente impedindo que ela se movimentasse.

_Vamos maninha, onde esta sua força?_ provoquei_ não disse que andou praticando?
_Eu ainda nem comecei.



Ela puxou a espada com força, mais ela não soltou, eu dei um impulso forte a fazendo voar na direção da parede e fazer um barulho ensurdecedor. Óbvio que a parede ficou com um buraco, meu pai não gostaria disso, mais valia a pena. Ela se levantou, nada machucada, só mais irritada e veio de novo pra cima de mim, tentado cortar meu rosto, eu desviei, mais ela me pegou de surpresa e me deu uma rasteira, me derrubando no chão. Pegou a espada com as duas mãos, ia enterrá-la na minha cara, mais eu girei pro lado e ela só conseguiu fazer um pequeno corte no meu braço. Aproveitei que sua espada ficou presa no chão e me levantei, dando um chute em suas costas, a fazendo se desequilibrar.

_Você realmente praticou_ falei.
_Não deveria duvidar de mim, eu nunca minto_ sorriu.
_Isso ai não é verdade, já esta mentindo viu?
_Cala boca e luta_ ordenou.
_Você que manda.

Ajeitei a corrente em minhas mãos e voltei a rodá-la enquanto andava em sua direção, ela ia desviando agilmente da corrente, até que em um erro ela passou a todo velocidade por seu rosto, deixando um enorme corte da base do queixo até o olho. Ela colocou a mão, sentindo um pouco de dor.

_Isso deve ter doido_ ri.
_Desgraçada_ ela gritou.

Podia ouvir os gritos, palmas e risos da nossa pequena platéia. Não ajudou no auto controle da Taylor, ela segurou a espada firmemente e veio pra cima de mim, eu prendi novamente a espada com a corrente e a puxei com força, fazendo com que ela saísse de sua mão e voasse no ar. Dei um salto e segurei sua espada no ar, caindo por cima dela, a fazendo bater com as costas no chão. Girei a corrente com uma mão, e a espada com a outra, encostando ela em seu pescoço, e escorando meu pé em seu peito, a pressionando no chão e a impedindo de levantar. A essa altura o corte no meu braço já havia sumido e o do seu rosto estava começando a desaparecer. Ela me olhou com raiva enquanto todos aplaudiam e riam da cara dela.


_É melhor você me deixar ganhar ou eu juro que vai se arrepender_ ela sussurrou em um tom muito baixo, só pra que eu entendesse do que se tratava.
_O que você vai fazer? Me bater?_ ri.
_Eu conto pra todo mundo o seu segredinho_ ela ameaçou.
_Conta_ eu ri_ eu não tenho medo de você.
_Pois deveria_ ela disse.
_Olha aqui, se você quizer contar conta_ ergui os ombros_ mais chantagem barata comigo não funciona entendeu? Não tenho medo dessa sua carinha de gata zangada.
_Idiota_ ela gritou.
_Foi você quem pediu.


Ergui a espada com toda força que pude e então enterrei ela em sua mão, que estava pousada sobre o chão. Ela soltou um grito agudo, todos arregalaram os olhos.


_Um a um maninha_ falei e dei as costas pra ela.
_Você me paga desgraçada_ ela gritou agoniada.
_To esperando, vem com tudo_ disse enquanto me afastava.


Peguei minha bota e estava indo pro meu quarto guardar minha corrente e tomar um banho quando meu pai me parou, não parecia muito contente.


_O que foi isso Demetria? Você enlouqueceu?
_Não precisa fazer essa cara, cinco minutos e ela não vai sentir mais nada.
_Não é disso que se trata, como você faz uma coisa dessas com sua irmã?
_Foi ela que pediu, ela que provocou, então dei o que ela queria. Agora com licença.


Não deixei que ele falasse mais nada, só fui pro meu quarto e tomei um banho relaxante.
Narrado pelo Joe

Acordei cedo como sempre, tomei um banho, vesti meu jeans e uma blusa azul de botões. Como não era um costume meu usar camisa a deixei aberta, era mais confortável. Tomei meu café rapidamente e fui correndo até a casa secreta, sem me transformar, ainda assim era rápido. Dei a volta na casa, a Demi já estava lá, saindo da cachoeira só de calcinha de sutiã, toda molhada. Ela me viu e sorriu.

_Bom dia_ falou.
_Bom dia.
_Você demorou então resolvi dar um mergulho.
_Tudo bem.
_Quer nadar?_ perguntou.
_Não, obrigado.
_Ta bem, então vou me trocar pra gente dar uma volta.
_Eu espero aqui_ falei.

Ela pegou a roupa do chão e me deu um selinho ao passar, indo na direção da casa a passos humanos. Eu esperei um minuto mais então não agüentei e entrei na casa, pela porta dos fundos, que dava direto no quarto. Ela estava de costas pra mim só de calcinha, vestindo uma blusa curta e soltinha que ficava com a manga caída. Ela se virou ao perceber minha presença. Seu corpo perfeito, descoberto era como um convite que eu era cruelmente obrigado a recusar. Eu suspirei.

_O que foi?_ ela perguntou, analisando minha expressão.
_Nada_ respondi baixo.
_Tem certeza?
_Tenho, não é nada não_ forcei um sorriso.

Em um daqueles seus movimentos rápidos e desconcertantes ela estava na minha frente, eu podia sentir seu corpo quase encostando no meu.

_Você sabe que pode me contar qualquer coisa né?
_Sei sim, mais... Não é nada.
Ela se aproximou mais de mim e me abraçou, envolvendo seus braços na minha cintura por dentro da minha camisa, e escorando sua cabeça em meu peito. Eu mantive minhas mãos no lugar, sem tocá-la, eu tinha medo de não conseguir me controlar e ela ficar com raiva. Ela se afastou, percebendo minha indiferença ao seu abraço.

_Qual o problema em?
_Nenhum, é melhor você se vestir pra nós irmos_ falei.

Ela me fitou agora séria, depois olhou pra si mesma e me encarou mais uma vez, provavelmente percebendo qual era o meu problema. Ela estendeu a mão pra tocar meu rosto e deu um leve sorriso.

_Você não é muito bom nisso né?
_Em que?_ perguntei sem entender.
_Em ser paciente.
_Que descoberta_ eu revirei os olhos.
_Você será bem recompensado_ ela sorriu fraco.

Eu não resisti e me aproximei e a beijei, a segurando pela cintura, ela correspondeu, mais pareceu um pouco assustada com minha reação. Eu a soltei de repente, me odiando por ser tão imbecil.

_Desculpa_ pedi_ eu sou um imbecil, vou esperar lá fora.
Eu me virei pra sair do quarto mais ela segurou minha mão.
_Espera.
Narrado pela Demi

Eu segurei sua mão pra que ele não saísse. Sua expressão de martírio, incrivelmente linda fez meu coração bater mais depressa.

_Você não precisa sair_ eu disse.
_Não, mais é melhor que eu vá.
_Você não entendeu_ sussurrei enquanto o afastava da porta_ eu não quero que você vá.
Ele suspirou parecendo cansado.
_Olha, você tem todo direito de estar com raiva de mim, eu te dou razão... Minhas duvidas, minha falta de controle, meu mau humor... Mais eu não faço por mal, você sabe né?
_Eu não tenho raiva de você Demi_ ele estendeu a mão pra tocar meu rosto_ pelo contrario, eu sinto raiva de mim por não poder te ajudar, fazer algo que torne isso mais fácil pra nós dois.
_Não é sua culpa_ falei.
_Não é sua também_ ele abaixou as mãos, colocando elas no bolso da calça e virando o rosto pra encarar as paredes brancas_ é só que é assim que as coisas são.
_Não gosto de te ver triste_ cheguei mais perto dele e estendi minhas mãos, mais ele as segurou antes que alcançassem seu rosto.
_Não quero que faça nada só pra me agradar_ falou sério.

Ele soltou minhas mãos e colocou as suas de volta no bolso.

_Eu não estou tentando te agradar.
_Então esta tentando me enlouquecer?_ ele perguntou agoniado.
_Eu não sabia que te fazia tanto mal_ disse triste.
_Você não me faz mal Demi, pelo contrario. Só que... Eu não sei mais o que fazer.
_Mas eu sei.
Eu me aproximei e o beijei com vontade, ele correspondeu mais não estava tão empolgado como sempre, e manteve suas mãos cuidadosamente no bolso.

_O que isso quer dizer?
_Que não quero mais ter medo, que não quero mais perder meu tempo imaginando o que vai acontecer, quer dizer que amo você e... Que eu sinto muito por te fazer sentir mal, eu quero você pra sempre.

Ele não pensou duas vezes, me abraçou pela cintura e me beijou. Eu arranquei sua blusa com força fazendo ela se rasgar e joguei no chão. Ele me segurou com força, me pegando no colo, e eu prendi minhas pernas firmemente em volta de sua cintura, enquanto minhas mãos se prendiam em seu cabelo. Ele me carregou até a cama sem parar de me beijar então me jogou nela delicadamente e se deitou por cima de mim. Ele foi descendo os beijos devagar, me causando uma sensação inexplicável, segurou minha blusa e a puxou pra cima, depois a jogou no chão junto da sua. Sua mão acariciava delicadamente todo meu corpo, subindo da perna até minha cintura, depois até meu seio. Enquanto sentia seu corpo grudado no meu, suas mãos no meu corpo, sua boca na minha, em minha pele eu me arrependi de ter perdido tanto tempo com a minha indecisão, meu mau humor, estando ali com ele, eu esqueci de todos os meus problemas, só nos dois era o que realmente importava.



Obg pelos coment's ninnas :D

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